MANIFESTO DA EDUCAÇÃO:


Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. Paulo Freire

sábado, 19 de junho de 2010

CARTA AOS COMPANHEIROS GREVISTAS

Olá companheiras e companheiros,

Estive pensando sobre todos esses acontecimentos e não posso deixar de fazer alguns questionamentos.
Desculpe externar tudo o que passa pela minha cabeça nesse momento, mas como professora que sou, acredito que refletir junto, surte efeito melhor.
Temos vivido dias de tensão e incerteza e gostaria muito (muito mesmo) que essa tensão fizesse parte da vida da  maioria de nossos colegas professores. Mas não é o que vejo. Sinto falta de muitos rostos nas passeatas, sinto falta de ver os professores tomados de amor por seus alunos pela manhã (bem cedinho mesmo, mesmo que isso exija levantar da cama quentinha) indo de porta em porta à casa de seus alunos, andando pela comunidade, explicando para a população o que está acontecendo, porque se para nós isso tudo é confuso, imagina para eles!!!! Estamos em greve e não em férias.
 A hora é de muito trabalho. É bem verdade que não fomos preparados para essa "função extra-classe" mas a causa é urgente, a hora é essa e ninguém fará isso por nós. Muito ao contrário, é fácil ver que tentam manchar a figura de quem adere  ao movimento deixando parecer que não queremos trabalhar ou que estamos de braços cruzados, aguardando o resultado do esforço dos outros.

Fizemos uma opção de vida profissinoal  que exige de nós envolvimento constante com questões que visam uma melhor perspectiva de vida para o outro e temos que nos comprometer.
Não é possível assistir "de camarote" !
Não é possível achar que isso não é comigo !
Não é possível achar que posso saber o que está acontecendo pela tv, pelo jornal, pela internet ou por um amigo que foi em alguma das manifestações e me conta !
Não é possível fazer ligações para quem foi e perguntar com a cara mais lavada: e aí?????!!!!
Gente, a causa é nossa, se ainda não está claro, A CAUSA É SUA!!!
Tome uma atitude, fique numa posição desconfortável de vez em quando - faz bem - garanto. E depois disso terá feito as pazes com uma coisa que existe dentro de todos nós e que chamamos de CORAGEM.
 Vou deixar algumas perguntas para você que não precisam ser respondidas por e-mail, mas elaboradas na sua consciência:
Qual a sua contribuição nesse momento para o movimento?
Que ações concretas você realizou?
O que você acha realmente de tudo isso?
Qual o seu papel, protagonista ou coadjuvante?

Um forte abraço,
                                uma das servidoras em greve, mas atuante

Um comentário:

  1. ... Parabéns, concordo muito com isso que foi dito, acredito que mesmo não sendo servidor, não sendo o meu salário, acima de qualquer coisa devemos exercer com dignidade e coragem a nossa cidadania e nos colocarmos na situação do próximo, se quero algo de bom para minha vida devo participar das decisões, e não ficar esperando que alguns façam e depois ficar assuntando pelos cantos, ficar cobrando do servidor um bom serviço pelo qual ele não está sendo pago, reclamar com o vizinho que seu filho não foi a escola e tantos outros de nada adianta, participe, mostre sua cara, não entre na lista da maxima que diz O POVO TEM O GOVERNO QUE MERECE, pois nós merecemos um governo muito melhor que este ai, temos o direito de errar, não de persistir no erro, pois isso também não é coisa de burro (o pobre animal) e sim de MULA, que quando impaca arreia as quatro patas.
    Tenho certeza que somos cidadãos, honestos, trabalhadores, professores, medicos, serventes, lixeiros, comerciantes, estudandes, e tantos outros e até mesmo alguns políticos honesto, portanto mesmo que o seu maximo seja o minimo já é algo, não espere mais vá faça vai ser muito bom.

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