MANIFESTO DA EDUCAÇÃO:


Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. Paulo Freire

domingo, 7 de agosto de 2011

Violência cresce dentro e fora das escolas petropolitanas


O número de registros envolvendo adolescentes dentro e fora das escolas vem crescendo a cada ano. Só nos seis primeiros meses deste ano, a Ronda Escolar registrou 52 ocorrências de violência, desacato, furto, aliciamento de menores, consumo de bebidas e ameaças, entre outros. Até o primeiro semestre, foram 10 casos relacionados com brigas ou agressões. O número é o dobro do registrado no mesmo período do ano passado – quando foram contabilizadas cinco ocorrências deste tipo. Em todo o primeiro semestre de 2010 foram registradas 39 casos.
As estatísticas da Ronda Escolar impressionam e até casos de adolescentes mantendo relações sexuais dentro da escola foram registrados. O mês de março deste ano foi o que apresentou um maior número de registros – foram 21 casos incluindo ameaças, agressões físicas, ato obsceno, invasões à escola, porte de arma e danos ao patrimônio. No mesmo mês de 2010, foram ao todo nove registros sendo apenas um caso de briga entre alunos e dois de agressão. Já em 2009, a Ronda Escolar registrou ao todo 16 ocorrências, sendo que em nenhum deles houve briga entre menores.
Para o comandante da Guarda Municipal, Eliel Silveira, a maioria dos casos ocorre em escolas próximas a regiões mais carentes como Quitandinha, Independência e Retiro. “Esses locais geralmente contam com uma incidência maior do tráfico de drogas e isso contribuiu muito para a violência. Isso sem falar na falta de apoio familiar. Em muitos casos, nós percebemos que não há uma estrutura familiar e os menores acabam levando essa violência e falta de apoio para as ruas e principalmente para a escola, onde eles passam boa parte do tempo”, comentou Silveira.
Segundo o comandante da Guarda, 70% dos casos de violência envolvem meninas entre 14 e 16 anos. De acordo com ele, elas são a maioria das vítimas e das agressoras também. “As denúncias que recebemos sempre contam com o envolvimento de meninas. Elas brigam pelo namorado, brigam pelo cabelo, brigam pela festa, implicam com as outra alunas. Enfim, elas brigam por tudo”, brincou.
De acordo com o comandante, as regiões onde há um aumento nas ocorrências são mapeadas para um melhor monitoramento. “Quando percebemos esse aumento, colocamos uma viatura para monitorar e coibir as ações. Fizemos isso em Itaipava e no Centro e deu certo”, frisou. De acordo com ele, além do monitoramento nos arredores das escolas, as equipes da Ronda Escolar também realizam palestras nas unidades. “Nosso objetivo é trabalhar junto com as diretores e professores e estar sempre junto aos alunos”, enfatizou o comandante.

Tribuna de Petrópolis, 06/08/2011

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Mobilização de Servidores conquista Reajuste e Plano de Carreira


Essas conquistas são da categoria.  Não foi favor de ninguém, ao contrário, foi arrancado na marra, na raça.  Não temos que agraceder a Prefeito nenhum, a vereador nenhum.  Merito único e exclusivo do servidor.  Esperamos que esse seja o início de uma nova forma de tratar os servidores, neste e em outros governos.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Avançou, mas não foi o combinado...

Durante um ano os servidores se reuniram com os represetantes do governo para formular o PCCS.  Depois muita negociação e entendimento a prefeitura elaborou um plano completamente diferente e mandou à Câmara. Estamos tendo que negociar tudo de novo.

Queremos o Plano original, construido em parceria, não esse remendo!

Vereadores votam hoje na Câmara projeto do novo plano

Ter, 12 de Julho de 2011 09:02
 
          Os vereadores votam hoje, a partir das 16h, o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) da Educação, com grande movimentação dos profissionais da Educação, que vão acompanhar a sessão na Câmara. Para o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), uma das grandes vitórias é a retirada do artigo 57, que criava carência de 24 meses para pedir aposentadoria e a possibilidade de negociação a partir de 7,5% para o tempo de serviço, sendo que o governo defendia até o momento 5% e a proposta do Sepe é de 12%.
           Com relação à regência de classe, os vereadores votam uma emenda de 25% para todos os professores e 30% para os de classe especial, sendo que a proposta do Sepe é de 30% para todos, e do Governo de 20% para os professores da educação básica e 25% para os de classe especial. Outra emenda que será votada pelos vereadores é relativa ao respeito à lei federal sobre o número de alunos em sala de aula e não à proposta do Governo, que, de acordo com o Sepe, contraria a legislação. 
           Com relação ao artigo 57, que fala sobre a carência para aposentadoria, além de retirar este artigo, os vereadores apresentam uma emenda garantindo a regência, triênio, quinquênio e ainda um abono de permanência de 20%. O presidente da Câmara, vereador Paulo Igor, disse que desta maneira atende ao Sepe, por considerar injusta a carência para quem está prestes a se aposentar.
           Entre outras propostas que serão defendidas pelos vereadores está a de que o servidor da Educação que for cedido a outras secretarias ou entidades, o ônus será da entidade para a qual está prestando serviço. O Sepe defende a alteração da data base da Educação, mas a Câmara Municipal vai manter em julho. De acordo com a diretoria do Sepe, 80% das propostas de emendas foram aceitas pelos vereadores.
Tribuna de Petrópolis

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Carta Aberta aos Vereadores de Petrópolis


Ilmos Srs Vereadores do Munícipio de Petrópolis

Felizmente, a democracia brasileira está em acelerado processo de aprimoramento.  A população, a cada dia, aprende mais sobre como pode exercer sua cidadania. Através de várias articulações e manifestações públicas de insatisfação, os Educadores de Petrópolis conquistaram a chance histórica de construir um Plano de Cargos Carreiras e Salários, condição essencial para a elevação da qualidade da educação pública em nosso município.

Um ano após a greve que mudou o rumo da política educacional petropolitana, os servidores estão prontos para concluir um projeto de valorização da educação.  No entanto, o governo municipal ainda não entendeu as reais necessidades dos educadores.  Não faremos uma lista das diversas dificuldades que enfrentamos diariamente, pois temos certeza de que os senhores estão familiarizados com elas.

O motivo desta correspondência é convidar os ilustrissímos vereadores a compartilharem com a categoria os louros dessa vitória.  A Câmara Municipal de Petrópolis pode participar ativamente dessa conquista e será reconhecida por todos os servidores da educação por isso. A maior categoria de servidores desta Prefeitura, com certeza tem papel relevante na determinação dos rumos políticos na nossa cidade, ajudando a esclarecer a população petropolitana sobre os compromissos de seus represetantes eleitos.

