MANIFESTO DA EDUCAÇÃO:


Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. Paulo Freire

sábado, 30 de abril de 2011

Professor tem de ficar 1/3 da jornada fora de sala, diz STF

Estados e municípios sofreram nesta quarta-feira uma nova derrota no Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte manteve uma regra que garante aos professores da educação básica o direito de ficar fora de sala de aula durante um terço da jornada de trabalho. Os educadores devem usar esse período para desenvolver atividades de planejamento de aulas e aperfeiçoamento profissional. 

http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,stf-impoe-derrota-a-estados-e-municipios-em-votacao-sobre-piso-salarial-dos-professores,711618,0.htm

Vamos ter que incluir essa Lei no PCCS.

sábado, 23 de abril de 2011

Estado é conivente com as milícias, acusa deputado ameaçado


A descoberta de que o grupo miliciano, supostamente comandado pelo vereador André Ferreira da Silva (PR), o Deco, pretendia assassinar o deputado deputado estadual Marcelo Freixo (Psol-RJ) não surpreendeu o parlamentar. A informação sobre o plano foi ventilada nesta quarta-feira (13), após operação de policiais da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado contra a milícia que atua na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Na ação, Deco acabou preso. A chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, também foi apontada como alvo.

Freixo, que presidiu a CPI das milícias em 2008, conta que já chegou a ser confrontado pelo vereador.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Aos servidores estaduais: Campanha salarial 2011

Atenção Servidor Estadual:

Está na hora de pararmos de aceitar as propostas esquizofrênicas desse "Governadorzinho", baixando a cabeça.

Nós, os educadores de verdade, sabemos que esse "Sistema de Metas", imposto pelo Estado, significa muito trabalho para os servidores e nenhuma melhoria real na educação. Governos anteriores implantaram sistemas semelhantes (Nova Escola), e o resultado é o atual - penúltimo IDEB do Brasil.

O quê o governo precisa é valorizar os profissionais da educação com Salários Dignos e não com promessas de abonos/salários extras, que podem ser cancelados ou reduzidos a qualquer tempo e que, você servidor, quando se aposentar, não irá receber.

Chega de Vale Isso, Vale Aquilo, Nova Esmola e da Política de Abonos (já consagrada ao fracasso).

  Depois de oito anos sem reajuste, queremos a reposição das perdas salariais já.


Prefeito publica o prazo para a implementação do PCCS

PORTARIA Nº 1.425 de 14 de abril de 2011
O Prefeito do Município de Petrópolis, usando de suas atribuições legais, e

CONSIDERANDO que na história de Petrópolis jamais houve a implantação de um Plano de Cargos, Carreira e Salários para os servidores da Educação;

CONSIDERANDO a necessidade de estudos de viabilidade que possibilitem a implantação de uma política permanente de recursos humanos, valorize os servidores e corrija as distorções acumuladas pela ausência de uma política de governo;

CONSIDERANDO que Sindicatos de Classe já entregaram as suas propostas para o Poder Público Municipal, através de processo democrático de diálogo ocorrido com a Secretaria de Educação, amplamente divulgado pelos meios de comunicação;

CONSIDERANDO que uma das metas do Plano Nacional de Educação é a implementação dos Planos de Carreira nos municípios brasileiros e o Plano Municipal de Educação de Petrópolis prioriza essa meta;

CONSIDERANDO o compromisso da atual gestão em promover a melhoria da qualidade da educação através da valorização dos seus profissionais,

R E S O L V E
Art. 1º – Criar o Grupo de Trabalho Intersetorial composto pelos seguintes membros:

Denilze de Oliveira, Alexandre Aragão Alves, Aaron Sampaio Saraiva de Oliveira, Lara da Cunha Rios, Fernanda da Silva Carvalho Rosa, Willians Alberto Campos Rocha, Helio Volgari Braga, Claudinei Portugal, Sheila Guimarães Frederico de Souza, André Gustavo Cunha Rocha e Roberto Rizzo Branco.

Art 2º – Caberá a este Grupo de Trabalho:
I – Analisar detalhadamente as implicações jurídicas, financeiras e administrativas da proposta a ser apreciada pelo Chefe do Executivo e posterior envio
para o Poder Legislativo.
II – Apresentar minuta do Plano de Cargos, Carreira e Salários dos servidores da Educação para apreciação do Chefe do Executivo e posterior envio para o Poder Legislativo.
Art. 3 º – O Grupo de Trabalho terá, para a conclusão de seus trabalhos, o prazo de até 45 (quarenta e cinco) dias, a contar da data de publicação da presente.

Gabinete do Prefeito de Petrópolis, em 14 de abril de 2011.

PAULO MUSTRANGI
Prefeito
Fonte: Diário Oficial

Ex-aluno agride vice-diretor em escola de Porto Alegre

Homem estaria procurando uma estudante de 14 anos para matá-la, sob influência da mãe. Ele teria dito que voltará ao local.


