MANIFESTO DA EDUCAÇÃO:


Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. Paulo Freire

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Professor que não luta, não tem nada a ensinar


         A massificação das manifestações populares que ocorreram no Brasil, especialmente, a partir de Junho deste ano, foi um fenômeno social surpreendente. De repente uma enxurrada de gente toma as ruas, ávidos por novos/velhos paradigmas: honestidade, democracia, justiça social.  Milhões de pessoas, espalhados por todo o Brasil, quase simultaneamente, exigiam que seus direitos constitucionais fossem respeitados.  Uma verdadeira aula de cidadania e democracia.
            A escola brasileira, em geral, se auto-proclama uma defensora de valores democráticos e promotora da cidadania.  Mas, como dizia Paulo Freire, “é necessário que nossas falas sejam corporificadas pelo exemplo”, ou seja, que nossas práticas não sejam negadoras daquilo que defendemos.
       Dentro de uma escola, quase diariamente, ouve-se a queixa dos insatisfeitos.  Muitas são as reclamações porque muitas são as razões.  Observando as conversas no interior de muitas escolas, constatamos que entre o discurso favorável e o exercício efetivo da cidadania há uma longa distância.
            A democracia precisa de cidadãos ativos, informados e responsáveis para assumir o seu papel na comunidade e contribuir para o processo político. Perante a diversidade e complexidade das sociedades do nosso tempo o discurso não é suficiente para formar o cidadão.
            A escola pode ser a grande mediadora do conhecimento necessário à comunidade, para que ela possa construir realidades mais humanas para viver. Como afirma Paulo Freire, o conhecimento não é neutro. Ele possui uma função social. Na perspectiva emancipadora, ele deve contribuir para compreender mais criticamente a realidade vivida, para, assim, compreendendo-a mais profundamente, termos condições de agir sobre ela, transformando-a para melhor. Nesse sentido, o ponto de partida do processo de construção de conhecimento será a prática social concreta e a realidade onde ela acontece.
            Podemos e devemos fazer da escola esse espaço da promoção e da vivência dos valores da liberdade, da justiça, da solidariedade, da cooperação, da tolerância e da paz. Criar, influenciar, compartilhar e consolidar mentalidades, costumes, atitudes, hábitos e comportamentos que respeitem o direito à vida. Propiciar aos educandos o desenvolvimento da capacidade de perceber as consequências pessoais e sociais de suas escolhas. Construir o senso de responsabilidade. Tornar o cidadão participante, crítico, responsável e comprometido com a mudança das práticas e condições da sociedade que violam ou negam os direitos humanos é fundamental para um país democrático e justo.
            A participação é uma construção histórica e social. Exige aprendizado continuado. A escola não pode se furtar de criar condições para aprender a fazer. Essas práticas não estão consolidadas entre nós. Nossa história de participação e democracia é muito recente.Ninguém vive plenamente a democracia nem tampouco a ajuda a crescer, primeiro se é interditado no seu direito de falar, de ter voz, de fazer o seu discurso crítico; segundo, se não se engaja, de uma ou de outra forma,na briga em defesa deste direito,que no fundo, é o direito também a atuar.”- Paulo Freire,1997.
            Principalmente, neste momento de inflamação social, torna-se necessário acentuar uma educação que combata eficientemente a alienação, não por discursos e retóricas, mas por exemplos concretos de combatividade. Precisamos cada vez mais de professores verdadeiramente comprometidos, agentes sociais engajados na luta pela conquista da própria cidadania, capazes de disseminar idéias e conceitos.  Pois em uma sociedade tão desigual, injusta, onde os representantes do povo enganam aqueles que os elegeram, roubam os cofres do Estado, o que resta para as gerações futuras é a esperança de que esses cidadãos compromissados com a educação, com a exigência da justiça e do direito ao exercício da cidadania cumpram com seu dever e sigam firmes em seus propósitos de construir uma sociedade melhor, onde as oportunidades sejam iguais para todos, onde todos tenham acesso à educação de qualidade, a saúde, a alimentação digna, ao lazer, a alegria, a segurança, a paz.

Michel Pinto, é professor da Rede Estadual e do Município de Petrópolis.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Manifestação Da Educação


Em assembleia convocada pelo Sepe Petropolis, a Rede Municipal de Educação de Petrópolis, resolveu participar das manifestações populares exigindo melhorias na qualidade da Educação.

Todos de Preto, com seus cartazes exigindo descongelamento do PCCS, divulgação do índice de reajuste anual, 1/3 de planejamento, redução da carga horária do administrativo, plano de saúde corporativo e convocação dos concursados.