Durante a sessão de amanhã (12/07/2011) estaremos atentos a posição de cada vereador.  Saberemos, durante a votação, distinguir aqueles que, realmente, se comprometeram com uma educação pública de qualidade - que atende a maior parte da população - daqueles que se venderam aos favores do executivo - prejudicando o servidor e toda a população que depende dos serviços educacionais da rede municipal.

Estamos certos que Vossas Senhorias estão cientes da res ponsabilidade e das repercurssões que poderão advir do resultado da votação que se aproxima.  Nós, educadores, estamos mobilizados para comemorar, juntamente com os Senhores, as conquistas desse Plano.  Assim como, também, estamos dispostos a continuar lutando por aquelas que nos forem negadas no primeiro momento.

Muito respeitosamente,
Liga dos Educadores Petropolitanos.

www.ligadosservidorespetropolitanos.blogspot.com   

sábado, 9 de julho de 2011

Professora Amanda Gurgel recusa prêmio


Natal, 02 de julho de 2011

Por que não aceitei o prêmio do PNBE

Nesta segunda, o Pensamento Nacional de Bases Empresariais (PNBE) vai  entregar o prêmio ?Brasileiros de Valor 2011?. O júri me escolheu, mas, depois de analisar um pouco, decidi recusar o prêmio.

Mandei essa carta aí embaixo para a organização, agradecendo e expondo os motivos pelos quais não iria receber a premiação. Minha luta é outra.


Prezado júri do 19º Prêmio PNBE,

Recebi comunicado notificando que este júri decidiu conferir-me o prêmio de 2011 na categoria Educador de Valor, ?pela relevante posição a favor da dignidade humana e o amor a educação?. A  premiação é importante reconhecimento do movimento reivindicativo dos professores, de seu papel central no processo educativo e na vida de nosso país. A dramática situação na qual se encontra hoje a escola brasileira tem acarretado uma inédita desvalorização do trabalho docente. Os salários aviltantes, as péssimas condições de trabalho, as absurdas exigências por parte das secretarias e do Ministério da Educação fazem com que seja cada vez maior o número de professores talentosos que após um curto e angustiante período de exercício da docência exonera-se em busca de melhores condições de vida e trabalho.

Embora exista desde 1994 esta é a primeira vez que esse prêmio é destinado a uma professora comprometida com o movimento reivindicativo de sua categoria. Evidenciando suas prioridades, esse mesmo prêmio foi antes de mim destinado à Fundação Bradesco, à Fundação Victor Civita (editora Abril), ao Canal Futura (mantido pela Rede Globo) e a empresários da educação. Em categorias diferentes também foram agraciadas com ele corporações como Banco Itaú, Embraer, Natura Cosméticos, McDonald?s, Brasil Telecon e Casas Bahia, bem como a políticos tradicionais como Fernando Henrique Cardoso, Pedro Simon, Gabriel Chalita e Marina Silva.

A minha luta é muito diferente dessas instituições, empresas e personalidades. Minha luta é igual a de milhares de professores da rede pública. É um combate pelo ensino público, gratuito e de qualidade, pela valorização do trabalho docente e para que 10% do Produto Interno Bruto seja destinado imediatamente para a educação. Os pressupostos dessa luta são diametralmente diferentes daqueles que norteiam o PNBE. Entidade empresarial fundada no final da década de
1980, esta manteve sempre seu compromisso com a economia de mercado. Assim como o movimento dos professores sou contrária à mercantilização do ensino e ao modelo empreendedorista defendido pelo PNBE. A educação não é uma mercadoria, mas um direito inalienável de todo ser humano. Ela não é uma atividade que possa ser gerenciada por meio de um modelo empresarial, mas um bem público que deve ser administrado de modo eficiente e sem perder de vista sua finalidade.

Oponho-me à privatização da educação, às parcerias empresa-escola e às chamadas ?organizações da sociedade civil de interesse público? (Oscips), utilizadas para desobrigar o Estado de seu dever para com o ensino público. Defendo que 10% do PIB seja destinado exclusivamente para instituições educacionais estatais e gratuitas. Não quero que nenhum centavo seja dirigido para organizações que se autodenominam amigas ou parceiras da escola, mas que encaram estas apenas como uma oportunidade de marketing ou, simplesmente, de negócios e desoneração fiscal.

Por essa razão, não posso aceitar esse Prêmio. Aceitá-lo significaria renunciar a tudo por que tenho lutado desde 2001, quando ingressei em uma Universidade pública, que era gradativamente privatizada, muito embora somente dez anos depois, por força da internet, a minha voz tenha sido ouvida, ecoando a voz de milhões de trabalhadores e estudantes do Brasil inteiro que hoje compartilham comigo suas angústias históricas. Prefiro, então, recusá-lo e ficar com meus ideais, ao lado de meus companheiros e longe dos empresários da educação.

Saudações,
Professora Amanda Gurgel

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Professores e governo discutem o PCCS hoje

 Professores e governo chegam hoje à audiência pública que vai debater o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) de profissionais da Educação, com um acordo já firmado entre a categoria e a Câmara de Vereadores: o compromisso de revogação da Lei N° 5.173, que dispõe, entre outras questões, sobre a carga horária dos professores – um dos pontos de divergência dentro do PCCS da Educação.
A audiência pública acontece hoje, às 19h, no plenário da Câmara de Vereadores, e terá a presença de representantes do governo, do Sindicato dos Profissionais de Educação do Estado (Sepe) e do Sindicato dos Servidores Municipais (Sisep), que defendem os interesses da categoria.
Com o objetivo de avançar as negociações para agilizar a aprovação do anteprojeto, com as devidas alterações, o presidente da Câmara, Paulo Igor, requisitou também que a Secretaria de Educação apresente estudos de impacto financeiro com demonstrações de diferentes percentuais de reajuste. O plano apresentado pelo município prevê um reajuste de 5% a cada cinco anos. O Sindicato dos Servidores da Educação do Estado (Sepe), no entanto, defende o percentual de 12%. A Câmara vem sendo mediadora nas negociações entre município e servidores e busca uma alternativa viável. “Esperamos que o secretário de Educação apresente nessa audiência os estudos sobre o impacto financeiro com o reajuste de 12% – valor que é proposto pelo sindicato – e também estudos com percentuais intermediários, de 7% e 10%, para que possamos buscar uma solução dentro do que é possível. A Câmara tem um compromisso com os servidores, mas ao mesmo tempo se preocupa com o impacto financeiro que vai decorrer deste plano que prevê novos reajustes a cada cinco anos”, explica o vereador.
A audiência pública vai possibilitar que vereadores e servidores possam debater com o secretário de Educação questões que vêm sendo motivo de divergência no PCCS, entre as quais a carga horária dos professores e a quantidade de estudantes em cada sala de aula. “O número de alunos nas salas é um ponto que nos preocupa. Estamos fazendo um levantamento em legislações de instâncias superiores, para verificar se existe um limite quanto a isso. A nossa intenção é propor que o número de alunos seja vinculado ao tamanho das salas de aula, estipulando, por exemplo, a quantidade de crianças por metro quadrado”, explica o presidente da Câmara.
A representante do Sepe Rose Silveira, que vem defendendo os interesses dos servidores, está confiante de que os pontos de divergência serão sanados com a discussão pública do assunto. “Acredito que haverá bastante avanço nessa audiência pública. Esperamos que se chegue a um denominador comum, pois é grande a ansiedade da categoria para que se faça as alterações desses pontos de divergência e para que haja a aprovação do PCCS o quanto antes”, disse a representante do Sepe.

