MANIFESTO DA EDUCAÇÃO:


Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. Paulo Freire

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Boletim Movimento Unificado dos Servidores Municipais - dia 2 de Junho de 2010

    Mais um dia de vitória do movimento dos servidores públicos de Petrópolis, que demonstraram a seriedade e a responsabilidade que estão tendo frente a luta.
Os servidores em luta ( Educação e Saúde que foram a greve + CONDEP + GUARDA MUNICIPAL + Pessoal da administração que se organizam), não podem aceitar a inescrupulosa proposta feito pelo governo.
     Não podem abrir mão de sua principal arma que é a mobilização, na rua diariamente, falando a verdade e desfazendo as mentiras. Colocando a boca no trombone. E falando prefeito: - negocia pois nós estamos de guarda pronta, vamos avançar na organização. Não vamos desistir. A população está do nosso lado por que vê o desrespeito com nosso cuidado pelo “governo patrão”. O desembargador falou: na audiência ao Governo que 3% os servidores não aceitaram , então .... e que abono não é salário e ainda colocou prazo para que esse litígio seja resolvido entre governo e representantes dos servidores em luta .
Nosso comissão de negociação está pronta e o governo já conhece. Só no aguardo dia 9 de junho, onde por orientação da justiça, haja uma mesa de negociação.
    E estaremos lá TODOS de VIGÍLIA, no dia 9 de junho a partir das 13:30 h na porta da Prefeitura, aguardando, torcendo para que tenhamos uma proposta digna, comprometida e responsável com os servidores públicos e a população que clama pela normalização dos serviços.
    Acreditamos que a preocupação do desembargador é com a defesa do estado de direito do cidadão, cidadão servidor e cidadão que necessita do serviço público, do povo petropolitano que está prejudicado por ficar sem serviço de saúde e educação.
     Então não somos intransigentes, nem baderneiros, não somos estrangeiros, ninguém está sendo manobrado, ou usado politicamente, são milhares de servidores com suas histórias e consciência mas com muita disposição de luta.
     Votamos majoritariamente sair da greve temporariamente e entrar em ESTADO de GREVE até a próxima quarta onde então ouviremos o que o governo tem a propor.
    Até lá - ESTADO de GREVE - significa retornar as escolas e unidades de saúde, onde teremos a oportunidade de esclarecer a população que atendemos o que está acontecendo, mostrar a nova história que foi construída em Petrópolis pelos servidores e inclusive apontar o caminho para que a comunidade e servidores, JUNTOS possamos conquistar QUALIDADA no SERVIÇO PÚBLICO.
   Avançar na ORGANIZAÇÂO SAÚDE, fazer ampla campanha de filiação ao SINDSPREV e eleger em cada unidade de saúde 3 representantes (um efetivo e 2 suplentes) para compor o CONSELHO SINDICAL DA SAUDE a exemplo do conselho de representantes construído pelo SEPE.
     Reunir no setor para discutir o movimento e fazer uma escala para participação nas atividades do calendário de mobilização da Educação e da Saúde.

Garantir a MOBILIZAÇÃO: CALENDÁRIO

Dia 7 de junho – SEGUNDA – o dia todo nos locais de trabalho, conversar, distribuir notas informativas, colher mais assinaturas de apoio. Mudar nosso plano de aula e trabalho será falar de cidadania, de liberdade, de e da luta e contar a história que estamos construindo.

Dia 7 de junho – SEGUNDA às 15 h no Sindicato dos metalúrgicos REUNIÂO SETORIAL dos AGENTES de SAÚDE para discutir suas questões específicas.

Dia 8 de junho de TERÇA - às 15 h vamos entregar na Prefeitura o abaixo ABAIXO ASSINADO. Uma comissão entre pais, alunos, servidores da educação e da saúde estarão na Prefeitura para este ato. Nós encontraremos lá.

Dia 9 de junho QUARTA a partir das 13:30 h TODOS de VIGÍLIA, na porta da Prefeitura o aguardo da negociação.

Dia 9 de junho QUARTA às 18 h ASSEMBLÉIA da EDUCAÇÂO em frente a CÂMARA

DIA 9 de junho QUARTA às 18 h ASSEMBLÉIA da SAÚDE na PRAÇA da LIBERDADE
Desdobramento que a Assembléia definir na dependência do que o governo propor. Estaremos de luta e podemos usar nossas armas , como retornar a greve, se manter em estado de greve ou retornar a normalização dos serviços – TUDO DEPENDERÁ da PROPOSTA do GOVERNO..

DIA 14 de junho SEGUNDA a partir das 15 h às 18 h na Praça Dom Pedro estaremos fazendo o RX da SAÚDE onde todo e qualquer Cidadão, junto com os servidores da Saúde, as Associações de Moradores, As entidades da sociedade Civil desta cidade estará avaliando fazendo um diagnóstico dos serviços de saúde, da política pública para a Saúde. Deste Ato sairá uma ata e cada depoimento, cada siyuação levantada será levada a SECRETÀRIA de SAÚDE e a IMPRENSA.

