MANIFESTO DA EDUCAÇÃO:


Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. Paulo Freire

sexta-feira, 28 de maio de 2010

122 anos depois da Princesa Isabel chegou a nossa vez.


             Depois de 16 dias de greve da educação; uma dezena de passeatas pela cidade; várias assembléias e atos públicos; guerra de liminares na justiça; secretariado e assessoria desmentidos no jornal local e greve na secretaria de saúde, o prefeito Paulo Mustrangi anuncia pela imprensa uma proposta indecorosa – 3% de reajuste ao funcionalismo.
            Fica claro, no texto divulgado no site da prefeitura, que o Prefeito quer resolver, imediatamente, o seu problema.  Mas parece que ele não quer resolver o problema do servidor.  Afinal,  3% de reajuste sobre um vencimento base de R$ 750,00, dá míseros R$ 22,50.  E, não há o que comemorar na proposta de equiparar o salário do servidor ao mínimo nacional - R$510,00 - pois isso era obrigação.
            Mas, o agravo não está exposto no encaminhamento que o prefeito fez a câmara de vereadores.  Pior, é o modo como ele tenta encerar a greve – sem dialogar.  Quer nos enfiar garganta a baixo, essa merreca.  Há 17 meses estamos solicitando que o prefeito converse com seu servidor.  A mobilização é a nossa esperança de negociação franca, olho no olho.  Mas, o prefeito não quer nos receber, nem para dar boas notícias.  Parece que o casamento entre o novo prefeito e o servidor público petropolitano foi natimorto.
             Outras perguntas ficaram sem respostas na proposta do governo: como ficam os demais itens da pauta de reivindicações?  Quando ocorrerão as melhorias nas condições de trabalho?  E a efetiva incorporação dos abonos?  E, principalmente, nosso plano de cargos e salários, vai ser implementado quando?
            Sem essas respostas, que devem ser objetivas e claras, remetidas e aprovadas pela câmara de vereadores, não dá para pensar em acabar com a greve.
            Acho que o prefeito está fazendo muito, muito pouco!
            Devemos continuar unidos e fortalecer o nosso novo Sindicato - o Sepe.  Quem, ainda, não se filiou deve fazê-lo o quanto antes.  O número de servidores da educação municipal filiados ao Sepe, será fator determinante na audiência conciliatória que determinará, judicialmente, quem deverá nos representar.  Caso o Sisep saia vencedor nessa audiência, voltamos a estaca zero.
            Também, não devemos recuar, agora.  Não é hora de voltar aos postos de trabalho.  A adesão deve aumentar, pois estamos muito perto de uma conquista histórica para o funcionalismo de Petrópolis.  A prefeitura já deu sinais de desgaste, e vai ter que negociar com o Sepe forte.  Teremos uma vitória suada e heróica. 
            Mas, sabe de uma coisa: já conquistamos muito!  Hoje o servidor recuperou sua dignidade.  Superou o medo das represálias politiqueiras, de outros tempos, e tem coragem para responder no mesmo tom, a qualquer um.  O servidor, mesmo o mais humilde, não aceita ser explorado no trabalho nem constrangido pelo chefe, pois conhece o significado do termo assédio moral.  Não aceitamos mais imposições arbitrárias de gestores incompetentes.  Exigimos participar das decisões administrativas.
            No dia de 13 de maio de 2010 - 122 anos depois da Princesa Isabel, nós servidores, assinamos a nossa própria Lei Áurea.
Liga dos Servidores Petropolitanos

Um comentário:

  1. "Teremos uma vitória suada e heróica.". De fato, tenho ouvido pelas "calçadas" por onde nossa manifestação passa que Petrópolis nunca viu um movimento como o atual. Confesso que cheguei a acreditar no desânimo dos colegas, porém com justiça e equilíbrio alcançaremos nosso objetivo.

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