Tribuna de Petrópolis - Qua, 15 de Junho de 2011 12:00 

domingo, 12 de junho de 2011

Câmara pede a Secretária de Educação que faça estudos com percentuais intermediários.



Com o objetivo de buscar um consenso quanto ao percentual de reajuste dos servidores - um dos pontos de maior divergência dentro do Projeto do Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS) da Educação - o presidente da Câmara de Vereadores, Paulo Igor Carelli (PMDB) requisitou que a Secretaria de Educação apresente na audiência pública marcada para dia 15, estudos de impacto financeiro, com demonstrações de diferentes percentuais de reajuste. O plano apresentado pelo município prevê um reajuste de 5% a cada cinco anos. O Sindicato dos Servidores da Educação do Estado (Sepe), no entanto defende o percentual de 12% para a categoria. A Câmara, que vem sendo mediadora nas negociações entre município e servidores, busca uma alternativa viável. “Encaminhamos ofício ao Secretário de Educação Willian Campos solicitando que ele apresente estudos sobre o impacto financeiro com o reajuste de 12% - valor que é proposto pelo Sindicato. Solicitamos também estudos com percentuais intermediários, de 7% e 10%, para que possamos buscar uma solução dentro do que é possível. A Câmara tem um compromisso com os servidores e ao mesmo se preocupa com o impacto financeiro que vai decorrer deste plano que prevê novos reajustes a cada cinco anos”, explica Paulo Igor.
O encontro vai possibilitar que vereadores e servidores possam debater com o secretário de Educação Willian Campos, questões que vem sendo motivo de divergência no PCCS, entre as quais a carga horária dos professores e a quantidade de estudantes em cada sala de aula. “O número de alunos nas salas é um ponto que nos preocupa. Estamos fazendo um levantamento em legislações de instâncias superiores, para verificar se existe um limite quanto a isso. A nossa intenção é propor que o número de alunos seja vinculado ao tamanho das salas de aula, estipulando por exemplo a quantidade de crianças por metro quadrado”, explica o presidente da Câmara.
A audiência pública será realizada na quarta-feira, às 19h, no plenário da Câmara, com o objetivo de discutir amplamente com servidores o Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS) da categoria. O projeto de lei do executivo foi entregue na Câmara dia 31 e para entrar em vigor precisa ser votado e aprovado pelos vereadores.
“Desde o ano passado, a Câmara vem lutando junto com os servidores pela implementação do PCCS. Temos todo interesse em votar este projeto, mas ao mesmo tempo firmamos um compromisso com os servidores de aprovar somente um documento que atenda as necessidades da categoria, que já espera por isso há muitos anos. Essa audiência pública permitirá que se discuta amplamente cada um dos pontos que o PCCS contempla. Se for necessário, outras audiências públicas serão realizadas, até que todas as dúvidas sejam sanadas”, afirma Paulo Igor.
Depois de se reunirem esta semana com o secretário Municipal de Educação, Willian Campos, vereadores receberam, representantes do Sindicato dos Profissionais de Educação do Estado (Sepe) e do Sindicato dos Servidores municipais (Sisep), que apresentaram suas reivindicações e apontaram pontos que precisam ser discutidos. “O secretário Willian Campos fez uma apresentação do projeto aos vereadores, mostrando todos os pontos positivos que o PCCS contempla. Na quinta-feira, nos reunimos com os representantes dos servidores (Sepe e Sisep), para verificar quais são os anseios deles, que avaliação eles fazem do PCCS. Todos os vereadores têm recebido também uma quantidade grande de telefonemas e e-mails de servidores. Verificamos que existem pontos de divergência, que precisam ser acertados. O papel da Câmara neste momento é de ser mediadora nesse processo, para que as partes cheguem a um acordo viável”, explica Paulo Igor.
Para facilitar o acesso de profissionais da educação às informações sobre o Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS), desde a semana passada, Paulo Igor colocou à disposição no site da Câmara Municipal de Petrópolis (www.cmp.rj.gov.br), o anteprojeto de Lei do Plano de Carreira e Remuneração dos Profissionais da Educação Pública Municipal. “Com o documento disponível no site, todos os profissionais da educação poderão conhecer o conteúdo do projeto que o executivo quer implementar. Desta forma todos estão mais preparados para discutir o assunto durante a audiência pública que vamos realizar.
A matéria está sendo analisada e estamos cumprindo o nosso compromisso de votar o plano de cargos somente após uma ampla discussão”, afirma Paulo Igor.
O projeto de Lei, que cria o Plano de Cargos e Salários para funcionários da educação, e é uma reivindicação antiga da categoria. O projeto apresentado pelo executivo garante entre outras questões, a paridade com os inativos, qualificação profissional, progressão e promoção funcional, entre outras disposições que deverão ser esclarecidas ao Legislativo, aos sindicatos e a categoria durante a audiência pública. De acordo com o projeto um professor, por exemplo, que inicia carreira com um piso de R$ 1.160 mil, depois de trinta anos terá um piso de R$ 1.480,49. Mas se ele tiver doutorado, por exemplo, o salário pode chegar a R$ 2.088,07. Os valores correspondem ao piso dos servidores da educação, que a cada ano sofrerão um reajuste de acordo com o percentual dado pela Prefeitura.
De acordo com a Secretaria de Educação, esta previsto no PCCS também um adicional de 20% para o profissionais que exercerem suas funções em escola de difícil acesso, gratificação de 20% de regência de classe ao professor que esteja em exercício em turmas da Educação Básica, e 25% aos professores regentes de turma de Educação especial.