    Queremos parabenizar cada servidor público que corajosamente vem enfrentando a dureza desta luta e guerreiramente tem demonstrado a disposição de luta. Voltamos sim para nossos locais de trabalho na segunda de cabeça erguida com orgulho de ter demonstrado que somos capazes de nos unir, de ir a luta a qualquer momento que for preciso e de que responderemos com a LEI DE ASSÉDIO MORAL qualquer tentativa de retaliação, repressão, censura que os chefes, direções ousem fazer. Estamos com nossa assessoria jurídica do SEPE, do SINDSPREV prontos para agir.

A Luta continua.
Ampliar organização e garantir a mobilização. Avise a dada servidor, repasse o e-mail, coloque no blog, Orkut, nosso calendário de luta. Façamos uma grande corrente de informação.

Reafirmamos que a comunidade pode ajudar:
- Assinando o abaixo-assinado que está disponível na praça D. Pedro - Centro e nos Bairros c/ A.M.
- Enviando e-mail ao prefeito E-mail: gap@petropolis.rj.gov.br
secretaria e-mail: ssa@petropolis.rj.gov.br e telefonando para prefeito tel. 2246-9320 pedindo que negocie e apresente propostas concretas para os servidores municipais em luta.
MOVIMENTO UNIFICADO dos SERVIDORES PÚBLICOS
 
APACS – Travessa Prudente Aguiar 38 sala 110 – tel 2244 7790
SEPE - Rua do Imperador 866 - 2231 4575
http://www.facebook.com/pages/MOVIMENTO-DOS-SERVIDORES-DE-PETROPOLIS/119624011410967

De volta às aulas a partir de segunda





      Após 21 dias em greve, mais de 400 servidores municipais da Educação votaram ontem, em assembléia realizada no Clube Petropolitano, pelo fim da paralisação e retorno normal das aulas a partir da próxima segunda-feira. A decisão da categoria atende pedido do desembargador Luiz Felipe Haddad, que, durante a audiência com os representantes do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) e do governo, na última terça-feira, recomendou a suspensão do movimento de greve por um prazo de 20 dias para negociação. O estado de greve será mantido até a primeira reunião entre o comando dos servidores e a prefeitura, que acontece na próxima quarta-feira, às 13h, no Palácio Koller. No mesmo dia, às 18h, ocorrerá uma nova assembléia dos funcionários da Educação para analisar a proposta do governo e decidir se a suspensão temporária da greve será mantida.
      De acordo com a coordenadora geral do Sepe, Vera Nepumuceno, que participou da audiência com o desembargador, o jurista reconheceu a necessidade de a prefeitura abrir negociação com propostas concretas aos servidores e defendeu a suspensão da greve até a próxima quarta-feira. “O desembargador entendeu que o movimento é de todos os servidores municipais da cidade. Expus toda a trajetória desde o dia 6 de maio e a falta de diálogo do governo. O desembargador viu a legalidade da nossa luta e pediu uma trégua de 20 dias, a partir da próxima segunda-feira, para que o governo apresente um calendário de reuniões para negociação. A primeira acontecerá no dia 9. Se nada de concreto for mostrado, voltaremos à greve”, explicou Vera.
      O objetivo da categoria é voltar às escolas para conscientizar os pais e alunos sobre as dificuldades enfrentadas pelos profissionais da Educação e ganhar definitivamente o apoio da população. “Com a proposta feita pelo desembargador, coube ao grupo decidir o rumo do movimento. A paralisação será interrompida até quarta-feira e, se nada for apresentado, poderá voltar ainda mais forte. Vamos mostrar que queremos negociar e agir com inteligência. Se o governo voltar a apresentar uma proposta absurda como o reajuste salarial de 3%, a greve volta e o povo verá mais uma vez de quem é a culpa”, disse o diretor do Sepe, Jorge Cezar Gomes.

Decisão na assembleia não foi unânime
      Alguns servidores, entretanto, não concordaram com a interrupção da greve e defenderam a paralisação até a próxima quarta-feira. “Se a greve acabar, perderemos a força e não nos uniremos mais desta forma. A greve é o nosso único trunfo. Quem nos garante que o prefeito irá mesmo negociar? Vamos voltar a trabalhar com a cabeça baixa porque o valor do contracheque continua o mesmo.”, disse o zelador Armando Roque da Silva.
      Segundo o Sepe, na próxima terça-feira haverá reuniões com os pais dos alunos em todas as escolas e creches da rede municipal de ensino. Qualquer represália ou assédio moral ao servidor que esteve em greve deve, de acordo com o sindicato, ser denunciada. O próprio Sepe dará orientações em relação às medidas judiciais cabíveis.
      Com relação à reposição das aulas, representantes da Secretaria de Educação informaram, através da assessoria de imprensa, que ainda não há uma definição de calendário. A secretaria ainda analisa a melhor forma para repor os dias parados.

MARIANNY MESQUITA
Tribuna de Petrópolis 03/6/2010

Le Partisans


Debandada
Pelo menos três ocupantes de cargos de determinada secretaria vão deixar seus postos. Dois deles são cedidos de outra pasta e outro é um cargo em comissão. Não aguentam mais o titular da secretaria. Vão anunciar o desligamento até semana que vem.