Um homem de 24 anos foi preso após invadir a Escola Estadual Fernando Gomes, no bairro Jardim do Salso, em Porto Alegre, e agredir o vice-diretor na terça-feira, dia 19.
Conforme a mãe de um estudante, que preferiu não se identificar, ele subiu as escadas, ligou para a mãe do seu celular e perguntou se era o local certo. Com a afirmativa, o jovem, que é ex-aluno da instituição, invadiu uma sala de aula onde estudam cerca de 30 alunos com idades entre 11 e 12 anos.
De acordo com testemunhas, ele tentou agredir um professor e quebrou classes e outros objetos. Quando saiu da sala de aula, o vice-diretor, Cláudio Humberto do Nascimento, tentou detê-lo e foi agredido com um soco. O homem, que tem antecedentes criminais por furto, roubo, tráfico e já esteve foragido, quebrou a porta de vidro da escola e fugiu.
Ele foi detido pelo pai de um estudante e preso pela Brigada Militar. Ao ser levado à delegacia, pagou fiança de R$ 500 e foi liberado. Testemunhas disseram que, na hora que estava sendo preso, falou que voltaria para terminar o que começou. Investigações dão conta de que ele agia por influência da mãe, que o mandou até a escola para falar com uma adolescente de 14 anos. Segundo a mãe do aluno que testemunhou a invasão da escola, a intenção do agressor era matar a estudante.
A ocorrência foi registrada como dano qualificado na Delegacia de Pronto Atendimento. A delegada Greice Vieira Ramos entendeu que o crime era afiançável.
SEGURANÇA – Na manhã desta quarta-feira, 20, as aulas foram mantidas, mas dois policiais militares foram encaminhados para fazer a segurança na escola. A diretora, Berenice Corsetti, afirma que o policiamento continuará nos próximos dias. Ela solicitou auxílio da 1ª Coordenadoria Regional de Educação para evitar que o ensino seja prejudicado no local.
Berenice pediu ajuda psicológica para alunos e professores. “Já entrei em contato com a Secretaria de Educação, falei com a assistente da secretária, que nos orientou a fazer o relato. Estamos pedindo para que os professores conversem com as crianças e orientem a hora da saída.”



Informações de Correio do Povo
http://novohamburgo.org/site/noticias/pelo-estado/2011/04/20/ex-aluno-agride-vice-diretor-em-escola-de-porto-alegre/

terça-feira, 19 de abril de 2011

Bullying: alarmismo e medo

Passado o cruel assassinato de adolescentes no Rio de Janeiro, declarações veiculadas na mídia ligaram o fato a ataques de bullying sofridos por Wellington na escola, o que agravou o estado de alarde sobre o tema.
Tenho visto como brigas na escola passaram, facilmente, a ser temidas como possíveis atos de bullying. O uso indiscriminado do termo denuncia a dificuldade de reflexão sobre o tema pela incômoda ligação que a violência contida nos atos de bullying tem com as baixas origens da espécie humana, pois nenhum outro ser apresenta a capacidade e o prazer no maltrato e na imposição intencional de dor e sofrimento a si e ao outro.
A erradicação do mal mediante a classificação e a transformação em doença tem sido a forma, via ciência, que foi encontrada para nos distanciar de qualquer responsabilização frente aos atos humanos considerados indignos.
Os grupos humanos na economia, na política e na academia têm uma tendência a se diferenciar pelo patrimônio, pelo nível de poder alcançado e pelo saber acumulado. Na coletividade isso faz com que os sudestinos se acreditem mais importantes que os nordestinos. As zonas de consagração acadêmica e literária do sul-sudeste tendem a menosprezar os literatos e cientistas do norte-nordeste.
O fetichismo consumista estimula o ódio destrutivo tanto na paz quanto na guerra. A crueldade do indivíduo ou do grupo nas condições do narcisismo estimulado pela mídia torna-se um problema de saúde pública tanto no trânsito quanto na escola. A vestimenta ou a mochila do colega são signos de status que estimulam a ira narcísica de uns e a revolta ou submissão de outros. A maldade dessa situação é tanto maior porque as pessoas com menor poder aquisitivo entram em desespero para atender às solicitações dos filhos.
Por outro lado, como na hierarquia consumológica o saber é menos importante que a aparência, os grupos desenvolvem refinadas técnicas de falsificação e mentira. Os que não entram na vulgar jogatina são tidos como esquisitos e na escola são chamados de nerds. O verbo inglês to bully significa amedrontar alguém para obrigá-la a fazer algo. Assim, o grupinho narcísico inconsciente das suas próprias fantasias tenta enquadrar ou expulsar “o diferente” que se tornou incômodo. O problema desta engrenagem consumista é que não há como parar a máquina senão destruindo-a.
A situação limite implica que dentro do contexto capitalista é impossível por fim a tal loucura. O mecanismo é tão extraordinariamente desumano que impede a ligação afetiva entre as pessoas, ao mesmo tempo em que anula a capacidade crítica do pensamento humano. As imagens substituem o discurso que a escola e a academia tentam por em marcha. Desde cedo, as crianças são condicionadas para, no futuro, se tornarem consumidores compulsivos, meta ideal desta engenhoca terrorífica.
Os escolares divididos hierarquicamente em grupos narcísicos marcados por pequenas diferenças invejam os considerados superiores, enquanto desprezam todos aqueles imaginados abaixo da escala estatutária. A crueldade infantil estimulada cria nas crianças estúpidas desigualdades, enquanto a juventude em desespero encontra no crack e na cocaína a ilusão da felicidade.
No caso das crianças e jovens, a Lei tem sido uma saída quando os mesmos escapam à autoridade dos pais e da escola. Na legislação brasileira a gravidade de um ato pode levar um jovem a sofrer a ação de medidas sócio-educativas e os pais serem obrigados a pagar indenizações.
Penso que um cuidado efetivo com essa questão exige a compreensão das perversões e agressividades dentro do arsenal humano de possibilidades estando implicadas numa história subjetiva, individual e social.
Lembro, ainda, que rivalidades e antipatias fazem parte dos relacionamentos e que não podemos classificar todos os desentendimentos no âmbito da crueldade com o outro.
Não podemos resumir ao bullying a violência vista em Realengo. A gravidade do ocorrido exige um debate mais amplo sobre a condição humana e a nossa sociedade.
Que o bom senso nos livre de um policiamento politicamente correto como o que ocorreu na sociedade americana. Em que, em meio ao combate ao assédio sexual, até uma criança foi acusada por beijar um coleguinha do jardim de infância.


