MANIFESTO DA EDUCAÇÃO:


Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. Paulo Freire

terça-feira, 8 de junho de 2010

Depois de 21 dias, alunos voltam à escola

MARIANNY MESQUITA
Redação Tribuna

Mais de 48 mil alunos da rede municipal de ensino voltaram à rotina de aulas ontem nas 134 escolas e 50 creches do município. Após o fim da greve dos servidores da Educação, que durou 21 dias, o retorno foi marcado pela distribuição de um informativo, confeccionado pelos professores, explicando os motivos pelos quais a categoria manteve a paralisação. Os estudantes e seus responsáveis demonstraram apoio à iniciativa dos cerca de 3 mil funcionários públicos que aderiram à greve, mas, agora, admitem ter uma preocupação: descobrir como será feita a reposição dos dias parados. Segundo informações da Secretaria Municipal de Educação, o calendário ainda não foi definido.
No Liceu Municipal Carlos Chagas Filho, na Avenida Barão do Rio Branco, onde todos os 60 professores aderiram à paralisação, o funcionamento foi normal ontem. Após 21 dias em casa, os estudantes retornaram às atividades normais e demonstraram apoio ao movimento grevista. “Hoje foi dia de conscientização dos alunos durante as aulas. Os professores distribuíram folhetos contando a trajetória percorrida durante a paralisação, as nossas reivindicações e a falta de diálogo com o governo, responsável por esses dias parados. Esse momento está sendo bom porque os alunos estão demonstrando apoio”, contou o professor Marcos.
Apesar de preocupada com a possibilidade de ter que estudar aos sábados e no período das férias de julho, a aluna do 6º ano, Jane Gouvêa, de 12 anos, acredita que houve a necessidade da greve para que os servidores fossem ouvidos. “O conteúdo que deveria ter sido passado para a gente foi prejudicado por causa dos 21 dias sem aulas. As provas do segundo bimestre estão se aproximando e nem sei como serão repostas as aulas a tempo de fazer as provas.
Acho que os alunos das escolas públicas já são atrasados e agora, pelo visto, vai piorar porque vamos ter que aprender tudo correndo quando houver a reposição. Por outro lado, entendo as necessidades das pessoas que ganham mal e precisam melhorar suas vida”, disse Jane.
Na Escola Municipal Salvador Kling, na Mosela, 400 alunos do 6º ao 9º ano, dos três turnos, tiveram as aulas interrompidas. Para Carlos Henrique do Rosário, estudante do 7º ano, é provável que a suspensão da paralisação dos servidores seja interrompida na próxima quinta-feira. Isso porque ela não acredita que o governo irá apresentar uma contraproposta que poderá ser aceita pela categoria. “O prefeito diz que não tem dinheiro nem para consertar esses buracos enormes que se formaram nas ruas da cidade. Duvido que dará um aumento justo para os professores. Enquanto isso, quem sofre somos nós, sem aulas há quase um mês. Apesar de me sentir prejudicado, apoio a forma dos grevistas de se expressar. A greve é legal e deve ser entendida pela população”, afirmou o aluno, de 13 anos.
Além de registrar a presença de 100% de alunos e professores nas unidades escolares do município, a Secretaria de Educação informou que todas as escolas foram abastecidas com a merenda escolar e o transporte de difícil acesso voltou a funcionar normalmente, atendendo 1.973 alunos de 29 escolas no Brejal, Posse, Barra Mansa, Pedro do Rio, Secretário, Itaipava, Vale das Videiras e Fazenda Inglesa.


Tribuna de Petrópolis 08/06/2010

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