MANIFESTO DA EDUCAÇÃO:


Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. Paulo Freire

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Carta às Diretoras das Escolas e Creches da Rede Municipal de Petrópolis


Caras colegas de trabalho,

                Hoje vivemos tempos difíceis nos estabelecimentos públicos de ensino.  E, vocês sabem, tanto quanto nós, que as coisas já não andavam bem há muito tempo.  Nós sabemos que a qualidade da educação de nosso município, somente se sustentou pelos nossos esforços dentro das instituições de ensino.
Todos nós – serventes, merendeiras, professores, inspetores, coordenadoras, secretárias e vocês diretoras – sacrificamos nossos tempos livres, que deveria ser destinado à família, amigos, instrução e repouso, para realizarmos tarefas relevantes no espaço escolar.  Muitas, foram as vezes, que nos reunimos nas escolas fora do nosso horário de trabalho, inclusive alguns sábados, para compor equipes necessárias à realizar tarefas complementares ao processo educativo das crianças (tais como feiras, festas, reuniões ou conselhos). E tudo isso sem cobrar hora-extra.
Estamos cientes que ontem (15/6) durante reunião, a Secretária Sandra cobrou de vocês posturas mais duras contra os funcionários paralisados.  Algumas colegas falaram que houve tentativa de coação (pois a secretária fez ameaças aos cargos de confiança).  Saibam que estamos solidários com vocês.  Nesse momento de dificuldade nossa única arma é a união.  Nota-se o desequilíbrio da secretária, que se esconde atrás de um discurso administrativo, para escamotear sua face opressora.  O que a secretária entende como gestão eficiente e divulgação de informação é, na verdade, controle e ameaça. (Leia sobre Assédio Moral)
Temos certeza que as relações humanas que se construíram ao longo de anos de relacionamentos diários nas escolas, não se abalarão por recomendações desesperadas de uma secretária com medo de perder o emprego.  Pois, ela sabe que emprego dela, é temporário.  Diferentemente, não importa o prefeito ou a secretária de educação, nós somos funcionários de carreira e estaremos reunidos, diariamente, nas escolas e creches por vários anos.
Não é preciso esclarecer que defendemos todas as medidas que buscam melhorar as condições de trabalho e facilitar os procedimentos administrativos.  Mas, está óbvio, que as sugestões da secretária não têm esses objetivos.
Por conta dessas dificuldades que vivenciamos, devemos fortalecer nossa união nas escolas e creches.  Podemos nos apoiar mutuamente e resistir às pressões externas que, claramente, buscam enfraquecer nossa confiança uns nos outros.  Confiança, sentimento fundamental para um trabalho em equipe satisfatório.
É possível imaginar uma escola em que os funcionários não queiram conviver?  Como seriam realizadas as atividades extracurriculares se os servidores só se prestassem a isso no horário normal de trabalho? 
Paulo Freire já nos ensinou que “Escola é lugar onde se faz amigos. Não se trata só de prédios, salas, quadros, programas, horários, conceitos... Escola é, sobretudo, gente, gente que trabalha, que estuda, que se alegra, se conhece, se estima. O diretor é gente, O coordenador é gente, o professor é gente, o aluno é gente, cada funcionário é gente. E a escola será cada vez melhor na medida em que cada um se comporte como colega, amigo, irmão. Nada de ‘ilha cercada de gente por todos os lados’. Nada de conviver com as pessoas e  depois descobrir que não tem amizade a ninguém nada de ser como o tijolo que forma a parede, indiferente, frio, só. Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar,  é também criar laços de amizade, é criar ambiente de camaradagem, é conviver, é se ‘amarrar nela’! Ora , é lógico... numa escola assim vai ser fácil estudar, trabalhar, crescer, fazer amigos, educar-se, ser feliz.”
Nossos sinceros votos de paz e serenidade, para que vocês possam tomar as decisões mais justas para o bem de todos.

Liga dos Educadores Petropolitanos

Discussão sobre aplicação do FUNDEB, transmitido pelo Canal 19

Na próxima quinta-feira, às 19:30h, os professores Fábio e Nicholas Davies (professor da UFF e especialista em financiamento da educação no Brasil) serão entrevistados pelo apresentador Márcio Tech na emissora TV Vila Imperial (canal 19). O programa terá duração de 1 hora e será abordado o tema: Verbas da Educação (com foco na valorização dos profissionais da educação). As verbas da educação em Petrópolis, da desvalorização dos profissionais da educação, da má aplicação das verbas para valorização dos professores e da greve em Petrópolis serão assuntos comentados no programa.

Infelizmente o programa será exibido na hora da nossa assembleia... (tomara que haja uma reprise). Mas vamos divulgar nas nossas listas. O professor Fábio tem contribuído com o nosso movimento, e certamente esse programa será muito bom para divulgar a justeza da nossa luta.