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Angela Alcantara
Jornalista

Petrópolis, a cidade das contradições

Petrópolis é uma cidade cheia de contradições. Ela parece ser habitada por uma infinidade de diferenças, como toda metrópole. Nela se destacam, porém, as diferenças sociais, pautadas principalmente no poder econômico. Curiosamente essa distinção não é tão percebida no âmbito do comportamento ante a coisa pública.
É na crescente privatização do espaço público que vejo uma homogeneização dos petropolitanos de todas as camadas sociais. É também nesse território que suponho que deva ser trilhado o caminho para alcançarmos, no futuro, condições melhores do que as enfrentadas hoje.
A precarização crescente dos nossos serviços públicos retrata bem essa super valorização do âmbito privado. Uma cidade que quer crescer e dar condições de vida digna a sua população não pode privilegiar os interesses privados, antes que o público.
A força das ações individuais não pode se sobrepor aos interesses mais coletivos. Isso, no entanto, tem formado parte do nosso cotidiano em diferentes setores da nossa cidade e termina por ser naturalizado como um fenômeno de toda metrópole. No trânsito, na saúde, na educação. Tudo aponta pelo rechaço ao público e ao endeusamento do privado. A disseminação da prestação de serviços públicos como algo ineficiente, não é mentirosa, mas é perversamente reforçada.
Essa compreensão difundida em larga escala na esfera política penetra de forma clara nas relações sociais cotidianas. Cada vez mais vemos os petropolitanos assumirem comportamentos personalistas no trato da coisa pública. Estacionamento em locais proibidos, furar filas, em diversas situações, até mesmo no atendimento da saúde, atirar objetos pela janela dos veículos, ouvir música na altura que lhe convém.
Cotidianamente os laços sociais vão se esgarçando e fazendo da convivência coletiva algo difícil de suportar. A diferença passa a incomodar. Analisada de fora, entretanto, a distinção não está no comportamento, mas em elementos que retomam, sobretudo, valores mais externos da observação do outro – signos de consumo, condição social aparente, dentre outros.
O comportamento, no entanto, é cada vez mais semelhante. O menosprezo pelo público e pelo coletivo é algo que ameaça a própria cidade, mas advém de qualquer setor ou classe social.
Petrópolis deve investir cada vez mais na criação de um modelo de organização pública com respeito às diferenças individuais e grupais, mas sem privilégios. Sem isso corremos o risco de chegar aos 200 anos como um aglomerado humano em detrimento de sermos uma cidade.

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Angela Alcantara
Jornalista

Alunos agridem PMs e ameaçam professores

BRASÍLIA - O clima é de tensão no Centro de Ensino 4, em Guará, no Distrito Federal. Na última sexta-feira, um grupo de alunos agrediu policiais militares, depois de uma confusão em um ônibus escolar. Um rapaz teria sido retirado do ônibus, causando revolta em um grupo de estudantes, que agrediu os policiais. Dez alunos serão transferidos da escola.
- A informação que temos é que essas pessoas não são alunos e eles vinham junto com o ônibus. A gente não sabe qual o motivo, mas aparentemente é para passar droga - diz o tenente-coronel Eduardo Sousa.
Na segunda-feira, as aulas do turno vespertino foram suspensas. Professores se dizem inseguros e dizem que foram ameaçados. Nesta manhã, o policiamento foi reforçado, com duas motos, um carro e oito policiais militares. Estudantes fizeram prova e foram liberados mais cedo.
A Delegacia da Criança e do Adolescente ouviu nove estudantes envolvidos na agressão aos PMs. Três meninos e uma menina, entre 15 e 17 anos, foram levados para o Centro de Atendimento Juvenil Especializado (Caje), por ameaça, dano ao bem público, receptação de produto furtado e resistência à apreensão.
- A maioria desses adolescentes já tem problemas, saíram de outros colégios e foram matriculados naquela escola - diz o delegado Nivaldo Oliveira da Silva.
Na tarde de segunda, um grupo de alunos estourou bombas em latas de lixo e um professor foi atingido por uma pedra.
- A polícia estava recolhendo os alunos nos ônibus e, no meio da multidão, uma pedra me acertou - conta o professor, que não quis se identificar.
Moradores do Guará também andam preocupados. Em três dias, eles colheram mais de 200 assinaturas num abaixo assinado que pede o remanejamento de alunos que vêm da Cidade Estrutural, localizada às margens da DF-095. Mais de 90% das vagas da escola são destinadas a eles.
- Acho que se tivesse uma divisão de alunos, o problema poderia ser sanado - fala o prefeito comunitário José Maria Castro.
Os alunos reclamam do preconceito com os moradores da Cidade Estrutural.
A aluna Kamila Santos, 17 anos, que mora na Estrutural, defende que nem todos que vêm da cidade querem confusão.
- Por mais que tenha muitos alunos da Estrutural, não são todos que participam da bagunça. Tem muitos estudantes que querem estudar, como eu e outros da minha turma - diz ela.
A regional de ensino do Guará informou que todos 364 alunos que estudam no período vespertino são da Estrutural. Desses, 29 alunos têm mau comportamento e já está decidido que 10 deles, considerados os mais problemáticos, serão transferidos para outras escolas do Guará.
A regional também informou que, a partir da semana que vem, só vão embarcar nos ônibus que saem da Estrutural os alunos que apresentarem uma carteirinha com foto. Essa decisão é para evitar que estranhos se encaminhem para a escola.
Medidas preventivas estão sendo discutidas pelo Ministério Público, Vara da Infância e Juventude, Conselho Tutelar, Polícia Civil, Batalhão Escolar, direção e professores.
 

