MANIFESTO DA EDUCAÇÃO:


Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. Paulo Freire

domingo, 16 de maio de 2010

Audiência pública reúne governo e grevistas



Em atenção às reivindicações de professores da rede pública municipal, que estão insatisfeitos com a forma como vem sendo conduzida pela Prefeitura a elaboração do Plano de Cargos, Carreiras e Salários, o presidente da Câmara, vereador Bernardo Rossi, realiza amanhã, às 19h, uma audiência pública para tratar da questão da Educação.
Bernardo acompanhou as manifestações de profissionais da rede nesta semana e está sensível aos questionamentos da categoria em relação ao PCCS. No início da semana, antes da greve, a preocupação dos professores já havia sido apresentada ao presidente da Câmara, por professores do Liceu Municipal. Naquele dia, Bernardo Rossi anunciou a realização da audiência pública.
“O projeto ainda está sendo elaborado pela Secretaria de Educação e posteriormente será submetido à votação na Câmara. Entendemos a preocupação dos profissionais da rede, por isso nossa iniciativa de uma audiência pública. É a chance da secretária Sandra La Cava esclarecer dúvidas e debater pontos importantes para professores e demais profissionais da área. Os vereadores também vão ficar mais seguros das propostas que pretendem ser implementadas quando o projeto chegar à Câmara”, explica Bernardo Rossi.
Em seu pronunciamento no plenário da Câmara, na última terça-feira, Rossi chamou a atenção dos vereadores presentes para a importância do Legislativo estar voltado para todos os pontos do PCCS e ajudar a estabelecer o diálogo entre a categoria e o Executivo.
“A casa apóia os profissionais da Educação, e a audiência pública será a oportunidade para que eles apresentem seus anseios. Pregamos um debate franco, objetivo, sem conotação política, principalmente apartidário. O momento é de fazer o melhor para toda uma categoria”, considera o vereador.

http://www.e-tribuna.com.br/16/05/2010

Movimento não é político



Mustrangi acusou o Sepe ainda de inflamar a greve nos profissionais de Educação por estar ao lado da oposição do governo. “O órgão existe há 33 anos, tem credibilidade, ficamos impressionados como o prefeito, enquanto autoridade pública, fala uma coisa absurda dessas. Mais de duas mil pessoas esclarecidas entraram em greve, não tem ninguém ignorante, estão menosprezando a nossa capacidade de raciocínio e capacidade de união. Não temos contato algum com a oposição, ou seja, o governo passado que ele quer dizer, até porque também não era bom para nós”, acrescentou.
O prefeito argumenta ainda que a data base dos servidores é em julho, mais um motivo para a radicalidade da greve, mas a categoria está sem reajuste salarial há dois anos. De acordo com inspetor de disciplina Ricardo Lima, com o salário de R$ 456,71 ele chega a passar necessidades para criar os filhos. “Nós não aguentamos mais, não temos dinheiro para dar o que nossos filhos precisam. A prefeitura não nos trata com dignidade, não há valorização do profissional da Educação”, desabafou.
A greve deve ser mantida, amanhã. Uma nova assembleia acontecerá no mesmo dia, às 14h na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, na Rua Floriano Peixoto, no Centro, para a categoria decidir se continuará em greve nos próximos dias. Haverá ainda uma aula pública de cidadania na Praça Dom Pedro, às 10h. “Queremos explicar para a população porque estamos tomando estas medidas. Os pais dos alunos já têm manifestado apoio à causa e, apesar de ter sua rotina prejudicada, entendem que lutamos por melhores condições de trabalho e educação”, complementou Patrícia Araújo.

http://www.e-tribuna.com.br/16/05/2010

A intransigência marcou o segundo dia de greve


Mustrangi sobe o tom, diz que greve é “covarde” e não aceita negociar com professores
by Philippe Fernandes on 15/05/2010

A intransigência marcou o segundo dia de greve dos professores em Petrópolis. O prefeito Paulo Mustrangi (PT) afirmou, no Carangola, que a Prefeitura não reconhece a greve. Informa a matéria de Janaína do Carmo, da Tribuna de Petrópolis:

