MANIFESTO DA EDUCAÇÃO:


Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. Paulo Freire

terça-feira, 8 de junho de 2010

O Domador

Lendo uma Parábola, fiquei estarrecido, não somente por ser uma parábola interessante mas tembém por sua semelhança com a atual administração do município de Petrópolis. De certa forma costumo comparar o povo petropolitando (assim como o povo brasileiro) a um leão, um mamífero extremamente poderoso, considerado o rei da selva, admirado por sua beleza, imponência, um ser magnífico, mas que muitas vezes é domesticado e dominado por um ser tão inferior, o domador. O domador, quando age profissionalmente e com idoneidade arranca elogios da platéia e admiração de todos ao seu redor, ao mesmo tempo em que o domador, quando age com imprudência, com deslealdade, com intolerância, com incompetência, ou seja, um mau domador, não sobrevive para contar a história. Petrópolis tem sido dominada por um “domador” que...

“Cresceu no circo. Meio sem casa, filho do mundo. Aprendeu a gostar do picadeiro, das luzes, do respeitável público. Havia ele nascido naquela vida, mas não para ela. Definitivamente. É porque era meio desajeitado o rapaz. Faltava-lhe um pouco de coordenação motora. Sobrava, porém, o desejo por aplausos e assobios empolgados, há que se dizer… Frustração no trapézio, nos malabares e recusa em bancar o palhaço. O corpo exibia os carimbos de suas investidas mal-sucedidas. Cicatrizes, ossos quebrados.

As marcas na pele eram também sinal da característica que mais lhe saltava: coragem. Por isso, a última tentativa. Domador de leões. Chicote e cadeira nas mãos. Muito treino. Nas apresentações, sempre doses de tranqüilizantes eram aplicadas na fera a fim de garantir sucesso e os almejados aplausos. Em pouco tempo a atração se tornava das mais esperadas do espetáculo. Ousado o menino! Inovava, desafiava a natureza. Foi ganhando também afeto pelo animal. Podia até dizer que havia tornado seu amigo. E dá-lhe novos desafios. É porque não sentia mais aquele costumeiro frio na barriga, medo do perigo. Começou então, a ensaiar novos números. E precisavam parecer mais reais. Descartou os tranqüilizantes, cortou a refeição do animal de antes das apresentações. No picadeiro, aplausos enlouquecidos. Novos shows, novas apresentações, mais ousadia e, enfim, frio na espinha.

Mas, em pouco não havia mais medo. O leão era o mais completamente apático. Como sempre andava em derredor, rugia bem alto e… nada. E o rapaz ia cada vez mais longe. A cada apresentação começava de onde havia parado. Recusava-se a fazer aqueles números bobos que não lhe davam mais emoção e que arrancavam apenas alguns assobios sonolentos. Montava no dorso do leão, batia-lhe com o chicote, fazia tranças em sua juba. E o rei da floresta, nada. Afinal, ele sabia quem mandava no picadeiro. O menino abria-lhe a imensa boca e, com sorriso no rosto, escovava os amarelos dentes afiados da fera de mentira. Agora colocava também a própria cabeça por entre as musculosas mandíbulas. Que resolveram um dia se fechar. Fim de espetáculo. Platéia se levantando em silêncio, indo embora assustada. Apenas alguns poucos comentários sussurrados. “Leão é sempre leão! Deviam é de proibir espetáculos com estes animais… Muito perigoso!”

Nos camarins, preocupação. Era preciso arrumar com urgência um novo “domador” para o leão…”

Povo Petropolitano, somo um Leão, poderoso demais para nos deixar dominar por um simples prefeito, então, mostremos o nosso “poder”. A greve dos servidores públicos de Petrópolis tem mostrado de forma tão bela esse poder que o povo possui. Continuemos então a dominar ao invés de sermos dominados. Força Petrópolis, a luta apenas começou...

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