Greve I
O prefeito Paulo Mustrangi resolveu pela negociação com os professores grevistas numa decisão pessoal. E contrariou os aspones que, num primeiro momento, o convenceram a endurecer com o movimento dos servidores.

Greve II
Também é uma decisão pessoal do prefeito receber o Conselho Municipal de Saúde na terça-feira. De novo contrariou os aspones.

Greve III
Longe de os Partisans se meterem na vida de Mustrangi, mas se ele deixar definitivamente de lado os aspones e voltar a ser o “Paulinho da Vila” que vem muito antes, inclusive, de sua vida de sindicalista, as coisas podem dar certo.

Passa a régua
O bom humor de Cabral – que deve ter a ver com recentes pesquisas – só foi quebrado na despedida quando ele teve um téte-a-téte com Mustrangi. Teria recomendando ao prefeito, sobre a greve dos professores. “Passa a régua e acaba logo com isso”.

Fundeb
Talvez interesse para alguém, para os professores, os grevistas, uns criadores de caso, enfim. De maio de 2009 a abril deste ano, o governo federal mandou para o Fundeb R$ 76.254.533,50. Tá no Diário Oficial do dia 20 de maio. 

Tribuna de Petrópolis 03/6/2010

O câncer do descontinuismo político


       Todos os seres do Universo estão subordinados a uma lei natural que está presente em nossas vidas desde a sua origem: a lei da Evolução. Não me refiro simplesmente à evolução no sentido Darwiniano – a Seleção Natural -, onde o “mais forte” sobrevive e o “mais fraco” desaparece. Refiro-me à evolução nos processos democráticos, estilos de vida, igualdade social sem preconceitos de quaisquer ordens, nas relações humanas e, sobretudo no bem-estar da Humanidade. A figura do político, hoje desgastada por inúmeras denúncias de corrupção, requer uma análise bem mais profunda e consistente da nossa parte, eleitores e cidadãos. É absolutamente inconcebível que as rivalidades políticas (que muitas vezes se tornam pessoais) se sobreponham ao bem comum, isto é, aos interesses reais de desenvolvimento da sociedade. A falta de maturidade e o excesso de amadorismo político são as principais causas desse mal. O grande problema é que, nessa briga pela vaidade ferida muitos políticos proliferam um grande câncer na sociedade: o descontinuismo político. Tomemos como exemplo a situação dos profissionais do magistério municipal de Petrópolis. Há três anos, as cozinheiras das escolas municipais participavam de cursos de capacitação, onde se aperfeiçoavam a cada dia, além de se sentirem mais motivadas e valorizadas profissionalmente. O que não entendo é o porquê da descontinuidade destes cursos! Não dá para acreditar que, por rivalidade política (ou rivalidade pessoal) o atual prefeito se nega a dar continuidade em algo inegavelmente produtivo e positivo. Não importa se foi no governo passado. Se foi produtivo deveria ter continuado. Por que parou?

       Segundo Giddens (GIDDENS, A. Para Além da Esquerda e da Direita. São Paulo: UNESP, 1995. 286p.), a sociedade contemporânea é marcada pela incerteza artificial, mas também por uma intensificação da reflexividade social que permite que se elaborem políticas mais participativas fundamentadas no reconhecimento da autonomia dos agentes, na geração de confiança ativa entre eles, na recuperação de solidariedades sociais e na expansão da democracia dialógica a qual pressupõe a descentralização política e a expansão dos fluxos de informação. Na reconstrução das solidariedades sociais, esta só pode se desenvolver se considerarmos o novo contexto de sociedade reflexiva onde os indivíduos são munidos de informações que devem ser confrontadas e constantemente reavaliadas num processo marcado pelo diálogo, porém sem ferir a autonomia individual.

       Portanto, quando em um município se consolida uma greve (que é um direito garantido pela Constituição Federal desde 1988), trata-se de um reflexo, uma consequência e não de um ato isolado, pontual. Acredito que as maiores falhas de um líder são: a falta de diálogo e a insensibilidade, o que demonstra insegurança em governar. Não é propondo “Prefeituras itinerantes de fachada” que se dialoga com a população, mas é visitando, ouvindo in loco as reais situações, anseios e pretensões da população. É andando de ônibus lotado que leva duas horas para ir de Itaipava ao Quitandinha (isso, quando não quebra pelo caminho). É indo às Unidades Básicas de Saúde e verificando que não existem médicos suficientes para atender a um filho doente. É visitando uma Escola Municipal e comendo a mesma merenda oferecida aos alunos. Isto é governar. É vivenciar, sentir e entender que os anseios da população são legítimos e não um luxo. E, a partir destes relatos, inquietações e anseios, se comprometer verdadeiramente, cumprindo os prazos sem demagogias, sem vaidades, mas com maturidade e honra como deve ser todo representante legítimo de um povo.

Ricardo Francisco Xavier
Educador