MANIFESTO DA EDUCAÇÃO:


Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. Paulo Freire

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Mobilização de Servidores conquista Reajuste e Plano de Carreira


Essas conquistas são da categoria.  Não foi favor de ninguém, ao contrário, foi arrancado na marra, na raça.  Não temos que agraceder a Prefeito nenhum, a vereador nenhum.  Merito único e exclusivo do servidor.  Esperamos que esse seja o início de uma nova forma de tratar os servidores, neste e em outros governos.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Avançou, mas não foi o combinado...

Durante um ano os servidores se reuniram com os represetantes do governo para formular o PCCS.  Depois muita negociação e entendimento a prefeitura elaborou um plano completamente diferente e mandou à Câmara. Estamos tendo que negociar tudo de novo.

Queremos o Plano original, construido em parceria, não esse remendo!

Vereadores votam hoje na Câmara projeto do novo plano

Ter, 12 de Julho de 2011 09:02
 
          Os vereadores votam hoje, a partir das 16h, o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) da Educação, com grande movimentação dos profissionais da Educação, que vão acompanhar a sessão na Câmara. Para o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), uma das grandes vitórias é a retirada do artigo 57, que criava carência de 24 meses para pedir aposentadoria e a possibilidade de negociação a partir de 7,5% para o tempo de serviço, sendo que o governo defendia até o momento 5% e a proposta do Sepe é de 12%.
           Com relação à regência de classe, os vereadores votam uma emenda de 25% para todos os professores e 30% para os de classe especial, sendo que a proposta do Sepe é de 30% para todos, e do Governo de 20% para os professores da educação básica e 25% para os de classe especial. Outra emenda que será votada pelos vereadores é relativa ao respeito à lei federal sobre o número de alunos em sala de aula e não à proposta do Governo, que, de acordo com o Sepe, contraria a legislação. 
           Com relação ao artigo 57, que fala sobre a carência para aposentadoria, além de retirar este artigo, os vereadores apresentam uma emenda garantindo a regência, triênio, quinquênio e ainda um abono de permanência de 20%. O presidente da Câmara, vereador Paulo Igor, disse que desta maneira atende ao Sepe, por considerar injusta a carência para quem está prestes a se aposentar.
           Entre outras propostas que serão defendidas pelos vereadores está a de que o servidor da Educação que for cedido a outras secretarias ou entidades, o ônus será da entidade para a qual está prestando serviço. O Sepe defende a alteração da data base da Educação, mas a Câmara Municipal vai manter em julho. De acordo com a diretoria do Sepe, 80% das propostas de emendas foram aceitas pelos vereadores.
Tribuna de Petrópolis

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Carta Aberta aos Vereadores de Petrópolis


Ilmos Srs Vereadores do Munícipio de Petrópolis

Felizmente, a democracia brasileira está em acelerado processo de aprimoramento.  A população, a cada dia, aprende mais sobre como pode exercer sua cidadania. Através de várias articulações e manifestações públicas de insatisfação, os Educadores de Petrópolis conquistaram a chance histórica de construir um Plano de Cargos Carreiras e Salários, condição essencial para a elevação da qualidade da educação pública em nosso município.

Um ano após a greve que mudou o rumo da política educacional petropolitana, os servidores estão prontos para concluir um projeto de valorização da educação.  No entanto, o governo municipal ainda não entendeu as reais necessidades dos educadores.  Não faremos uma lista das diversas dificuldades que enfrentamos diariamente, pois temos certeza de que os senhores estão familiarizados com elas.

O motivo desta correspondência é convidar os ilustrissímos vereadores a compartilharem com a categoria os louros dessa vitória.  A Câmara Municipal de Petrópolis pode participar ativamente dessa conquista e será reconhecida por todos os servidores da educação por isso. A maior categoria de servidores desta Prefeitura, com certeza tem papel relevante na determinação dos rumos políticos na nossa cidade, ajudando a esclarecer a população petropolitana sobre os compromissos de seus represetantes eleitos.

Durante a sessão de amanhã (12/07/2011) estaremos atentos a posição de cada vereador.  Saberemos, durante a votação, distinguir aqueles que, realmente, se comprometeram com uma educação pública de qualidade - que atende a maior parte da população - daqueles que se venderam aos favores do executivo - prejudicando o servidor e toda a população que depende dos serviços educacionais da rede municipal.

