MANIFESTO DA EDUCAÇÃO:


Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. Paulo Freire

domingo, 7 de agosto de 2011

Violência cresce dentro e fora das escolas petropolitanas


O número de registros envolvendo adolescentes dentro e fora das escolas vem crescendo a cada ano. Só nos seis primeiros meses deste ano, a Ronda Escolar registrou 52 ocorrências de violência, desacato, furto, aliciamento de menores, consumo de bebidas e ameaças, entre outros. Até o primeiro semestre, foram 10 casos relacionados com brigas ou agressões. O número é o dobro do registrado no mesmo período do ano passado – quando foram contabilizadas cinco ocorrências deste tipo. Em todo o primeiro semestre de 2010 foram registradas 39 casos.
As estatísticas da Ronda Escolar impressionam e até casos de adolescentes mantendo relações sexuais dentro da escola foram registrados. O mês de março deste ano foi o que apresentou um maior número de registros – foram 21 casos incluindo ameaças, agressões físicas, ato obsceno, invasões à escola, porte de arma e danos ao patrimônio. No mesmo mês de 2010, foram ao todo nove registros sendo apenas um caso de briga entre alunos e dois de agressão. Já em 2009, a Ronda Escolar registrou ao todo 16 ocorrências, sendo que em nenhum deles houve briga entre menores.
Para o comandante da Guarda Municipal, Eliel Silveira, a maioria dos casos ocorre em escolas próximas a regiões mais carentes como Quitandinha, Independência e Retiro. “Esses locais geralmente contam com uma incidência maior do tráfico de drogas e isso contribuiu muito para a violência. Isso sem falar na falta de apoio familiar. Em muitos casos, nós percebemos que não há uma estrutura familiar e os menores acabam levando essa violência e falta de apoio para as ruas e principalmente para a escola, onde eles passam boa parte do tempo”, comentou Silveira.
Segundo o comandante da Guarda, 70% dos casos de violência envolvem meninas entre 14 e 16 anos. De acordo com ele, elas são a maioria das vítimas e das agressoras também. “As denúncias que recebemos sempre contam com o envolvimento de meninas. Elas brigam pelo namorado, brigam pelo cabelo, brigam pela festa, implicam com as outra alunas. Enfim, elas brigam por tudo”, brincou.
De acordo com o comandante, as regiões onde há um aumento nas ocorrências são mapeadas para um melhor monitoramento. “Quando percebemos esse aumento, colocamos uma viatura para monitorar e coibir as ações. Fizemos isso em Itaipava e no Centro e deu certo”, frisou. De acordo com ele, além do monitoramento nos arredores das escolas, as equipes da Ronda Escolar também realizam palestras nas unidades. “Nosso objetivo é trabalhar junto com as diretores e professores e estar sempre junto aos alunos”, enfatizou o comandante.

Tribuna de Petrópolis, 06/08/2011