Tribuna de Petrópolis 11/06/2011

sexta-feira, 13 de maio de 2011

PCCS da Educação mais perto da realidade

    O Grupo de Trabalho Intersetorial tem até o próximo dia 29 de maio para apresentar à Câmara Municipal o Plano de Cargos, Carreiras e Salários – PCCS dos servidores da Educação, para ser analisado e votado. A medida está sendo considerada uma vitória por profissionais da área, que hoje, inclusive, realizam um evento na Praça Dom Pedro, com o objetivo de expor à população as metas conquistadas a partir da greve de 44 dias realizada no ano passado.
    Durante o evento, serão distribuídos panfletos, falando ainda sobre os reajustes cedidos na ocasião, assim como a promessa do prefeito para o PCCS. “Também conseguimos a troca da então secretária de Educação e solução de outros problemas, como o reconhecimento do Sepe – Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação como nosso representante. Estará tudo exposto nesse evento”, garante a diretora de comunicação do Sepe, Carina Palácio Camillo, lembrando que o 13 de maio marca a passagem de um ano da greve, a qual mobilizou todos os servidores da Educação, como professores, zeladores e merendeiras. “Na época, também ganhamos o apoio dos profissionais da Saúde”, completa.
     De acordo com Carina, o objetivo do ato é agradecer à população o apoio dado há um ano, além de resgatar a memória e mostrar todos os avanços. “Em menos de um ano, o PCCS, por exemplo, já está prestes a ser resolvido”, acrescentou. Ainda hoje, às 18h, na sede da entidade, que fica na Rua Marechal Floriano Peixoto, no Centro, também será realizada a primeira assembléia para discutir a data base da classe. “Além do reajuste, de aproximadamente vinte por cento, nossas reivindicações para esse ano voltam a pedir a realização de um concurso público, que há anos não acontece”, explicou Carina, salientando que também serão pedidas soluções para o plano de saúde e a insalubridade para zeladores e merendeiras. “Esse último também foi uma promessa do prefeito”.
    A data base da classe, que contabiliza cerca de três mil servidores, entre professores, merendeiras, zeladores e educadoras de creche, assim como cargos de orientação e direção, acontece em julho.

Tribuna de Petrópolis. Sex, 13 de Maio de 2011

13 de Maio: Dia da Libertação dos Educadores Petropolitanos


Mais de 2.000 professores e funcionários da educação
se reuniram em assembleia e deliberaram greve
a partir de hoje, 13 de maio.


DIA HISTÓRICO EM PETRÓPOLIS!

O dia 13 de maio de 2010 foi consagrado como um dia histórico em Petrópolis! Desde as dez horas da manhã merendeiras, zeladores, professores, atendentes de creche, auxiliares de serviços gerais, inspetores foram se reunindo em frente à Câmara dos Vereadores para protestar contra o descaso com que a prefeitura tem tratado a educação e os servidores da educação. 


Diversos trabalhadores falaram sobre suas condições de trabalho: merendas de péssima qualidade, obrigação de fazer horas extras, planos de saúde caríssimos, autoritarismo das direções, além de não terem nem reajuste que compense a inflação, inclusive tendo muitos funcionários que recebem menos de um salário mínimo como vencimento.


Foram 44 dias de greve.  Diversas dificuldades para negociar com a prefeitura.  Várias moções de repúdio ao Sisep. Inúmeras assembléias.  Algumas divergências. E muitas, muitas passeatas.

Ah, só de lembrar fico com saudade! 

Quando é que vamos fazer outra?

sábado, 7 de maio de 2011

Secretário diz que dinheiro mal gasto será culpa das diretoras de escolas

Segundo o Secretário, nunca antes na história desse município, as escolas receberam tanto dinheiro.  Ainda, segundo WC, a prefeitura é boazinha e as diretoras serão consideradas incompetentes se gastarem mal o dinheiro.  E, como as diretoras não fazem mais nada de importante, elas terão que receber país para explicar onde estão enfiando todo esse dinheirão.

Prefeitura aumenta repasse às escolas em mais de 200%

O governo municipal anunciou ontem que os repasses parciais de recursos para as escolas municipais, desde o início do ano, já são 242,23% maiores que os realizados durante todo o exercício de 2008. Segundo o secretário de Educação, William Campos, esta é a primeira vez que o município divulga o valor repassado às escolas municipais, por meio do Programa de Gestão Descentralizada de Recursos da Educação Municipal (PGDREM). O dinheiro é depositada nas contas das escolas municipais e dos centros de educação infantil, para que a direção tenha autonomia para adquirir os itens necessários à manutenção das estruturas físicas e ao desenvolvimento pedagógico.
Os números foram anunciados por William Campos e pela subsecretária de Captação de Recursos e Finanças, Fernanda Carvalho, na tarde de ontem, na nova sede da Secretaria de Educação.
“Isso quer dizer que as escolas contam com mais recursos para melhorar os equipamentos, realizar pequenos reparos, como pintar muro, portão, comprar coleção de livros, brinquedos, lâmpadas, lata de lixo, cadeado, botijão de gás e outras necessidades. Quando precisar de um investimento de até R$ 15 mil, a diretora terá como fazê-lo. Por isso a divulgação desses números é importante, porque as mães, os pais, os responsáveis e a comunidade vão poder ajudar a fiscalizar, para que a gente possa cobrar da direção”, disse o secretário de Educação.
Em 2008, o valor do PGDREM repassado às escola municipais foi de R$ 2.915.071,24. Em 2009, primeiro ano do atual governo, que governou com orçamento elaborado ainda na administração anterior, foram repassados R$ 2.588.568,07. Em 2010, primeiro ano com orçamento realizado pela atual gestão, o valor foi R$ 4.903.957,72.
No ano de 2011, já foram feitos dois repasses. O primeiro, referente aos meses de janeiro a abril, no valor de R$ 3.809.476,30, e o segundo, para maio até agosto, é de R$ 3.251.939,24, totalizando R$ 7.061.415,54.
“As escolas já investiram a verba repassada para o período de janeiro a abril. Agora estamos depositando de maio até agosto. O dinheiro estará na sexta-feira na conta das escolas. Só até esse período, já dobramos o repasse. Tenho certeza de que vamos fechar o ano com um repasse três vezes maior do que o de 2008. E não estamos incluindo nesses valores recursos federais. As escolas de Petrópolis nunca receberam tanto dinheiro quanto estão recebendo hoje”, disse William Campos.
O Liceu Municipal Prefeito Cordolino Ambrósio recebeu em 2008 R$ 82.483,76, para todo o ano. Já em 2011, a escola teve o repasse de R$ 223.539,84. A Escola Municipal Alto Independência, por exemplo, recebeu R$ 30.180,60 em 2008, mas nesse ano o valor depositado é de R$ 100.842,97 esse ano. A Escola Rural do Bonfim recebeu ainda menos. Foram R$ 3.360,00 em 2008, e agora, em 2011, já são R$ 42.344,00.
“Antes do governo Paulo Mustrangi nenhum Centro de Educação Infantil recebia os recursos do PGDREM. É um absurdo. Se antes os governos não repassavam  e para as escolas repassavam tão pouco é porque não tinham o nosso compromisso de realizar uma revolução no setor”, afirmou o secretário de Educação.

