MANIFESTO DA EDUCAÇÃO:


Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. Paulo Freire

terça-feira, 8 de junho de 2010

Muito mais vitórias do que derrotas


                         O movimento unificado dos servidores públicos petropolitanos recuou da greve e, alguns, acham que isso é uma derrota.  Mas, enganam-se.  A revogação temporária da greve, no dia 02/6/2010, foi um movimento estratégico dos servidores, para reposicionar as peças no tabuleiro.
                A greve é uma peça valiosa demais para sofrer desgaste.  Precisa ser preservada; como a Rainha no jogo de xadrez.  Uma parcela tendenciosa da imprensa, já tentava minar o pleno apoio que estamos recebendo da população.  Além disso, a interrupção da greve atende a um pedido do desembargador Luis Felipe Haddad, que poderá julgar nossa mobilização futuramente.
                Com um único movimento, atingimos vários objetivos: preservamos a greve da imprensa manipulável pelo poder econômico da prefeitura; demonstramos a população que somos flexíveis, e não os “radicais” que querem nos fazer parecer; respeitamos a proposta do desembargador, demonstrando boa fé; ao retornar as escolas, conseguimos dialogar mais de perto com a comunidade e fortalecemos nosso apoio popular.
                O movimento cresceu em maturidade e conteúdo.  Não somos apenas os inconformados em greve.  Nos tornamos mais conscientes da disputa política que envolve uma tomada de decisão administrativa.  E, estamos dispostos a participar desses embates, defendendo nossa opinião e exigindo respeito por ela.
                O governo municipal foi posto em xeque pelo movimento dos servidores.  Todos os argumentos ridículos que a prefeitura criava para não negociar, foram, um a um, sendo derrubados pelos servidores e seu legítimo sindicato – o SEPE.
                Neste instante, os servidores hastearam a bandeira branca.  O prefeito tem a chance única de negociar com a categoria trabalhando, como queria no início.  Mas, se ele errar na proposta, que deverá apresentar amanhã (9/6), os servidores irão retomar a greve.  E o prefeito só poderá reclamar da própria incompetência.
                Cabe a nós, servidores que lutam por condições dignas de vida e trabalho, mantermos-nos alertas e comparecermos em massa na assembléia de manhã (9/6).

                Até lá!

Diário de Classe – Planejamento de Aula


Data – 08 / 6 / 2010
Tema – Cidadania
Objetivo Geral –  discutir e aprofundar o conhecimento sobre as questões éticas, políticas, econômicas e sociais que regem a convivência humana.
Objetivo Específico – reconhecer as obrigações sociais como regras para boa convivência e conhecer formas para garantir o acesso aos direitos civis, trabalhistas e políticos.
Problematização – elaborar uma lista de situações desagradáveis freqüentes que ocorrem na sua rua, bairro, cidade e país.  Identificar os órgãos públicos que são responsáveis pela solução desses problemas.  Identificar as organizações sociais não-governamentais que podem auxiliar na resolução dos mesmos.
Discussão – identificar a origem do problema, apontando suas causas e conseqüências.  Sugerir normas que possam saná-lo e, ao mesmo tempo, que possam ser seguidas por todos os membros da comunidade.  Indicar formas de se obter, junto ao poder público, sua resolução.
Atividade – construir um texto, em forma de carta, para um representante do poder público, solicitando a solução de algum problema relevante que esta afligindo sua comunidade neste momento.
Como exemplo, segue a carta de um aluno:

Avaliação – os educandos apresentaram excelente compreensão sobre tema proposto na aula.
PS: viu, Prefeito, como a gente ensina direitinho aos nossos alunos!?

BOLETIM DE MOBILIZAÇÃO - EDUCAÇÃO E SAÚDE JUNTAS

A EDUCAÇÃO E SAÚDE EM ESTADO DE GREVE!!!

Queremos parabenizar cada professor e funcionário que corajosamente vem enfrentando a dureza dessa luta e guerreiramente tem demonstrado sua disposição nas ruas. Voltaremos hoje para nossos locais de trabalho de cabeça erguida, com orgulho de ter demonstrado que somos capazes de nos unir e de ir à luta a qualquer momento que for preciso.