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Chacina na escola de um tempo pós-liberal

 

Por quê? Por quê? Após uma tragédia como a da escola de Realengo, esta é a questão. Por que as coisas ocorreram como ocorreram? Por que o ex-aluno se tornou o atirador que provocou a chacina?  Algumas dessas perguntas são importantes como perguntas retóricas. Fazem parte do processo de luto que já se inicia. Outras perguntas desse mesmo tipo não fazem parte do luto, são feitas por pessoas não próximas do evento, que querem entender e criar condições para que situações assim não ocorram. Ambas são importantes.  Mas, o luto é o luto; e as perguntas para prevenir, são as que pedem resposta.
A pior resposta é aquela que aponta para a “loucura” do atirador. Louco é louco. Quando dizemos que alguém foi possuído pela insanidade e atirou em outros, criando uma chacina, não dizemos absolutamente nada. Ou melhor, dizemos exatamente o que queremos ouvir: estamos diante do inevitável, pois ninguém pode saber quando alguém que, se parecendo depressivo ou solitário, irá sair disso para a “loucura propriamente dita”. Falando assim, tiramos dos ombros nossos e de toda a sociedade qualquer peso.
Outra resposta ruim é aquela que encontra na escola a culpa de tudo. A escola, que na verdade é vítima, é responsabilizada pelo crime. Os professores e diretores são, então, responsabilizados pelo fato de que um aluno, num ano indeterminado, sofreu bullying, e então voltou um dia para a vingança. Essa resposta é pior que a da “loucura”, pois ela também gera a inércia que se põe na vala do que precisamos para nos safarmos de qualquer responsabilidade, nós que não somos os professores daquela escola. Afinal, quem é que vai conseguir saber, não sendo professor lá, quando é que alguém que passou por bullying irá voltar? Aliás, em um determinado nível, a própria escola pode também não querer nem mesmo pensar no assunto, pois pode argumentar algo assim: como que é possível identificar quem sofreu bullying? Quem sofre o bullying é o silencioso, e a escola está preocupada com o “barulhento”, o “indisciplinado”, o que provoca o bullying. Não se muda essa cultura tão fácil. E, afinal de contas, ninguém quer marcar quem sofreu bullying, tudo é feito para que isso não vire um trauma, que seja esquecido. Ou esquecido seriamente ou simplesmente esquecido através da “vista grossa”.
Mas uma resposta melhor é que viria da investigação de outros elementos que criam o autor de chacinas em escolas ou coisas do tipo. Um traço comum dessas pessoas é a solidão. Os atiradores são pessoas silenciosas, com uma vida esvaziada e, enfim, com algo que todos podem notar: são sozinhas. Mas são sozinhas de uma maneira especial. Não que não tenham parentes ou amigos. Não! A questão é que elas não dividem, não contam, não conversam, não trocam. Elas não possuem necessidade de atirar em alguém, elas têm é necessidade de se comunicar. Tanto é que todos esses crimes são cometidos por pessoas que deixam cartas para serem lidas depois da chacina ou, ainda, deixam mensagens na Internet ou em outros meios em que avisam o que vão fazer, inclusive expondo motivos. Não importa se os motivos são inteligíveis ou não. Ou se são verdadeiros ou não. Ou se são trágicos ou não. A questão não é essa. Pois tudo isso é secundário. O ponto central é que a solidão e a falta de poder se comunicar, trocar informações e, enfim, ser ouvido, é o que está na base das motivações que geram o atirador que cria chacinas.
Por isso é que esses tipos aparecem mais em sociedades de massa. Os Estados Unidos e a Europa, onde todos estão com todos e, no entanto, muitos, estando com todos, estão sozinhos, são lugares onde é fácil que existam pessoas propensas às chacinas. O Brasil já é uma sociedade de massas e, por isso mesmo, também tem visto as chacinas ocorrerem. O caso da escola de Realengo não é um fato isolado. Mas, pelo número de mortes, foi para a TV, se igualando aos casos desse tipo no exterior. Todavia, quem acompanha a vida de perto sabe que a sociedade brasileira está vivendo tal coisa já há algum tempo. À medida que os jovens brasileiros puderem adquirir armas com a facilidade com que os jovens americanos as adquirem, essas chacinas serão mais espetacularmente parecidas com as dos países mais desenvolvidos. A base motivacional será, no entanto, a mesma: solidão da sociedade onde todos estão com todos o tempo todo. A solidão do excesso de não solidão. Ninguém pode mais ficar entre seus livros, na sua biblioteca, consigo mesmo – como o filósofo Montaigne dizia que ele adorava ficar. Essa solidão verdadeira, saudável, não existe mais. Na nossa sociedade a solidão é provocada pelo excesso de contato que, enfim, cria a sensação de que deveríamos ser populares, vencedores, estrelas de TV e, no entanto, não temos ainda o contato de troca como gostaríamos de ter.
Numa sociedade liberal e moderna, mas não ainda uma sociedade de massas, o que se pede aos indivíduos é que tenham as suas relações com um grupo de amigos, familiares ou de namoros. Mas numa sociedade liberal e moderna de massas, o que se exige dos indivíduos é que eles tenham um número de relações tão grande quanto o das celebridades dessas sociedades. Todos são estrelas. Devem ser estrelas. Precisam ser reconhecidos como estrelas. Precisam ser ouvidos e ganharem em trocas comunicacionais. Caso isso não ocorra, então, a saída é a destruição dessa sociedade. Se a sociedade é grande demais, eu, que sou o frustrado dessa sociedade, preciso ao menos destruir o meio mais próximo que a representa ou a representou na minha vida – a escola é um bom lugar para tal. Nesse caso, a destruição é o momento de não-anonimado. É o momento do fim da solidão. O momento da troca. A troca da dor. O contato e a vitória aparecem nessa troca. A troca da violência é, antes que vingança, um ato de solicitação da conversa. Quero ser ouvido, visto. Quero ser um indivíduo que tem um grande Facebook, que possa ser amado. Sou alguém que não é um lixo, um solitário. Ao menos na hora da minha morte.
Quando entendermos filosoficamente esse recado, talvez não possamos fazer muito pelas escolas a não ser colocar guaritas. Mas estaremos entendendo muito do que faz aparecer o autor de chacinas como a da escola de Realengo e, também, chacinas e comportamentos de banditismo em regiões pobres, ligados ou não ao tráfico de drogas. Há no banditismo em geral esse elemento de espetacularismo de quem precisa sair do anonimato. Quando entendermos isso filosoficamente, vamos entender muito do que temos construído como sociedade liberal moderna de massas ou, se quisermos, como uma sociedade pós-liberal ou pós-moderna.
© 2011 Paulo Ghiraldelli Jr., filósofo, escritor e professor da UFRRJ