Entenda como funciona o PGDREM

O PGDREM (Programa de Gestão Descentralizada de Recursos da Educação Municipal) é uma concessão da Prefeitura, por meio da Secretaria de Educação, às escolas e centros de educação infantil. O repasse dos recursos não é obrigatório.
A comunidade escolar, por meio de assembleia da Associação de Apoio ao Educando (AAE), decide quais são as necessidades prioritárias da unidade educacional. Esta, por sua vez, solicita autorização à Secretaria de Educação para concretizar a despesa. A prestação de contas destes recursos é feita de forma trimestral. Caso não seja entregue, a escola fica impedida de receber novos repasses, definidos de acordo com a per capita/aluno.
O programa segue os moldes do PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola), do governo federal, para desburocratizar a compra de materiais para escolas e creches. É preciso seguir a legislação, fazer pesquisa de mercado, verificar se não está superfaturado e analisar onde aplicar os recursos.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Como identificar um Secretário de Educação.

Havia certa vez um homem navegando com seu balão, por um lugar desconhecido. Ele estava completamente perdido, e qual grande foi sua surpresa quando encontrou uma pessoa... Ao reduzir um pouco a altitude do balão, em uma distância de 10m aproximadamente, ele gritou para a pessoa:


- Hei, você aí­, aonde eu estou? E então a jovem respondeu:
- Você está num balão a 10 m de altura!
Então o homem fez outra pergunta:
- Você é professora, não é?
A moça respondeu:
- Sim...puxa! Como o senhor adivinhou?
E o homem:
- É simples, Você me deu uma resposta tecnicamente correta, mas que não me serve para nada...
Então a professora pergunta:
- O senhor é secretário da educação, não é?
E o homem:
- Sou...Como você adivinhou???
E a Professora:
- Simples: o senhor está completamente perdido, não sabe fazer nada e ainda quer colocar a culpa no professor.

sábado, 30 de abril de 2011

Professor tem de ficar 1/3 da jornada fora de sala, diz STF

Estados e municípios sofreram nesta quarta-feira uma nova derrota no Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte manteve uma regra que garante aos professores da educação básica o direito de ficar fora de sala de aula durante um terço da jornada de trabalho. Os educadores devem usar esse período para desenvolver atividades de planejamento de aulas e aperfeiçoamento profissional. 

http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,stf-impoe-derrota-a-estados-e-municipios-em-votacao-sobre-piso-salarial-dos-professores,711618,0.htm

Vamos ter que incluir essa Lei no PCCS.

sábado, 23 de abril de 2011

Estado é conivente com as milícias, acusa deputado ameaçado


A descoberta de que o grupo miliciano, supostamente comandado pelo vereador André Ferreira da Silva (PR), o Deco, pretendia assassinar o deputado deputado estadual Marcelo Freixo (Psol-RJ) não surpreendeu o parlamentar. A informação sobre o plano foi ventilada nesta quarta-feira (13), após operação de policiais da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado contra a milícia que atua na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Na ação, Deco acabou preso. A chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, também foi apontada como alvo.

Freixo, que presidiu a CPI das milícias em 2008, conta que já chegou a ser confrontado pelo vereador.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Aos servidores estaduais: Campanha salarial 2011

Atenção Servidor Estadual:

Está na hora de pararmos de aceitar as propostas esquizofrênicas desse "Governadorzinho", baixando a cabeça.

Nós, os educadores de verdade, sabemos que esse "Sistema de Metas", imposto pelo Estado, significa muito trabalho para os servidores e nenhuma melhoria real na educação. Governos anteriores implantaram sistemas semelhantes (Nova Escola), e o resultado é o atual - penúltimo IDEB do Brasil.

O quê o governo precisa é valorizar os profissionais da educação com Salários Dignos e não com promessas de abonos/salários extras, que podem ser cancelados ou reduzidos a qualquer tempo e que, você servidor, quando se aposentar, não irá receber.

Chega de Vale Isso, Vale Aquilo, Nova Esmola e da Política de Abonos (já consagrada ao fracasso).

  Depois de oito anos sem reajuste, queremos a reposição das perdas salariais já.


Prefeito publica o prazo para a implementação do PCCS

PORTARIA Nº 1.425 de 14 de abril de 2011
O Prefeito do Município de Petrópolis, usando de suas atribuições legais, e

CONSIDERANDO que na história de Petrópolis jamais houve a implantação de um Plano de Cargos, Carreira e Salários para os servidores da Educação;

CONSIDERANDO a necessidade de estudos de viabilidade que possibilitem a implantação de uma política permanente de recursos humanos, valorize os servidores e corrija as distorções acumuladas pela ausência de uma política de governo;

CONSIDERANDO que Sindicatos de Classe já entregaram as suas propostas para o Poder Público Municipal, através de processo democrático de diálogo ocorrido com a Secretaria de Educação, amplamente divulgado pelos meios de comunicação;

CONSIDERANDO que uma das metas do Plano Nacional de Educação é a implementação dos Planos de Carreira nos municípios brasileiros e o Plano Municipal de Educação de Petrópolis prioriza essa meta;

CONSIDERANDO o compromisso da atual gestão em promover a melhoria da qualidade da educação através da valorização dos seus profissionais,

R E S O L V E
Art. 1º – Criar o Grupo de Trabalho Intersetorial composto pelos seguintes membros:

Denilze de Oliveira, Alexandre Aragão Alves, Aaron Sampaio Saraiva de Oliveira, Lara da Cunha Rios, Fernanda da Silva Carvalho Rosa, Willians Alberto Campos Rocha, Helio Volgari Braga, Claudinei Portugal, Sheila Guimarães Frederico de Souza, André Gustavo Cunha Rocha e Roberto Rizzo Branco.