Escolas, creches e postos de saúde em greve




O prefeito Paulo Mustrangi cancelou uma entrevista coletiva que estava marcada para a manhã de hoje, no Palácio Sérgio Fadel. Como informou a assessoria de imprensa da prefeitura, o prefeito foi chamado para um encontro no Rio. A exemplo do anúncio feito pelo governo no dia 28 de maio, quando o prefeito anunciou o reajuste de 3% para o funcionalismo municipal, uma nova proposta deverá ser divulgada. Está marcada para as 16h, também na sede da prefeitura, a terceira reunião para negociação com o Movimento Unificado dos Servidores Municipais.
Hoje, cerca de 4,5 mil servidores municipais da Educação e Saúde fazem uma paralisação de 24h. Mais de 48 mil alunos terão as aulas interrompidas nas 182 escolas e 32 Centros de Educação Infantil. Os 47 postos, centros e ambulatórios municipais de saúde também não funcionarão. Às 15h, os grevistas se concentrarão na Praça da Inconfidência e em seguida saem em passeata pelas ruas do Centro Histórico até a sede da prefeitura, onde farão vigília aguardando o resultado da reunião. A assembleia para decidir se a a suspensão da greve será mantida acontecerá apenas na quinta-feira, às 18h, no Clube Petropolitano, na Avenida Roberto Silveira.
A representante da Educação no comando unificado, Patrícia Araújo, demonstrou preocupação e disse não acreditar que esta será a última reunião para negociação. As reivindicações apresentadas pelos servidores são 15% de reajuste salarial, a partir do piso de R$ 510, incorporação de dois abonos e Planos de Cargos, Carreiras e Salários, unificados para os profissionais da educação. “Estamos apreensivos porque esperamos que o governo faça uma contraproposta justa e resolva a questão com os servidores. Vamos fazer passeata e vigília para pressionar um posicionamento do prefeito que agrade a categoria. Não sabemos o que vai acontecer, mas acredito que nada será totalmente resolvido hoje e que seja marcada uma nova reunião na próxima sexta-feira, como o prefeito fez na semana passada”, afrmou Patrícia.
No último dia 1º, o desembargador Luiz Felipe Haddad propôs a suspensão temporária por 20 dias da greve dos servidores municipais e do processo judicial entre a prefeitura e Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe/RJ), na audiência especial de conciliação no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Os servidores aceitaram o pedido do jurista e entraram em estado de greve, mas o prazo para a negociação acabará no próximo dia 27. “A expectativa para o encontro de hoje é a melhor possível porque o tempo que o desembargador determinou para a negociação entre o prefeito e a categoria está terminando. Esperamos que o governo reponha a perda dos servidores durante esses anos sem reajuste salarial. Sabemos que a prefeitura tem verba para conceder um aumento decente, mas se isso não acontecer estamos organizados sindicalmente e poderemos votar pela greve”, contou o membro da Saúde no comando, Ester Mendonça.
A secretária de Saúde ressaltou, através da assessoria de imprensa, que acredita que haverá entendimento entre a categoria e o governo municipal, sem a necessidade de uma paralisação por parte do funcionalismo. 

MARIANNY MESQUITA
Tribuna de Petrópolis de Petrópolis 16/06/2010

Mobilização para avançar nas negociações!

Servidores em estado de greve fazem paralisação de 24 horas!

Hoje, dia 16 de junho, os servidores municipais estão paralisados para que possamos estar juntos acompanhando o processo de negociação. A reunião está marcada para as 16 horas na Prefeitura.

Após audiência com o desembargador Luiz Felipe Haddad, os profissionais da educação e da saúde decidiram suspender sua greve. Apesar da grande disposição de luta dos servidores, estes entenderam que seria importante suspender a greve para avançar nas negociações. Então, desde o dia 2 de junho os servidores municipais de Petrópolis encontram-se em estado de greve.

Após duas reuniões a prefeitura, em vez de avançar, recuou em suas propostas. A proposta que ela havia enviado para a Câmara dos Vereadores – que foi rejeitada em assembleia pela categoria – previa vencimento mínimo semelhante ao salário mínimo, mantendo-se os abonos, e 3% de aumento para quem ganhava mais que o salário mínimo. Após a reunião do dia 9 de junho, a comissão da prefeitura chegou à proposta
de 5% de reajuste para todos e um calendário de incorporação de um abono. Repare: o aumento de 5% se dá em cima do salário atual (e não sobre o piso de um mínimo). Ou seja, quem recebe 418,00 vai passar a
receber 438,90, e não os 510,0 da proposta anterior. No dia seguinte a categoria decidiu apresentar uma contraproposta que inclui o vencimento mínimo igual ao salário mínimo nacional e 15 % de reajuste
(diminuindo o reajuste em sua proposta inicial, que era de 20%). Na reunião do dia 11 recebemos como resposta apenas um "vamos estudar os números".

Tendo isso em vista, os servidores, que estão em estado de greve, decidiram em assembleia do dia 11 de junho realizar uma paralisação de 24 horas, com o objetivo de avançar nas negociações. Queremos a negociação, e queremos nos manifestar em relação a ela. Queremos acompanhar a reunião entre o comando de greve e a prefeitura e queremos que o prefeito efetivamente avance em suas propostas.

A população e os servidores têm pressa. A população porque quer ter seus serviços públicos de volta à normalidade; os servidores porque necessitam melhorar suas condições de vida e trabalhar com mais dignidade.

Na quinta-feira, assembleia unificada às 18 horas no Clube Petropolitano.

Movimento Unificado dos Servidores Municipais