Conselheiros eleitos, precisam mostrar independência do governo

Comed já tem novos conselheiros














     O secretário de Educação William Campos divulgou ontem a lista dos 20 conselheiros que passam a compor o Conselho Municipal de Educação (Comed) de Petrópolis pelos próximos dois anos, no qual serão responsáveis pela elaboração planos, metas e fiscalização da Educação na cidade. Pela primeira vez o programa conta com a participação de três diretores da rede municipal de ensino, além de representantes do governo, sindicatos e da sociedade civil. A escolha dos nomes aconteceu no último fim de semana durante a II Conferência Municipal de Educação (ComPetrópolis) na Universidade Católica de Petrópolis, Campus Benjamin Constant, onde foram reunidas cerca de 400 pessoas.
      Este é um momento de união de todos os segmentos da educação da cidade. Entre os quatro nomes indicados pelo prefeito Paulo Mustrangi para compor o COMED, dois são diretores de escolas munipais e o outro de um Centro de Educação Infantil (CEI). Isso trouxe um sentimento de confiança no bom trabalho que o governo vai oferecer pelos pais dos alunos, associação de moradores, profissionais e sindicalistas”, ressaltou o secretário de Educação William Campos.

Segue a lista dos membros titulares do COMED

PODER EXECUTIVO MUNICIPAL

Titular: Adenilson Honorato da Silva – gabinete do prefeito
Suplente: Yuri Moura – Coordenadoria da Juventude
Titular: Maia Carla Fonseca Vianna – diretora da Escola Águas Lindas
Suplente: Renê Tosta Fernandes – diretor do Liceu Municipal Prefeito Cordolino Ambrósio
Titular: Fernanda de Carvalho – Subsecretária de Finanças
Suplente: Lara da Cunha Rios – representante da Secretaria Municipal de Educação
Titular: Heloísa Josiele Santos Carreiro – diretora do CEI Carolina Amorim
Suplente: Cláudia Sá – da Subsecretaria de Educação Infantil

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

Titular: William Campos – secretário Municipal de Educação
Suplente: Cláudia Quintanilha – subsecretária de Ensino Fundamental
Titular: Andresa de Britto Chaves – da Subsecretaria de Educação Infantil
Suplente: Vivian Portilho Bambino – orientadora educacional da Secretaria de Educação
Titular: Márcia Rodrigues Alves – supervisora educacional
Suplente: Deise de Cássia S. A. pinto – supervisora educacional
Titular: Sandra Cristina Motta Bortolotti – da Subsecretaria de Educação Infantil
Suplente: Taís Bonfanti – da Subsecretaria de Educação Infantil

DIRETORIA REGIONAL PEDAGÓGICA SERRANA I (antiga Coordenadoria Regional Serrana III)

Titular: Lucileia Maria Araújo Mota
Suplente: Vania Beatriz Braun Bordignon

REPRESENTANTES DE CLASSE

Titular: SEPE – Rosimar Silveira Pinta
Suplente: SEPE – Patrícia Araújo da Silva
Titular: SINPRO (Sindicato dos Professores da Rede Particular) – Renato Freixiela de Oliveira
Suplente: SINPRO – Leonardo da Silva dos Santos Bastos

INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

Titular: Faculdade Arthur Sá Earp Neto
Suplente: Universidade Estácio de Sá
Titular: Universidade Católica de Petrópolis
Suplente: CEDERJ

REPRESENTANTES DOS DOCENTES

Titular: Ednea Valle de Mello – 104 votos – diretora da Escola São Jose do Caetitu
Suplente: Sergio Gonçalves da Cunha – 26 votos – diretor adjunto da E. M. Odete Fonseca