Estamos certos que Vossas Senhorias estão cientes da res ponsabilidade e das repercurssões que poderão advir do resultado da votação que se aproxima.  Nós, educadores, estamos mobilizados para comemorar, juntamente com os Senhores, as conquistas desse Plano.  Assim como, também, estamos dispostos a continuar lutando por aquelas que nos forem negadas no primeiro momento.

Muito respeitosamente,
Liga dos Educadores Petropolitanos.

www.ligadosservidorespetropolitanos.blogspot.com   

sábado, 9 de julho de 2011

Professora Amanda Gurgel recusa prêmio


Natal, 02 de julho de 2011

Por que não aceitei o prêmio do PNBE

Nesta segunda, o Pensamento Nacional de Bases Empresariais (PNBE) vai  entregar o prêmio ?Brasileiros de Valor 2011?. O júri me escolheu, mas, depois de analisar um pouco, decidi recusar o prêmio.

Mandei essa carta aí embaixo para a organização, agradecendo e expondo os motivos pelos quais não iria receber a premiação. Minha luta é outra.


Prezado júri do 19º Prêmio PNBE,

Recebi comunicado notificando que este júri decidiu conferir-me o prêmio de 2011 na categoria Educador de Valor, ?pela relevante posição a favor da dignidade humana e o amor a educação?. A  premiação é importante reconhecimento do movimento reivindicativo dos professores, de seu papel central no processo educativo e na vida de nosso país. A dramática situação na qual se encontra hoje a escola brasileira tem acarretado uma inédita desvalorização do trabalho docente. Os salários aviltantes, as péssimas condições de trabalho, as absurdas exigências por parte das secretarias e do Ministério da Educação fazem com que seja cada vez maior o número de professores talentosos que após um curto e angustiante período de exercício da docência exonera-se em busca de melhores condições de vida e trabalho.

Embora exista desde 1994 esta é a primeira vez que esse prêmio é destinado a uma professora comprometida com o movimento reivindicativo de sua categoria. Evidenciando suas prioridades, esse mesmo prêmio foi antes de mim destinado à Fundação Bradesco, à Fundação Victor Civita (editora Abril), ao Canal Futura (mantido pela Rede Globo) e a empresários da educação. Em categorias diferentes também foram agraciadas com ele corporações como Banco Itaú, Embraer, Natura Cosméticos, McDonald?s, Brasil Telecon e Casas Bahia, bem como a políticos tradicionais como Fernando Henrique Cardoso, Pedro Simon, Gabriel Chalita e Marina Silva.

A minha luta é muito diferente dessas instituições, empresas e personalidades. Minha luta é igual a de milhares de professores da rede pública. É um combate pelo ensino público, gratuito e de qualidade, pela valorização do trabalho docente e para que 10% do Produto Interno Bruto seja destinado imediatamente para a educação. Os pressupostos dessa luta são diametralmente diferentes daqueles que norteiam o PNBE. Entidade empresarial fundada no final da década de
1980, esta manteve sempre seu compromisso com a economia de mercado. Assim como o movimento dos professores sou contrária à mercantilização do ensino e ao modelo empreendedorista defendido pelo PNBE. A educação não é uma mercadoria, mas um direito inalienável de todo ser humano. Ela não é uma atividade que possa ser gerenciada por meio de um modelo empresarial, mas um bem público que deve ser administrado de modo eficiente e sem perder de vista sua finalidade.

Oponho-me à privatização da educação, às parcerias empresa-escola e às chamadas ?organizações da sociedade civil de interesse público? (Oscips), utilizadas para desobrigar o Estado de seu dever para com o ensino público. Defendo que 10% do PIB seja destinado exclusivamente para instituições educacionais estatais e gratuitas. Não quero que nenhum centavo seja dirigido para organizações que se autodenominam amigas ou parceiras da escola, mas que encaram estas apenas como uma oportunidade de marketing ou, simplesmente, de negócios e desoneração fiscal.

Por essa razão, não posso aceitar esse Prêmio. Aceitá-lo significaria renunciar a tudo por que tenho lutado desde 2001, quando ingressei em uma Universidade pública, que era gradativamente privatizada, muito embora somente dez anos depois, por força da internet, a minha voz tenha sido ouvida, ecoando a voz de milhões de trabalhadores e estudantes do Brasil inteiro que hoje compartilham comigo suas angústias históricas. Prefiro, então, recusá-lo e ficar com meus ideais, ao lado de meus companheiros e longe dos empresários da educação.

Saudações,
Professora Amanda Gurgel