Interrompemos a greve, mudamos de tática, mas não abandonamos a luta e nem a mobilização. Queremos nesse retorno dialogar com a comunidade dePetropólis e mostrar que o prefeito precisa deixar sua intransigência e negociar com os servidores. O Sepe, assessorado pelo Dieese afirma que há dinheiro para garantir as nossas reivindicações. O que falta é vontade política!

Temos várias vitórias nesse movimento, e uma delas é o governo ter sido obrigado a sentar numa mesa de negociação com o Sepe. O desembargador determinou um prazo de 20 dias, a contar do dia 7 de junho, e uma primeira reunião no dia 9. Ficaremos cobrando, e caso o governo não apresente uma proposta que atenda às necessidades da categoria, voltaremos à greve. Importante lembrar que o prazo apresentado pelo desembargador termina próxima a Bauer Fest, e aí veremos quem vai dançar nessa Festa !!! É importante lembrar que a qualquer tentativa de retaliação, repressão, censura ou assédio moral das direções de nosas escolas ou creches, estaremos denunciando, pois nossa greve é legítima e legal.
Para qualquer abuso, acionaremos o departamento jurídico do Sepe. Não ficaremos calados!!!

A luta continua!!!!

Ampliar a organização e garantir a mobilização. Avise a cada servidor, repasse o e-mail, coloque no blog e no Orkut nosso calendário de luta.

Façamos uma grande corrente de informação. Coloquemos a boca no trombone!!!

Reafirmamos: só a luta muda a vida, só a nossa mobilização poderá garantir a conquista de todas as nossas reivindicações: 20% de reajuste, incorporação dos abonos, plano de carreira e melhoria nas condições de trabalho.

Dia 9 de junho - QUARTA a partir das 13:30h: VIGÍLIA na porta da Prefeitura o aguardando a negociação.

Dia 9 de junho - QUARTA às 18h: ASSEMBLEIA da EDUCAÇÃO em frente à CÂMARA

Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro – Núcleo Petrópolis,Rua do Imperador, 866 – sala 202 – Centro – Petrópolis – RJ – CEP 25620-003 - Telefone: (24) 2231-4575 – e-mail: sepepetropolis@gmail.com

Greve nas escolas municipais de Petrópolis

Desde o início do movimento de greve dos servidores da educação de Petrópolis, não postei nada aqui. Porém, acredito que esta é hora, principalmente porque estamos num momento decisivo em relação às reivindicações feitas por nós (professores e funcionários).

A justiça reconheceu o movimento grevista como legal, isso é a primeira coisa; a segunda coisa é: o desembargador que está acompanhando o caso no Tribunal de Justiça intimou a Prefeitura a se abrir a negociações com o sindicato que os profissionais escolheram para representá-los, no caso, o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (SEPE). O desembargador precisou INTIMAR porque a Prefeitura não se manifestou disposta a receber quem de fato foi escolhido para nos representar, e estabeleceu um período de 20 dias, a partir de ontem (07/06), para que propostas dignas nos sejam apresentadas.

Hoje (08/06) saiu uma matéria no site da Prefeitura de Petrópolis (mal escrita, por sinal) sobre o retorno às atividades escolares, e chama a atenção a Prefeitura escrever sobre reposição de aulas e desconto dos dias não trabalhados dos grevistas. Como a greve é legal, não pode haver desconto salarial: isso permite ação judicial em massa, ganha, contra a Prefeitura; além do mais, reposição ou não de aula será algo a se discutir nas negociações, com a mediação da Justiça, de modo que nenhuma das partes seja prejudicada: nem alunos, nem professores e funcionários. Chama atenção ainda a demagogia que permeia o texto, confirmada por supostos depoimentos de alunos e de uma professora, como se a luta lícita por dignidade, para todos os que estão envolvidos em nosso sistema educacional, fosse algo que prejudicasse a vida das pessoas. Prejuízo que, aliás, muitas pessoas sofrem todos os anos com greves de bancários, categoria da qual faz parte uma das maiores celebridades de nosso município.