REPRESENTANTES DOS ALUNOS

Titular: Diego Vieira de Oliveira – APE (Associação Petropolitana dos Estudantes)
Suplente: Guilherme Pereira – APE

REPRESENTANTE DE PAIS E/OU RESPONSÁVEIS

Titular: Cristina Pereira – Liceu Municipal Carlos Chagas Filho
Suplente: Maria Francelina Fragoso da Silva – Liceu Municipal Prefeito Cordolino Ambrósio

ORGANIZAÇÕES SOCIAIS

Titular: Alexandre Sheremetie Junior – 100 votos – Associação dos Ex-alunos da UCP
Suplente: Amanda Oliveira Moraes – 52 votos – COMAC

REPRESENTANTE DO LEGISLATIVO MUNICIPAL

Titular: Thiago Damaceno
Suplente: João Tobias

CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (CMDCA)

Titular: Neusa Fernandes Pereira
Suplente: Mauricio Guedes

INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO

Titular: Noelma Simões da Costa – Academia Petropolitana de Educação
Suplente: Ataualpa Antonio Pereira Filho – Academia Petropolitana de Educação.


Esperamos que os colegas eleitos para o COMED, entendam a importância de defender os interesses da categoria e trabalhem para, realmente, melhorar a educação petropolitana.  Por culpa de alguns puxa-sacos e outros omissos, nossas escolas e creches estão a mercer da violência.

domingo, 10 de abril de 2011

Secretária diz que vai fazer a "Reinvenção da escola", mas promete apenas faxina


'Faremos a reinvenção da escola', diz secretária de educação do Rio

Local será limpo, pintado e vai ganhar aquário e mosaicos.

A secretária municipal de educação, Claudia Costin, afirmou neste domingo (10) em visita à Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, que na segunda-feira (11) a escola passará por uma reforma com pintura das salas, limpeza para remover o sangue e novas melhorias, como um aquário e mosaicos, para receber as crianças na semana seguinte.

10/04/2011 13h46 - Atualizado em 10/04/2011 15h54
 
http://g1.globo.com/Tragedia-em-Realengo/noticia/2011/04/faremos-reinvencao-da-escola-diz-secretaria-de-educacao-do-rio.html

Prefeito garante que PCCS sai ainda no seu governo

A Liga ficou preocupada com a declaração do Prefeito:  "-Eu disse que nós implementaríamos o PCCS no nosso governo e é o que vamos fazer."

Os Educadores Petropolitanos querem o PCCS no primeiro semestre de 2011, não em Dezembro de 2012.  

Aguardamos o envio do Projeto de Lei que cria o Plano de Cargos Carreiras e Salários - PCCS até a primeira semana de Maio deste ano, quando completamos um ano da greve histórica.

Caso isto não ocorra, se o Governo Municipal continuar enrolando a categoria, a LEP vai pra rua no dia 13 de Maio (com ou sem sindicado).

Em tempo: é melhor o Mustrangi aproveitar bem esse mandato, porque talvez ele nunca mais tenha outro.

 

Prefeito ratifica compromisso de implantar PCCS da Educação

Sáb, 09 de Abril de 2011 09:40
A Prefeitura de Petrópolis, por meio da Secretaria de Educação e do Conselho Municipal de Educação (COMED), iniciou a II Conferência Municipal de Educação (ComPetrópolis) ontem (8) na Universidade Católica de Petrópolis, Campus Benjamin Constant. O prefeito de Petrópolis, Paulo Mustrangi, aproveitou para ratificar sua luta pela criação do Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS) dos profissionais da educação.
“Temos um compromisso com a qualidade e não teremos qualidade se não valorizarmos o profissional. Eu disse que nós implementaríamos o PCCS no nosso governo e é o que vamos fazer. Vamos fazer justiça, mas com responsabilidade pública. Quero ratificar o meu compromisso de implantar o PCCS nessa cidade e tenho certeza de que os profissionais precisam ter estímulo e reconhecimento profissional para que tenhamos uma educação de qualidade”, declarou o prefeito de Petrópolis, Paulo Mustrangi. 


Fonte: Ascom PMP

sábado, 9 de abril de 2011

Alunos do Rio Branco fazem homenagem a mortos em tragédia no Rio

Estudantes combinaram ato pelo Facebook e apareceram no colégio de camisa preta; especialista defende discussão do crime em sala de aula


