MANIFESTO DA EDUCAÇÃO:


Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. Paulo Freire

sábado, 12 de junho de 2010

Eleição para diretor de escola pública já


A greve na educação em Petrópolis que durou longos 21 dias , serviu pra muita coisa : pra mostrar o quadro de insatisfação da classe e suas realidades , deficiência das escolas , trazer a sociedade petropolitana para o debate e também para fomentar varias questões relevantes .Questões que de agora em diante não poderão mais passar desapercebidas das rodas de conversa dos profissionais da educação e tampouco fugir da discussão e do embate.

Refiro-me à questão da eleição para diretor da escola publica .Questão que surgiu e ganhou força durante a manifestação. Muitos profissionais atentaram para o fato da falta de dialogo e repasse de informações além do trato nas relações interpessoais no dia-dia do convívio escolar, que em muitas ocasiões não são tão bons assim. Ter cargo de confiança e ganhar uma gratificação mensal que pode chegar a até 200% pode ter gerado esses conflitos e afastamentos deixando órfãos e à deriva vários desses profissionais.

O que nos perguntamos agora é : Quem estabeleceu essa confiança? Por que muitas diretoras perpetuam-se no cargo por mais de 20 anos? Alguém pode nos responder? Será que elas concordam com tudo? Aceitam tudo? Para muitas delas: Está tudo bem!! Claro!!

A escola , assim como a vida passa por uma dinâmica, por uma energia, por constantes mudanças. E isso todos os dias ! Então, é bem difícil entender esse poder imutável estabelecido há anos.

Ora, a instituição escolar deveria ser o lugar da Democracia e seus valores, espaço para a cidadania qualificada e plena. Onde nosso alunos desde bem pequenos aprendem sobre a República, direitos e deveres e a escolha de nossos representantes através do voto …

Mas, por aqui não é bem assim que vem acontecendo. E vivemos um total paradoxo. Claro, há algumas exceções, diretoras que deram a vida à pequeninas escolas de bairro. Que com dedicação e amor pela educação, conseguiram levar o nome de nossa cidade a lugar de destaque no Cenário Nacional, ganhando notórios prêmios. Podemos citar alguns casos, como da diretora Sandra Reis, da Escola Battailard. Ganhou o Prêmio Qualidade Rio, desenvolve diversos projetos, agrega parceiros, recebe a comunidade, porque entende que é assim que se estabelece a verdadeira gestão, em sua dimensão participativa. Vincular o projeto político como mediador das ações educacionais, saber gerir recursos humanos e administrativos, além de cuidar do principal: A APRENDIZAGEM DO ALUNO, constituem os três principais alicerces da boa gestão. Além de competência técnica...

Portanto, bravos profissionais, continuemos discutindo essas idéias, não as deixemos cristalizadas lá nas manifestações de maio. Que elas sirvam para darmos autoria aos nossos pensamentos e práticas e que juntos ousemos possibilidades de transformação da realidade. 

Continuemos levando nossos alunos à reflexão sobre os conceitos de democracia, autonomia e cidadania. Busquemos juntos com a sociedade petropolitana, que foi a verdadeira companheira, parceira fiel das lutas de maio, uma escola com mais qualidade, democrática e inclusiva. 

Leonara Rocha Faria
Professora

4 comentários:

  1. Leonara, concordo com o que vc diz... Todo cargo de confiança deve ter um prazo determinado para que não se torne imperialismo. Quem é bom, permanece, em caso de uma democracia, não é mesmo?
    A respeito de Sandra, lá da Escola Bataillard, tive o prazer de trabalhar com ela o que me foi de grande crescimento. Entretanto, queria saber o porquê da equipe não estar unida à causa, e não ter se engajado no nosso movimento de Greve. Curioso, não?
    Novamente parabéns pelo texto!
    Concor

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  2. Nas Universidades Públicas há eleições para a escolha do Reitor. Não entendo o motivo pelo qual não há eleição para diretores de escolas
    municipais e estaduais. Estamos numa democracia. Há diretores que se sentem donos da escola.Seria bom que desempenhassem outra função para perceberem que são funcionários como todos os outros.

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