MANIFESTO DA EDUCAÇÃO:


Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. Paulo Freire

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Carta aos pais de alunos da Rede Municipal



                Caros Senhores(as) Responsáveis por alunos e demais membros da comunidade escola,
                Os(as) Senhores(as) conhecem as dificuldades que enfrentamos diariamente na escola.  A falta de material de higiene, a pouca variedade de merenda, os poucos recursos financeiros que, muitas vezes, nem pagam as contas básicas (água, luz, gás, telefone).  A escola sempre tentou superar esses problemas contando com a ajuda da comunidade.  Juntos, funcionários da escola e comunidade, buscamos construir um lugar melhor para nossas crianças.  O comprometimento da nossa equipe com a educação de seus filhos é algo que a própria comunidade reconhece e elogia.
                  No entanto, grande parte dos servidores de nossa escola está, atualmente, com dificuldades de manter seus compromissos em dia.  Depois de anos com reajustes ridículos e uma política de abonos que desvalorizaram o salário do educador, chegamos a uma situação crítica.  Alguns de nossos amigos, trabalham 40 horas por semana e recebem menos de R$350,00 de salário-líquido.  Para agravar essa situação, ano passado o Prefeito Paulo Mustrangi não deu nenhum reajuste e esse ano ameaçou fazer a mesma coisa.  Por isso começamos uma luta pela valorização salarial do funcionário público do município de Petrópolis.
                Desde o dia 13 de maio, há mais de um mês, estamos reivindicando melhorias nas condições de trabalho, incorporação dos abonos, redução da carga horária e salário digno.  Nos dias em que as aulas são suspensas, vamos as ruas fazer passeatas, assembléias e aulas em praça pública.  Todos vocês devem estar acompanhando esses eventos pelos meios de comunicação.
                O governo municipal, no entanto, tem se mostrado insensível aos nossos apelos.  Negou-se várias vezes a ouvir seus funcionários.  Exigiu que a greve fosse suspensa para poder negociar.  Pois, assim fizemos.  Seguindo recomendação do desembargador Luis Felipe Haddad, no dia 07 de junho, retomamos nossas atividades e as aulas reiniciaram em todo o município. Com o retorno das aulas, imaginamos que o Prefeito fosse cumprir sua palavra e negociar as melhorias que solicitamos.  Duas reuniões foram realizadas entre a comissão dos servidores e os representantes do governo municipal.
                No primeiro encontro a prefeitura propôs igualar o salário do servidor que ganhava menos, ao mínimo nacional – R$ 510,00 e dar 3% de reajuste aos que ganhavam mais do que isso.  Pagar salário mínimo não é proposta é obrigação, por isso não aceitamos. No segundo encontro o governo propôs um reajuste de 5% e a incorporação de um abono de R$100,00 para todos os servidores.  Proposta que, também, foi negada pelos servidores, pois quem ganha pouco continuaria com um salário líquido abaixo do mínimo nacional.
                Veja a simulação das propostas para o menor salário pago pela prefeitura:
Salário base atual
2 Abonos
Inpas / VT / fundo saúde
Total Atual
418,00
200,00
618,00 – 67,98 – 37,08 – 24,72
488,22
Salário base+5%+1 abono
1 Abono
Inpas / VT / fundo saúde
Total Proposto pela Prefeitura
538,90
100,00
638,90 – 70,30 – 38,34 – 25,56
504,70
                       
                Ou seja, a prefeitura propôs um ganho real de R$16,48 para o servidor que ganha abaixo do salário mínimo.  Isso deixou claro que a prefeitura queria alongar ao máximo as negociações. Fizemos, então, uma contraproposta pedindo para o governo municipal igualar o salário do servidor ao mínimo nacional, incorporar dois abonos e dar o reajuste da inflação dos dois últimos anos, aproximadamente, de 15%.  Como quem tem fome tem pressa, marcamos paralisação para hoje, dia 16 de junho – data de outra reunião com o governo.
                No entanto, após iniciada a reunião a prefeitura disse que não haveria mais nenhuma negociação com a categoria.  Infelizmente, não tivemos outro recurso a não ser decretar greve por tempo indeterminado, até que o prefeito volte a negociar com o servidor.
                Destacamos que, ao contrário do prefeito, nós estamos à disposição da comunidade para esclarecer dúvidas e conversar sobre os rumos desse movimento de reconquista da dignidade do servidor.

Servidores Municipais da Educação

Um comentário:

  1. Estamos, continuamos e permaneceremos na luta! Com ou sem mandos e desmandos do senhor Mustrangi.

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