Peço aos alunos e aos pais que acompanhem a mídia séria (acredito que há) da nossa cidade; que entendam que o movimento de greve serviu para chacoalhar Petrópolis de forma positiva, chamando a atenção para as mazelas do município; que se juntem a nós, criando um movimento unido para a melhoria do que nos é essencial e básico, como a educação, a saúde…

Colaborador

Greve dos servidores chegou ao fim e aulas recomeçaram nesta segunda (7)

A paralisação dos servidores da educação em Petrópolis começou no dia 13 de maio. Eles exigem melhores salários e incorporação do abono ao pagamento.

Os 50 mil alunos das escolas municipais de Petrópolis voltaram as aulas nesta segunda-feira (7) depois de 25 dias em casa por causa da paralisação dos servidores da educação.

Quase um mês inteiro em casa e o estudante Patrick Viana não via a hora de voltar a estudar.

Foram cerca de 50 mil alunos na mesma situação, sem saber quando as aulas iam ser retomadas em Petrópolis. Os planos das férias da estudante Gabriela Lopes estão frustrados por causa da reposição das matérias perdidas.

A paralisação dos servidores da educação em Petrópolis começou no dia 13 de maio. Eles exigem melhores salários e incorporação do abono ao pagamento. Na semana passada a categoria entrou em acordo com a justiça para que as atividades fossem normalizadas nesta segunda-feira.

Mas a greve poderá ser retomada ainda esta semana. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro marcou uma nova rodada de negociações para esta quarta-feira (9). A expectativa é de que a Prefeitura aceite as reivindicações dos servidores da educação, caso contrário a paralisação voltará a ser feita. Para os alunos a dúvida dificulta ainda mais os estudos.

A forma de reposição das aulas ainda não foi definida pela Secretaria Municipal de Educação da cidade.


Publicado em 08/06/2010 - 09:21:54

http://intertvonline.globo.com/rj/noticias.php?id=9487

Le Partisans

Carta I
Ester Mendonça, uma das líderes do movimento grevista de professores (e depois do pessoal da saúde), mandou um carta para o governador Sérgio Cabral. Pede que Cabral interceda junto ao prefeito Paulo Mustrangi para que ele, pessoalmente, receba os grevistas na reunião de amanhã.

Carta II
Nesta carta, os grevistas explicam que podiam ter feito um furdunço no lançamento da pedra fundamental da Bohemia e também na entrega de laptops, em escolas em Itaipava, eventos com a presença de Cabral. “Não fizemos por respeito, por acharmos importante para Petrópolis essas iniciativas”, explicam no texto.

Carta III
E pensar que são estes mesmos grevistas que pensam assim que mantiveram a secretária de Educação, Sandra La Cava, em “cárcere privado” como a prefeitura quer que a gente acredite. Francamente.

Tribuna de Petrópolis 08/06/2010

Abaixo-assinado reforça pedido de negociação com o governo


Apesar da suspensão da greve dos profissionais da Educação e Saúde, os manifestantes não interromperam as mobilizações diárias na cidade. Hoje, às 15h, no Palácio Koeler, os representantes do Movimento Unificados dos Servidores Municipais entregarão um documento assinado pelos funcionários públicos e a população pedindo o início da negociação do governo. Eles também darão continuidade à distribuição de informativos com as reivindicações das categorias para os pais e alunos nas escolas e trabalhadores dos hospitais, postos e centro de saúde.
Amanhã, os manifestantes farão vigília em frente à Prefeitura, a partir das 13h30. Nesse horário, está previsto o início da reunião entre representantes do governo e do Comando Unificado dos Servidores Municipais, na primeira etapa das negociações. Às 18h, ocorrerá assembléia da Educação na Praça Visconde de Mauá, em frente à Câmara dos Vereadores. No mesmo horário, acontecerá também o encontro dos servidores da Saúde, na Praça da Liberdade. Ambos irão analisar a contraproposta e discutir se a paralisação será mantida.
Segundo representante da Saúde no comando unificado, Ester Mendonça, a expectativa para a primeira rodada das negociações entre os servidores e o governo é boa. “Acredito que o governo vai atender ao pedido feito pelo desembargador, durante a audiência da terça-feira da semana passada, e apresentar uma proposta justa e honesta, que possa realmente ser analisada pela categoria. Até o desembargador reconheceu que abono não é salário, esperamos a mesma lucidez ao prefeito. Não há interesse da prefeitura e nem nosso que a greve volte”, disse Ester.
Os profissionais da Educação também se mantêm otimistas que o governo abra a negociação com uma proposta concreta e que atenda aos interesses da classe. “Esperamos que nesses 20 dias de trégua seja discutida toda a nossa pauta de reivindicações. Não é interesse nosso e nem da prefeitura que a Educação permaneça em greve, mas se nada de concreto for apresentado no encontro da próxima quarta-feira, vamos votar pela paralisação”, falou uma professora que preferiu não se identificar.
Na próxima segunda-feira, ocorrerá um Raio-X da Saúde, entre 15h e 18h, na Praça Dom Pedro, onde os servidores da Saúde irão apresentar um diagnóstico dos serviços, política pública, verbas e contratos da área. Será feita uma ata deste ato, com todos os depoimentos que deverão ser colhidos, e em seguida enviada para a Secretaria de Saúde e a imprensa. 

