Depois de 16 dias de greve da educação; uma dezena de passeatas pela cidade; várias assembléias e atos públicos; guerra de liminares na justiça; secretariado e assessoria desmentidos no jornal local e greve na secretaria de saúde, o prefeito Paulo Mustrangi anuncia pela imprensa uma proposta indecorosa – 3% de reajuste ao funcionalismo.
Fica claro, no texto divulgado no site da prefeitura, que o Prefeito quer resolver, imediatamente, o seu problema. Mas parece que ele não quer resolver o problema do servidor. Afinal, 3% de reajuste sobre um vencimento base de R$ 750,00, dá míseros R$ 22,50. E, não há o que comemorar na proposta de equiparar o salário do servidor ao mínimo nacional - R$510,00 - pois isso era obrigação.
Mas, o agravo não está exposto no encaminhamento que o prefeito fez a câmara de vereadores. Pior, é o modo como ele tenta encerar a greve – sem dialogar. Quer nos enfiar garganta a baixo, essa merreca. Há 17 meses estamos solicitando que o prefeito converse com seu servidor. A mobilização é a nossa esperança de negociação franca, olho no olho. Mas, o prefeito não quer nos receber, nem para dar boas notícias. Parece que o casamento entre o novo prefeito e o servidor público petropolitano foi natimorto.
Outras perguntas ficaram sem respostas na proposta do governo: como ficam os demais itens da pauta de reivindicações? Quando ocorrerão as melhorias nas condições de trabalho? E a efetiva incorporação dos abonos? E, principalmente, nosso plano de cargos e salários, vai ser implementado quando?
Sem essas respostas, que devem ser objetivas e claras, remetidas e aprovadas pela câmara de vereadores, não dá para pensar em acabar com a greve.
Acho que o prefeito está fazendo muito, muito pouco!
Devemos continuar unidos e fortalecer o nosso novo Sindicato - o Sepe. Quem, ainda, não se filiou deve fazê-lo o quanto antes. O número de servidores da educação municipal filiados ao Sepe, será fator determinante na audiência conciliatória que determinará, judicialmente, quem deverá nos representar. Caso o Sisep saia vencedor nessa audiência, voltamos a estaca zero.
Também, não devemos recuar, agora. Não é hora de voltar aos postos de trabalho. A adesão deve aumentar, pois estamos muito perto de uma conquista histórica para o funcionalismo de Petrópolis. A prefeitura já deu sinais de desgaste, e vai ter que negociar com o Sepe forte. Teremos uma vitória suada e heróica.
Mas, sabe de uma coisa: já conquistamos muito! Hoje o servidor recuperou sua dignidade. Superou o medo das represálias politiqueiras, de outros tempos, e tem coragem para responder no mesmo tom, a qualquer um. O servidor, mesmo o mais humilde, não aceita ser explorado no trabalho nem constrangido pelo chefe, pois conhece o significado do termo assédio moral. Não aceitamos mais imposições arbitrárias de gestores incompetentes. Exigimos participar das decisões administrativas.
No dia de 13 de maio de 2010 - 122 anos depois da Princesa Isabel, nós servidores, assinamos a nossa própria Lei Áurea.
Liga dos Servidores Petropolitanos