Art 2º – Caberá a este Grupo de Trabalho:
I – Analisar detalhadamente as implicações jurídicas, financeiras e administrativas da proposta a ser apreciada pelo Chefe do Executivo e posterior envio
para o Poder Legislativo.
II – Apresentar minuta do Plano de Cargos, Carreira e Salários dos servidores da Educação para apreciação do Chefe do Executivo e posterior envio para o Poder Legislativo.
Art. 3 º – O Grupo de Trabalho terá, para a conclusão de seus trabalhos, o prazo de até 45 (quarenta e cinco) dias, a contar da data de publicação da presente.

Gabinete do Prefeito de Petrópolis, em 14 de abril de 2011.

PAULO MUSTRANGI
Prefeito
Fonte: Diário Oficial

Ex-aluno agride vice-diretor em escola de Porto Alegre

Homem estaria procurando uma estudante de 14 anos para matá-la, sob influência da mãe. Ele teria dito que voltará ao local.


Um homem de 24 anos foi preso após invadir a Escola Estadual Fernando Gomes, no bairro Jardim do Salso, em Porto Alegre, e agredir o vice-diretor na terça-feira, dia 19.
Conforme a mãe de um estudante, que preferiu não se identificar, ele subiu as escadas, ligou para a mãe do seu celular e perguntou se era o local certo. Com a afirmativa, o jovem, que é ex-aluno da instituição, invadiu uma sala de aula onde estudam cerca de 30 alunos com idades entre 11 e 12 anos.
De acordo com testemunhas, ele tentou agredir um professor e quebrou classes e outros objetos. Quando saiu da sala de aula, o vice-diretor, Cláudio Humberto do Nascimento, tentou detê-lo e foi agredido com um soco. O homem, que tem antecedentes criminais por furto, roubo, tráfico e já esteve foragido, quebrou a porta de vidro da escola e fugiu.
Ele foi detido pelo pai de um estudante e preso pela Brigada Militar. Ao ser levado à delegacia, pagou fiança de R$ 500 e foi liberado. Testemunhas disseram que, na hora que estava sendo preso, falou que voltaria para terminar o que começou. Investigações dão conta de que ele agia por influência da mãe, que o mandou até a escola para falar com uma adolescente de 14 anos. Segundo a mãe do aluno que testemunhou a invasão da escola, a intenção do agressor era matar a estudante.
A ocorrência foi registrada como dano qualificado na Delegacia de Pronto Atendimento. A delegada Greice Vieira Ramos entendeu que o crime era afiançável.
SEGURANÇA – Na manhã desta quarta-feira, 20, as aulas foram mantidas, mas dois policiais militares foram encaminhados para fazer a segurança na escola. A diretora, Berenice Corsetti, afirma que o policiamento continuará nos próximos dias. Ela solicitou auxílio da 1ª Coordenadoria Regional de Educação para evitar que o ensino seja prejudicado no local.
Berenice pediu ajuda psicológica para alunos e professores. “Já entrei em contato com a Secretaria de Educação, falei com a assistente da secretária, que nos orientou a fazer o relato. Estamos pedindo para que os professores conversem com as crianças e orientem a hora da saída.”



Informações de Correio do Povo
http://novohamburgo.org/site/noticias/pelo-estado/2011/04/20/ex-aluno-agride-vice-diretor-em-escola-de-porto-alegre/

terça-feira, 19 de abril de 2011

Bullying: alarmismo e medo

Passado o cruel assassinato de adolescentes no Rio de Janeiro, declarações veiculadas na mídia ligaram o fato a ataques de bullying sofridos por Wellington na escola, o que agravou o estado de alarde sobre o tema.
Tenho visto como brigas na escola passaram, facilmente, a ser temidas como possíveis atos de bullying. O uso indiscriminado do termo denuncia a dificuldade de reflexão sobre o tema pela incômoda ligação que a violência contida nos atos de bullying tem com as baixas origens da espécie humana, pois nenhum outro ser apresenta a capacidade e o prazer no maltrato e na imposição intencional de dor e sofrimento a si e ao outro.
A erradicação do mal mediante a classificação e a transformação em doença tem sido a forma, via ciência, que foi encontrada para nos distanciar de qualquer responsabilização frente aos atos humanos considerados indignos.
Os grupos humanos na economia, na política e na academia têm uma tendência a se diferenciar pelo patrimônio, pelo nível de poder alcançado e pelo saber acumulado. Na coletividade isso faz com que os sudestinos se acreditem mais importantes que os nordestinos. As zonas de consagração acadêmica e literária do sul-sudeste tendem a menosprezar os literatos e cientistas do norte-nordeste.
O fetichismo consumista estimula o ódio destrutivo tanto na paz quanto na guerra. A crueldade do indivíduo ou do grupo nas condições do narcisismo estimulado pela mídia torna-se um problema de saúde pública tanto no trânsito quanto na escola. A vestimenta ou a mochila do colega são signos de status que estimulam a ira narcísica de uns e a revolta ou submissão de outros. A maldade dessa situação é tanto maior porque as pessoas com menor poder aquisitivo entram em desespero para atender às solicitações dos filhos.
Por outro lado, como na hierarquia consumológica o saber é menos importante que a aparência, os grupos desenvolvem refinadas técnicas de falsificação e mentira. Os que não entram na vulgar jogatina são tidos como esquisitos e na escola são chamados de nerds. O verbo inglês to bully significa amedrontar alguém para obrigá-la a fazer algo. Assim, o grupinho narcísico inconsciente das suas próprias fantasias tenta enquadrar ou expulsar “o diferente” que se tornou incômodo. O problema desta engrenagem consumista é que não há como parar a máquina senão destruindo-a.
A situação limite implica que dentro do contexto capitalista é impossível por fim a tal loucura. O mecanismo é tão extraordinariamente desumano que impede a ligação afetiva entre as pessoas, ao mesmo tempo em que anula a capacidade crítica do pensamento humano. As imagens substituem o discurso que a escola e a academia tentam por em marcha. Desde cedo, as crianças são condicionadas para, no futuro, se tornarem consumidores compulsivos, meta ideal desta engenhoca terrorífica.
Os escolares divididos hierarquicamente em grupos narcísicos marcados por pequenas diferenças invejam os considerados superiores, enquanto desprezam todos aqueles imaginados abaixo da escala estatutária. A crueldade infantil estimulada cria nas crianças estúpidas desigualdades, enquanto a juventude em desespero encontra no crack e na cocaína a ilusão da felicidade.
No caso das crianças e jovens, a Lei tem sido uma saída quando os mesmos escapam à autoridade dos pais e da escola. Na legislação brasileira a gravidade de um ato pode levar um jovem a sofrer a ação de medidas sócio-educativas e os pais serem obrigados a pagar indenizações.
Penso que um cuidado efetivo com essa questão exige a compreensão das perversões e agressividades dentro do arsenal humano de possibilidades estando implicadas numa história subjetiva, individual e social.
Lembro, ainda, que rivalidades e antipatias fazem parte dos relacionamentos e que não podemos classificar todos os desentendimentos no âmbito da crueldade com o outro.
Não podemos resumir ao bullying a violência vista em Realengo. A gravidade do ocorrido exige um debate mais amplo sobre a condição humana e a nossa sociedade.
Que o bom senso nos livre de um policiamento politicamente correto como o que ocorreu na sociedade americana. Em que, em meio ao combate ao assédio sexual, até uma criança foi acusada por beijar um coleguinha do jardim de infância.