Tribuna de Petrópolis 08/06/2010

Depois de 21 dias, alunos voltam à escola

MARIANNY MESQUITA
Redação Tribuna

Mais de 48 mil alunos da rede municipal de ensino voltaram à rotina de aulas ontem nas 134 escolas e 50 creches do município. Após o fim da greve dos servidores da Educação, que durou 21 dias, o retorno foi marcado pela distribuição de um informativo, confeccionado pelos professores, explicando os motivos pelos quais a categoria manteve a paralisação. Os estudantes e seus responsáveis demonstraram apoio à iniciativa dos cerca de 3 mil funcionários públicos que aderiram à greve, mas, agora, admitem ter uma preocupação: descobrir como será feita a reposição dos dias parados. Segundo informações da Secretaria Municipal de Educação, o calendário ainda não foi definido.
No Liceu Municipal Carlos Chagas Filho, na Avenida Barão do Rio Branco, onde todos os 60 professores aderiram à paralisação, o funcionamento foi normal ontem. Após 21 dias em casa, os estudantes retornaram às atividades normais e demonstraram apoio ao movimento grevista. “Hoje foi dia de conscientização dos alunos durante as aulas. Os professores distribuíram folhetos contando a trajetória percorrida durante a paralisação, as nossas reivindicações e a falta de diálogo com o governo, responsável por esses dias parados. Esse momento está sendo bom porque os alunos estão demonstrando apoio”, contou o professor Marcos.
Apesar de preocupada com a possibilidade de ter que estudar aos sábados e no período das férias de julho, a aluna do 6º ano, Jane Gouvêa, de 12 anos, acredita que houve a necessidade da greve para que os servidores fossem ouvidos. “O conteúdo que deveria ter sido passado para a gente foi prejudicado por causa dos 21 dias sem aulas. As provas do segundo bimestre estão se aproximando e nem sei como serão repostas as aulas a tempo de fazer as provas.
Acho que os alunos das escolas públicas já são atrasados e agora, pelo visto, vai piorar porque vamos ter que aprender tudo correndo quando houver a reposição. Por outro lado, entendo as necessidades das pessoas que ganham mal e precisam melhorar suas vida”, disse Jane.
Na Escola Municipal Salvador Kling, na Mosela, 400 alunos do 6º ao 9º ano, dos três turnos, tiveram as aulas interrompidas. Para Carlos Henrique do Rosário, estudante do 7º ano, é provável que a suspensão da paralisação dos servidores seja interrompida na próxima quinta-feira. Isso porque ela não acredita que o governo irá apresentar uma contraproposta que poderá ser aceita pela categoria. “O prefeito diz que não tem dinheiro nem para consertar esses buracos enormes que se formaram nas ruas da cidade. Duvido que dará um aumento justo para os professores. Enquanto isso, quem sofre somos nós, sem aulas há quase um mês. Apesar de me sentir prejudicado, apoio a forma dos grevistas de se expressar. A greve é legal e deve ser entendida pela população”, afirmou o aluno, de 13 anos.
Além de registrar a presença de 100% de alunos e professores nas unidades escolares do município, a Secretaria de Educação informou que todas as escolas foram abastecidas com a merenda escolar e o transporte de difícil acesso voltou a funcionar normalmente, atendendo 1.973 alunos de 29 escolas no Brejal, Posse, Barra Mansa, Pedro do Rio, Secretário, Itaipava, Vale das Videiras e Fazenda Inglesa.