Em assembleia realizada na tarde de ontem, em plena Praça Visconde de Mauá (em frente à Câmara Municipal), dois mil profissionais da área da Educação decidiram pela greve por tempo indeterminado. A assembleia aconteceu após a reunião entre uma comissão da Educação, representantes do governo e a secretária de Educação, Sandra La Cava, no prédio do Centro de Capacitação em Educação Frei Memória. O encontro foi marcado na quinta-feira, quando os profissionais decidiram pelo estado de greve. A esperança dos manifestantes era de que o governo apresentasse uma contraproposta em relação às 20 reivindicações entregues pelos profissionais, entre elas o aumento de 20% no salário e cumprimento do Plano de Cargos e Carreiras. Segundo a assessora de imprensa da Prefeitura Municipal, Andréia Constâncio, em nenhum momento o governo se recusou a negociar, apenas propôs que as aulas fossem retomadas a partir de segunda-feira. “Precisamos que a situação se normalize para então começarmos a discutir o assunto. A proposta era realizar uma nova reunião na segunda e outra na quinta-feira, quando todas as reivindicações seriam estudadas, mas precisamos que a greve acabe primeiro”, disse.
O governo entrará na Justiça contra a paralisação, por considerar o ato ilegal. “Não reconhecemos a greve. Eles foram radicais e assim impossibilita qualquer tentativa de negociação”, comentou Andréia. De acordo com a assessora, a categoria deveria ter comunicado com 48 horas de antecedência a primeira paralisação. Para o diretor do Sepe, o movimento é legal e a PMP foi comunicada da situação. “Entregamos um ofício à prefeitura e realizamos uma reunião com a categoria, quando ficou decidida a primeira manifestação. Tudo foi comunicado ao governo, eles não podem alegar que não sabiam”, contou Gualberto.

E qual a justificativa de Mustrangi para a greve? Ter servidores recebendo menos que o salário mínimo? A secretária, no ano passado, não ter recebido os professores? Não. Segundo Mustrangi, muitos que estavam na manifestação eram “ligados ao ex-prefeito” (Bomtempo, obviamente). Diz a reportagem de Jaqueline Ribeiro, também na Tribuna, que cobriu a entrevista coletiva. Seguem as declarações do prefeito:

“Eles não nos deram chance de dialogar, partiram logo para o confronto, não deram à Prefeitura a oportunidade de se manifestar. Em nenhum momento fomos procurados pelos líderes desse movimento para discutir a pauta de reivindicações”.

“Sob o ponto de vista legal, essa greve é questionável, porque os trâmites necessários antes de uma greve, pelo que sabemos, não foram respeitados. Por isso estamos entrando na Justiça para questionar a legalidade da greve. Como sindicalista, eu reconheço que a categoria tem todo o direito de se manifestar, essa é uma atitude legítima, as pessoas tem direito à greve, mas isso pressupõe que antes tenha havido uma negociação exaustiva, o que não aconteceu neste caso, pois os líderes desse movimento não conversaram com a Prefeitura. É um movimento estreito, político e radical, em que profissionais de boa fé estão sendo envolvidos e usados”.

“Isso é uma falta de compromisso com a população, pois os maiores prejudicados são as famílias que têm suas crianças nas escolas e muitas vezes dependem do funcionamento delas para trabalhar. Muitas crianças dependem da alimentação da escola. Respeitamos os profissionais, mas esse está sendo um movimento covarde com a população, que depende desse serviço”.

O grande problema do posicionamento do prefeito é que não questionam os motivos da greve – os baixos salários e falta de aumento (que não ocorre há três anos). E, como não rebateu os motivos da greve, pressupõe-se que eles têm sentido. Que as reinvidicações são justas. Diz que o movimento é político, que há muitas pessoas ligadas a Bomtempo, mas, ao que me parece, tenta desviar o foco pelas falhas da própria Prefeitura - como a secretária de educação não ter recebido os profissionais da educação, no ano passado. O ambiente criado foi hostil, e Mustrangi, ao invés de tentar o diálogo e o reestabelecimento dos serviços, joga gasolina no incêndio.

Enfim, o que se espera da população é que Mustrangi acerte os ponteiros e que os alunos não tenham essas férias forçadass.

http://phfernandes.wordpress.com/2010/05/15/mustrangi-sobe-o-tom-diz-que-greve-e-covarde-e-nao-aceita-negociar-com-professores/