angelaalcantara@yahoo.com.brEste endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. .
Angela Alcantara
Jornalista

Petrópolis, a cidade das contradições

Petrópolis é uma cidade cheia de contradições. Ela parece ser habitada por uma infinidade de diferenças, como toda metrópole. Nela se destacam, porém, as diferenças sociais, pautadas principalmente no poder econômico. Curiosamente essa distinção não é tão percebida no âmbito do comportamento ante a coisa pública.
É na crescente privatização do espaço público que vejo uma homogeneização dos petropolitanos de todas as camadas sociais. É também nesse território que suponho que deva ser trilhado o caminho para alcançarmos, no futuro, condições melhores do que as enfrentadas hoje.
A precarização crescente dos nossos serviços públicos retrata bem essa super valorização do âmbito privado. Uma cidade que quer crescer e dar condições de vida digna a sua população não pode privilegiar os interesses privados, antes que o público.
A força das ações individuais não pode se sobrepor aos interesses mais coletivos. Isso, no entanto, tem formado parte do nosso cotidiano em diferentes setores da nossa cidade e termina por ser naturalizado como um fenômeno de toda metrópole. No trânsito, na saúde, na educação. Tudo aponta pelo rechaço ao público e ao endeusamento do privado. A disseminação da prestação de serviços públicos como algo ineficiente, não é mentirosa, mas é perversamente reforçada.
Essa compreensão difundida em larga escala na esfera política penetra de forma clara nas relações sociais cotidianas. Cada vez mais vemos os petropolitanos assumirem comportamentos personalistas no trato da coisa pública. Estacionamento em locais proibidos, furar filas, em diversas situações, até mesmo no atendimento da saúde, atirar objetos pela janela dos veículos, ouvir música na altura que lhe convém.
Cotidianamente os laços sociais vão se esgarçando e fazendo da convivência coletiva algo difícil de suportar. A diferença passa a incomodar. Analisada de fora, entretanto, a distinção não está no comportamento, mas em elementos que retomam, sobretudo, valores mais externos da observação do outro – signos de consumo, condição social aparente, dentre outros.
O comportamento, no entanto, é cada vez mais semelhante. O menosprezo pelo público e pelo coletivo é algo que ameaça a própria cidade, mas advém de qualquer setor ou classe social.
Petrópolis deve investir cada vez mais na criação de um modelo de organização pública com respeito às diferenças individuais e grupais, mas sem privilégios. Sem isso corremos o risco de chegar aos 200 anos como um aglomerado humano em detrimento de sermos uma cidade.

angelaalcantara@yahoo.com.brEste endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. .
Angela Alcantara
Jornalista

Alunos agridem PMs e ameaçam professores

BRASÍLIA - O clima é de tensão no Centro de Ensino 4, em Guará, no Distrito Federal. Na última sexta-feira, um grupo de alunos agrediu policiais militares, depois de uma confusão em um ônibus escolar. Um rapaz teria sido retirado do ônibus, causando revolta em um grupo de estudantes, que agrediu os policiais. Dez alunos serão transferidos da escola.
- A informação que temos é que essas pessoas não são alunos e eles vinham junto com o ônibus. A gente não sabe qual o motivo, mas aparentemente é para passar droga - diz o tenente-coronel Eduardo Sousa.
Na segunda-feira, as aulas do turno vespertino foram suspensas. Professores se dizem inseguros e dizem que foram ameaçados. Nesta manhã, o policiamento foi reforçado, com duas motos, um carro e oito policiais militares. Estudantes fizeram prova e foram liberados mais cedo.
A Delegacia da Criança e do Adolescente ouviu nove estudantes envolvidos na agressão aos PMs. Três meninos e uma menina, entre 15 e 17 anos, foram levados para o Centro de Atendimento Juvenil Especializado (Caje), por ameaça, dano ao bem público, receptação de produto furtado e resistência à apreensão.
- A maioria desses adolescentes já tem problemas, saíram de outros colégios e foram matriculados naquela escola - diz o delegado Nivaldo Oliveira da Silva.
Na tarde de segunda, um grupo de alunos estourou bombas em latas de lixo e um professor foi atingido por uma pedra.
- A polícia estava recolhendo os alunos nos ônibus e, no meio da multidão, uma pedra me acertou - conta o professor, que não quis se identificar.
Moradores do Guará também andam preocupados. Em três dias, eles colheram mais de 200 assinaturas num abaixo assinado que pede o remanejamento de alunos que vêm da Cidade Estrutural, localizada às margens da DF-095. Mais de 90% das vagas da escola são destinadas a eles.
- Acho que se tivesse uma divisão de alunos, o problema poderia ser sanado - fala o prefeito comunitário José Maria Castro.
Os alunos reclamam do preconceito com os moradores da Cidade Estrutural.
A aluna Kamila Santos, 17 anos, que mora na Estrutural, defende que nem todos que vêm da cidade querem confusão.
- Por mais que tenha muitos alunos da Estrutural, não são todos que participam da bagunça. Tem muitos estudantes que querem estudar, como eu e outros da minha turma - diz ela.
A regional de ensino do Guará informou que todos 364 alunos que estudam no período vespertino são da Estrutural. Desses, 29 alunos têm mau comportamento e já está decidido que 10 deles, considerados os mais problemáticos, serão transferidos para outras escolas do Guará.
A regional também informou que, a partir da semana que vem, só vão embarcar nos ônibus que saem da Estrutural os alunos que apresentarem uma carteirinha com foto. Essa decisão é para evitar que estranhos se encaminhem para a escola.
Medidas preventivas estão sendo discutidas pelo Ministério Público, Vara da Infância e Juventude, Conselho Tutelar, Polícia Civil, Batalhão Escolar, direção e professores.
 