Tribuna de Petrópolis 08/06/2010

O Domador

Lendo uma Parábola, fiquei estarrecido, não somente por ser uma parábola interessante mas tembém por sua semelhança com a atual administração do município de Petrópolis. De certa forma costumo comparar o povo petropolitando (assim como o povo brasileiro) a um leão, um mamífero extremamente poderoso, considerado o rei da selva, admirado por sua beleza, imponência, um ser magnífico, mas que muitas vezes é domesticado e dominado por um ser tão inferior, o domador. O domador, quando age profissionalmente e com idoneidade arranca elogios da platéia e admiração de todos ao seu redor, ao mesmo tempo em que o domador, quando age com imprudência, com deslealdade, com intolerância, com incompetência, ou seja, um mau domador, não sobrevive para contar a história. Petrópolis tem sido dominada por um “domador” que...

“Cresceu no circo. Meio sem casa, filho do mundo. Aprendeu a gostar do picadeiro, das luzes, do respeitável público. Havia ele nascido naquela vida, mas não para ela. Definitivamente. É porque era meio desajeitado o rapaz. Faltava-lhe um pouco de coordenação motora. Sobrava, porém, o desejo por aplausos e assobios empolgados, há que se dizer… Frustração no trapézio, nos malabares e recusa em bancar o palhaço. O corpo exibia os carimbos de suas investidas mal-sucedidas. Cicatrizes, ossos quebrados.

As marcas na pele eram também sinal da característica que mais lhe saltava: coragem. Por isso, a última tentativa. Domador de leões. Chicote e cadeira nas mãos. Muito treino. Nas apresentações, sempre doses de tranqüilizantes eram aplicadas na fera a fim de garantir sucesso e os almejados aplausos. Em pouco tempo a atração se tornava das mais esperadas do espetáculo. Ousado o menino! Inovava, desafiava a natureza. Foi ganhando também afeto pelo animal. Podia até dizer que havia tornado seu amigo. E dá-lhe novos desafios. É porque não sentia mais aquele costumeiro frio na barriga, medo do perigo. Começou então, a ensaiar novos números. E precisavam parecer mais reais. Descartou os tranqüilizantes, cortou a refeição do animal de antes das apresentações. No picadeiro, aplausos enlouquecidos. Novos shows, novas apresentações, mais ousadia e, enfim, frio na espinha.

Mas, em pouco não havia mais medo. O leão era o mais completamente apático. Como sempre andava em derredor, rugia bem alto e… nada. E o rapaz ia cada vez mais longe. A cada apresentação começava de onde havia parado. Recusava-se a fazer aqueles números bobos que não lhe davam mais emoção e que arrancavam apenas alguns assobios sonolentos. Montava no dorso do leão, batia-lhe com o chicote, fazia tranças em sua juba. E o rei da floresta, nada. Afinal, ele sabia quem mandava no picadeiro. O menino abria-lhe a imensa boca e, com sorriso no rosto, escovava os amarelos dentes afiados da fera de mentira. Agora colocava também a própria cabeça por entre as musculosas mandíbulas. Que resolveram um dia se fechar. Fim de espetáculo. Platéia se levantando em silêncio, indo embora assustada. Apenas alguns poucos comentários sussurrados. “Leão é sempre leão! Deviam é de proibir espetáculos com estes animais… Muito perigoso!”

Nos camarins, preocupação. Era preciso arrumar com urgência um novo “domador” para o leão…”

Povo Petropolitano, somo um Leão, poderoso demais para nos deixar dominar por um simples prefeito, então, mostremos o nosso “poder”. A greve dos servidores públicos de Petrópolis tem mostrado de forma tão bela esse poder que o povo possui. Continuemos então a dominar ao invés de sermos dominados. Força Petrópolis, a luta apenas começou...