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Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. Paulo Freire

terça-feira, 19 de abril de 2011

Alunos agridem PMs e ameaçam professores

BRASÍLIA - O clima é de tensão no Centro de Ensino 4, em Guará, no Distrito Federal. Na última sexta-feira, um grupo de alunos agrediu policiais militares, depois de uma confusão em um ônibus escolar. Um rapaz teria sido retirado do ônibus, causando revolta em um grupo de estudantes, que agrediu os policiais. Dez alunos serão transferidos da escola.
- A informação que temos é que essas pessoas não são alunos e eles vinham junto com o ônibus. A gente não sabe qual o motivo, mas aparentemente é para passar droga - diz o tenente-coronel Eduardo Sousa.
Na segunda-feira, as aulas do turno vespertino foram suspensas. Professores se dizem inseguros e dizem que foram ameaçados. Nesta manhã, o policiamento foi reforçado, com duas motos, um carro e oito policiais militares. Estudantes fizeram prova e foram liberados mais cedo.
A Delegacia da Criança e do Adolescente ouviu nove estudantes envolvidos na agressão aos PMs. Três meninos e uma menina, entre 15 e 17 anos, foram levados para o Centro de Atendimento Juvenil Especializado (Caje), por ameaça, dano ao bem público, receptação de produto furtado e resistência à apreensão.
- A maioria desses adolescentes já tem problemas, saíram de outros colégios e foram matriculados naquela escola - diz o delegado Nivaldo Oliveira da Silva.
Na tarde de segunda, um grupo de alunos estourou bombas em latas de lixo e um professor foi atingido por uma pedra.
- A polícia estava recolhendo os alunos nos ônibus e, no meio da multidão, uma pedra me acertou - conta o professor, que não quis se identificar.
Moradores do Guará também andam preocupados. Em três dias, eles colheram mais de 200 assinaturas num abaixo assinado que pede o remanejamento de alunos que vêm da Cidade Estrutural, localizada às margens da DF-095. Mais de 90% das vagas da escola são destinadas a eles.
- Acho que se tivesse uma divisão de alunos, o problema poderia ser sanado - fala o prefeito comunitário José Maria Castro.
Os alunos reclamam do preconceito com os moradores da Cidade Estrutural.
A aluna Kamila Santos, 17 anos, que mora na Estrutural, defende que nem todos que vêm da cidade querem confusão.
- Por mais que tenha muitos alunos da Estrutural, não são todos que participam da bagunça. Tem muitos estudantes que querem estudar, como eu e outros da minha turma - diz ela.
A regional de ensino do Guará informou que todos 364 alunos que estudam no período vespertino são da Estrutural. Desses, 29 alunos têm mau comportamento e já está decidido que 10 deles, considerados os mais problemáticos, serão transferidos para outras escolas do Guará.
A regional também informou que, a partir da semana que vem, só vão embarcar nos ônibus que saem da Estrutural os alunos que apresentarem uma carteirinha com foto. Essa decisão é para evitar que estranhos se encaminhem para a escola.
Medidas preventivas estão sendo discutidas pelo Ministério Público, Vara da Infância e Juventude, Conselho Tutelar, Polícia Civil, Batalhão Escolar, direção e professores.
 

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