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Chacina na escola de um tempo pós-liberal

 

Por quê? Por quê? Após uma tragédia como a da escola de Realengo, esta é a questão. Por que as coisas ocorreram como ocorreram? Por que o ex-aluno se tornou o atirador que provocou a chacina?  Algumas dessas perguntas são importantes como perguntas retóricas. Fazem parte do processo de luto que já se inicia. Outras perguntas desse mesmo tipo não fazem parte do luto, são feitas por pessoas não próximas do evento, que querem entender e criar condições para que situações assim não ocorram. Ambas são importantes.  Mas, o luto é o luto; e as perguntas para prevenir, são as que pedem resposta.
A pior resposta é aquela que aponta para a “loucura” do atirador. Louco é louco. Quando dizemos que alguém foi possuído pela insanidade e atirou em outros, criando uma chacina, não dizemos absolutamente nada. Ou melhor, dizemos exatamente o que queremos ouvir: estamos diante do inevitável, pois ninguém pode saber quando alguém que, se parecendo depressivo ou solitário, irá sair disso para a “loucura propriamente dita”. Falando assim, tiramos dos ombros nossos e de toda a sociedade qualquer peso.
Outra resposta ruim é aquela que encontra na escola a culpa de tudo. A escola, que na verdade é vítima, é responsabilizada pelo crime. Os professores e diretores são, então, responsabilizados pelo fato de que um aluno, num ano indeterminado, sofreu bullying, e então voltou um dia para a vingança. Essa resposta é pior que a da “loucura”, pois ela também gera a inércia que se põe na vala do que precisamos para nos safarmos de qualquer responsabilidade, nós que não somos os professores daquela escola. Afinal, quem é que vai conseguir saber, não sendo professor lá, quando é que alguém que passou por bullying irá voltar? Aliás, em um determinado nível, a própria escola pode também não querer nem mesmo pensar no assunto, pois pode argumentar algo assim: como que é possível identificar quem sofreu bullying? Quem sofre o bullying é o silencioso, e a escola está preocupada com o “barulhento”, o “indisciplinado”, o que provoca o bullying. Não se muda essa cultura tão fácil. E, afinal de contas, ninguém quer marcar quem sofreu bullying, tudo é feito para que isso não vire um trauma, que seja esquecido. Ou esquecido seriamente ou simplesmente esquecido através da “vista grossa”.
Mas uma resposta melhor é que viria da investigação de outros elementos que criam o autor de chacinas em escolas ou coisas do tipo. Um traço comum dessas pessoas é a solidão. Os atiradores são pessoas silenciosas, com uma vida esvaziada e, enfim, com algo que todos podem notar: são sozinhas. Mas são sozinhas de uma maneira especial. Não que não tenham parentes ou amigos. Não! A questão é que elas não dividem, não contam, não conversam, não trocam. Elas não possuem necessidade de atirar em alguém, elas têm é necessidade de se comunicar. Tanto é que todos esses crimes são cometidos por pessoas que deixam cartas para serem lidas depois da chacina ou, ainda, deixam mensagens na Internet ou em outros meios em que avisam o que vão fazer, inclusive expondo motivos. Não importa se os motivos são inteligíveis ou não. Ou se são verdadeiros ou não. Ou se são trágicos ou não. A questão não é essa. Pois tudo isso é secundário. O ponto central é que a solidão e a falta de poder se comunicar, trocar informações e, enfim, ser ouvido, é o que está na base das motivações que geram o atirador que cria chacinas.
Por isso é que esses tipos aparecem mais em sociedades de massa. Os Estados Unidos e a Europa, onde todos estão com todos e, no entanto, muitos, estando com todos, estão sozinhos, são lugares onde é fácil que existam pessoas propensas às chacinas. O Brasil já é uma sociedade de massas e, por isso mesmo, também tem visto as chacinas ocorrerem. O caso da escola de Realengo não é um fato isolado. Mas, pelo número de mortes, foi para a TV, se igualando aos casos desse tipo no exterior. Todavia, quem acompanha a vida de perto sabe que a sociedade brasileira está vivendo tal coisa já há algum tempo. À medida que os jovens brasileiros puderem adquirir armas com a facilidade com que os jovens americanos as adquirem, essas chacinas serão mais espetacularmente parecidas com as dos países mais desenvolvidos. A base motivacional será, no entanto, a mesma: solidão da sociedade onde todos estão com todos o tempo todo. A solidão do excesso de não solidão. Ninguém pode mais ficar entre seus livros, na sua biblioteca, consigo mesmo – como o filósofo Montaigne dizia que ele adorava ficar. Essa solidão verdadeira, saudável, não existe mais. Na nossa sociedade a solidão é provocada pelo excesso de contato que, enfim, cria a sensação de que deveríamos ser populares, vencedores, estrelas de TV e, no entanto, não temos ainda o contato de troca como gostaríamos de ter.
Numa sociedade liberal e moderna, mas não ainda uma sociedade de massas, o que se pede aos indivíduos é que tenham as suas relações com um grupo de amigos, familiares ou de namoros. Mas numa sociedade liberal e moderna de massas, o que se exige dos indivíduos é que eles tenham um número de relações tão grande quanto o das celebridades dessas sociedades. Todos são estrelas. Devem ser estrelas. Precisam ser reconhecidos como estrelas. Precisam ser ouvidos e ganharem em trocas comunicacionais. Caso isso não ocorra, então, a saída é a destruição dessa sociedade. Se a sociedade é grande demais, eu, que sou o frustrado dessa sociedade, preciso ao menos destruir o meio mais próximo que a representa ou a representou na minha vida – a escola é um bom lugar para tal. Nesse caso, a destruição é o momento de não-anonimado. É o momento do fim da solidão. O momento da troca. A troca da dor. O contato e a vitória aparecem nessa troca. A troca da violência é, antes que vingança, um ato de solicitação da conversa. Quero ser ouvido, visto. Quero ser um indivíduo que tem um grande Facebook, que possa ser amado. Sou alguém que não é um lixo, um solitário. Ao menos na hora da minha morte.
Quando entendermos filosoficamente esse recado, talvez não possamos fazer muito pelas escolas a não ser colocar guaritas. Mas estaremos entendendo muito do que faz aparecer o autor de chacinas como a da escola de Realengo e, também, chacinas e comportamentos de banditismo em regiões pobres, ligados ou não ao tráfico de drogas. Há no banditismo em geral esse elemento de espetacularismo de quem precisa sair do anonimato. Quando entendermos isso filosoficamente, vamos entender muito do que temos construído como sociedade liberal moderna de massas ou, se quisermos, como uma sociedade pós-liberal ou pós-moderna.
© 2011 Paulo Ghiraldelli Jr., filósofo, escritor e professor da UFRRJ