Alunos do ensino médio do Colégio Rio Branco em Higienópolis, região central de São Paulo, promoveram na manhã desta sexta-feira, 8, um ato para homenagear as crianças mortas no atentado ocorrido ontem em uma escola carioca. Vestidos de preto, os estudantes fizeram um minuto de silêncio, confeccionaram cartazes de repúdio a violência e cantaram músicas que enfatizam o sentimento de solidariedade.
O movimento foi organizado pelos alunos do 3.º ano no Facebook e contou com a participação de colegas das outras séries, representantes da direção e funcionários do colégio. Segundo a orientadora educacional do ensino médio, Leda Soares, os estudantes manifestaram "medo", mas "de forma velada". "Este medo não os paralisou, mas os motivou a demonstrar solidariedade às famílias das crianças", diz a psicóloga.
Depois que todos cantaram juntos músicas como Dias Melhores, do Jota Quest, e Epitáfio, do Titãs, os orientadores educacionais do Rio Branco conversaram com os jovens. "Dissemos que todos estamos abalados com o que houve e valorizamos a iniciativa dos alunos", conta Leda. "Não falamos muito, porque o momento não é de palavras, mas de reflexão."
Manifestações como a do Colégio Rio Branco devem ser repetidas em outras escolas, defende a professora de psicologia de educação da Faculdade de Educação da USP Silvia Colello. "O que aconteceu no Rio de Janeiro merece destaque não só porque está em relevo na mídia. Da tragédia, podemos extrair aprendizagem de princípios e valores", diz a docente. Para ela, as escolas precisam discutir questões como violência, solidariedade e relações humanas.
Neste momento, diz Silvia, é importante para o colégio escutar o aluno e acolher suas angústias. Depois, abrir espaço para reflexão sobre os motivos do crime e, por fim, pensar no que pode ser feito para impedir situações semelhantes. Mas ela alerta: o assunto precisa ser tratado com graus de profundidade diferente, dependendo da faixa etária dos estudantes. "E lembrar sempre que a escola é um espaço de valorização da vida", afirma a professora.
O Colégio Batista Brasileiro, em Perdizes, zona oeste, pretende seguir essa orientação. Hoje à tarde, a direção da escola se reuniu para discutir como vai abordar a chacina do Rio com seus alunos do ensino infantil ao médio. Segundo a coordenadora do ensino fundamental, Selma Guedes, o momento é de acalmar as crianças. "Elas estão muito estressadas. Tentamos desviar a atenção para as coisas boas da escola. Mas é claro que o trauma vai ficar."
No Magister, em Interlagos, zona sul, o professor de filosofia das turmas do ensino fundamental, Clayton Fernandes, deixou de lado as aulas do 8.º e 9.º anos preparadas para hoje e discutiu a tragédia do Rio com seus alunos. "Eles já chegaram falando disso, porque não esperavam que acontecesse dentro de uma escola e com crianças da idade deles", diz Fernandes. "Acho que estavam ansiosos para desabafar."
O professor conta que trabalha o tema violência a partir de estudos de caso, como os recentes registros de agressão a gays na Avenida Paulista e o assassinato do índio Galdino Jesus dos Santos, em Brasília, em 1997. Hoje, Fernandes aproveitou para falar mais uma vez sobre bullying. "Qualquer violência gera reação", destacou.
A direção do Vértice, colégio do Campo Belo, zona sul, não desenvolveu atividades especiais para discutir em sala de aula o que aconteceu no Rio. "O tema violência já está na pauta de nossos processos de ensino e aprendizagem", explica o diretor Adilson Garcia. "Mostramos a nossos alunos que estamos aqui para ajudá-los a compreender melhor a tragédia e, principalmente, para protegê-los."

http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,alunos-do-rio-branco-fazem-homenagem-a-mortos-em-tragedia-no-rio,703727,0.htm

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Infelizmente, tragédia já era anunciada.

Depois de tantas denúncias, a violência escolar no Brasil, chegou ao seu auge hoje.

Atirador entra em escola em Realengo, mata alunos e se suicida

Segundo hospital, 11 estudantes morreram na Zona Oeste do Rio.  Atirador tinha 24 anos e foi aluno da escola. Em carta, disse que tinha HIV.

Wellington Menezes de Oliveira, homem que atirou contra escola municipal Tasso da Silveira,
em Realengo.
Um homem de 23 anos entrou em uma escola municipal na Zona Oeste do Rio na manhã desta quinta-feira (7), atirou contra alunos em salas de aula lotadas, foi atingido por um policial e se suicidou. O crime foi por volta das 8h30.

Segundo o diretor do hospital para onde as vítimas foram levadas, 11 crianças morreram (10 meninas e 1 menino) e 13 ficaram feridas (10 meninas e 3 meninos). As crianças têm idades entre 12 e 14 anos.
Segundo autoridades, o nome do atirador é Wellington Menezes de Oliveira e ele é ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo, onde foi o ataque. Seu corpo foi retirado por volta das 12h20, segundo os bombeiros. De acordo com polícia, Wellington não tinha antecedentes criminais.

A polícia diz que ele portava dois revólveres calibre 38 e equipamento para recarregar rapidamente a arma. Esse tipo de revólver tem capacidade para 6 balas. Segundo testemunhas, Wellington baleou duas pessoas ainda do lado de fora da escola e entrou no colégio dizendo que faria uma palestra.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, ele falou com uma professora e seguiu para uma sala de aula. O barulho dos tiros atraiu muitas pessoas para perto da escola.

O sargento Márcio Alves, da Polícia Militar, fazia uma blitz perto da escola e diz foi chamado por um aluno baleado. "Seguimos para a escola. Eu cheguei, já estavam ocorrendo os tiros, e, no segundo andar, eu encontrei o meliante saindo de uma sala. Ele apontou a arma em minha direção, foi baleado, caiu na escada e, em seguida, cometeu suicídio", disse o policial.

A escola foi isolada, e os feridos foram levados para hospitais. Os casos mais graves foram levados para o hospital estadual Albert Schweitzer, que fica no mesmo bairro o colégio.

Sobrevivente conta como foiUma das alunas lembra os momentos de terror na unidade. A menina de 12 anos disse que viu o atirador entrar na escola. Ela estava dentro da sala de aula quando ele abriu fogo contra os alunos.
“Ele começou a atirar. Eu me agachei e, quando vi, minha amiga estava atingida. Ele matou minha amiga dentro da minha sala”, conta ela, que afirma que estava no pátio na hora em que o atirador entrou na escola.
“Ele estava bem vestido. Subiu para o segundo andar e eu ouvi dois tiros. Depois, todos os alunos subiram para suas salas. Depois ele subiu para o terceiro andar, onde é a minha sala, entrou e começou a atirar”, completou.

Atirador diz, em carta, que tinha HIV
O subprefeito da Zona Oeste, Edmar Peixoto, afirmou que Wellington Menezes deixou uma carta em que contava ser portador do vírus HIV. Segundo a Polícia Militar, ele era ex-aluno.

De acordo com o coronel Djalma Beltrami, a carta de Wellington tinha inscrições complicadas. “Ele tinha a determinação de se suicidar depois da tragédia”, contou Beltrami. A carta foi entregue a agentes da Divisão de Homicídios.

Conhecido na escola por ser ex-aluno, ele teria entrado sob alegação de que iria fazer uma palestra. Segundo a polícia ele usou dois revólveres, que chegou a recarregar várias vezes.

07/04/2011 13h06 - Atualizado em 07/04/2011 15h14
 
http://g1.globo.com/Tragedia-em-Realengo/noticia/2011/04/atirador-entra-em-escola-em-realengo-mata-alunos-e-se-suicida.html

sábado, 2 de abril de 2011

O governadorzinho Serginho, esta implantando no Rio o mesmo sistema de bônus em vigor no Estado de SP.

O Estado quer comprar "boa vontade" pedagógica dos professores com a promessa de bônus. Aquelas escolas que apresentarem melhorias nos índices estabelecidos pelo Governo Estadual, receberão salários extras na forma de bonificação.

O grande problema são os itens que compoem esses índices.  Na prática, eles não garatem melhorias na qualidade da educação.  As gestoras são as responsáveis pela fiscalização dessas metas, uma espécie de cafetão pedagógico.  Uma escola de Petrópolis vistoriada essa semana, perdeu pontos porque não tinha lixeira próxima a quadra esportiva e porque acumulava trabalhos de cartolina na sala dos professores.  Evidentemente, esses itens estão muito aquem do que esperaríamos de um Governo sério.

Mas os Governos Estaduais já sabem: não aceitamos mais, gratuitamente, as medidas descabidas dos Governos.  Agora, nós nos prostituimos.


SP reduz à metade bônus de professores

Queda do desemprenho de alunos no Saresp contribuiu para cálculo do índice de metas - 01 de abril de 2011 | 10h 42

A bonificação paga ontem pela Secretaria Estadual da Educação aos professores da rede pública - determinada pelo desempenho dos alunos - caiu pela metade em relação ao ano passado. O valor pago a 190 mil funcionários, de 3.778 escolas - 75% das 5.019 unidades estaduais - foi de R$ 340 milhões. Em 2010, foram concedidos R$ 655 milhões.
Jonne Roriz/AE-27/3/2009
Cerca de 190 mil profissionais de 3.778 escolas do Estado receberão o bônus
A diminuição do valor pago se deve, principalmente, à queda do desempenho dos alunos no Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) e à grande rotatividade de professores.
Na comparação com o ano passado, o número de escolas que não receberam o bônus triplicou. Em 2010, 510 colégios (9,9% do total) ficaram sem a bonificação. Neste ano, foram 1.474 escolas, o que representa 29,1% da rede pública do Estado.

O cálculo do índice corresponde à soma de quanto cada uma das 5 mil escolas públicas de todo o Estado cumpriram de sua meta de desempenho (cada colégio tem uma meta específica com base na sua própria realidade), mais o adicional por qualidade, concedido às escolas que superam o que foi estipulado.
Desempenho. As escolas da extrema zona leste da capital têm as piores médias de desempenho de estudantes da cidade. A diretoria chamada Leste 2, que reúne 90 escolas de bairros como Itaim Paulista, Guaianases, Itaquera, Lajeado, São Miguel e Vila Curuçá, obteve 0,278 no índice de cumprimento de metas estabelecido pela Secretaria de Estado da Educação. A escala do índice vai de 0 a 1.
O índice é cerca de metade do que obteve uma área nobre da própria zona leste - bairros como Belém e Tatuapé conseguiram 0,469 - e bem abaixo da pontuação da Norte 2. Essa última diretoria congrega bairros como Jaçanã, Mandaqui e Tucuruvi, que alcançaram 0,6 - o melhor desempenho na capital. Os dados mostram que quanto mais periférico é o bairro, mais baixo é o rendimento dos estudantes.
Interior. O pior desempenho do Estado foi observado no interior. A diretoria de ensino de Itararé, a 280 km de São Paulo, conseguiu apenas 0,190. Sertãozinho também está no final da lista, com 0,201. Já a cidade de Taquaritinga, na região de Ribeirão obteve o melhor índice no cumprimento das metas: 0,823.
"A meta torna a escola mais objetiva, mas é preciso ver se o que pedem é plausível. O problema da evasão, por exemplo, não depende só dos professores", afirma Ocimar Avelarse, da Faculdade de Educação da USP.
PARA ENTENDER
O bônus por resultado é calculado pelo governo de acordo com a evolução do Índice de Desenvolvimento da Educação de São Paulo (Idesp) de cada uma das 5 mil escolas estaduais e proporcional ao resultado de cada unidade.
Se as metas são totalmente atingidas, as equipes escolares ganham o equivalente a 2,4 salários.
Se a escola atingiu 50% de sua meta, os funcionários recebem 50% do bônus (ou seja, 1,2 salário a mais) e assim consecutivamente. Para os que trabalham nas unidades que superaram a meta, o bônus pode chegar a 2,9 salários.

http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,sp-reduz-a-metade-bonus-de-professores,700343,0.htm