MANIFESTO DA EDUCAÇÃO:


Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. Paulo Freire

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Incompetência do Governo força servidor a retomar greve


Cerca de mil servidores municipais da Educação e da Saúde votaram ontem pelo retorno à greve, interrompida no dia 9 para negociação entre funcionários e o governo. A decisão, anunciada ontem à noite depois de assembléia realizada na Praça Visconde de Mauá, em frente à Câmara de Vereadores, deve atingir mais de 50 mil alunos. A paralisação foi motivada por um impasse na terceira rodada de negociações entre a comissão do secretariado do município, sem a presença do prefeito Paulo Mustrangi, e o Comando Unificado dos Servidores Municipais.
Em reunião durante a tarde, no Palácio Sérgio Fadel, não houve contraproposta governista para as reivindicações de 15% de reajuste salarial, a partir do piso de R$ 510, incorporação de dois abonos e Planos de Cargos, Carreiras e Salários das categorias. Hoje ocorrerá assembleia unificada, às 18h, no Clube Petropolitano, na Avenida Roberto Silveira, no Centro.
Antes mesmo da reunião com representantes do governo municipal, os funcionários públicos fizeram um ato na Praça da Inconfidência, de onde saíram às 17h30, em passeata até a frente da sede Prefeitura. A intenção era para pressionar os governistas para a abertura de uma nova negociação. Durante o encontro, que não contou com a presença do prefeito Paulo Mustrangi, gritos de greve aceleraram o encerramento das negociações. Secretários justificaram dizendo que não havia acordo sob pressão. “O governo é intransigente e afirma não ter como melhorar a proposta dos 5% de reajuste. Durante a reunião, pediram um intervalo, por volta das 17h, que durou quase uma hora. Depois disso, os servidores vieram em passeata, e o secretário de Fazenda, Hélio Volgari, voltou à sala e disse que não haveria negociação sob pressão. Informou que entrará em contato conosco para marcar um novo encontro, mas não há previsão. Nós trabalhamos constantemente sob pressão e ainda somos mal remunerados. Pela falta de diálogo, a categoria quer a greve”, explicou a representante da Saúde no comando e presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Rio de Janeiro, Mônica Maia. No encontro da última sexta-feira, o governo pediu quatro dias para estudar o pedido de reajuste de 15% feito pelos servidores. Durante a reunião de ontem, a oferta de 5% mais a incorporação de um abono foi mantida pelo governo. “A Prefeitura já previa uma despesa de mais de R$ 200 milhões (somente na administração direta) para este ano, apenas com a folha de pagamento. Com a nossa proposta da de 5%, mais a incorporação do abono, teremos um impacto de mais R$ 16 milhões nesta mesma folha. Teremos que cortar gastos e até investimentos previstos no município para este ano, para honrar com o pagamento de salários do funcionalismo. Diante disso, não temos condições de oferecer um índice maior que o que já foi anunciado. Não podemos oferecer um índice maior, mas continuamos abertos ao diálogo sobre o PCCS e as melhorias reivindicadas pela categoria”, declarou o secretário de Fazenda, completando que com o reajuste proposto pela Prefeitura nenhum servidor ganhará menos que R$ 600.
De acordo com presidente da Câmara dos Vereadores, Bernardo Rossi, o principal problema, e que resultou na volta da greve, é a falta de diálogo do poder Executivo. “Volto a me comprometer que nada será aprovado nesta casa sem o aval dos servidores. Sei que nem o prefeito e nem a categoria querem a greve, mas não há diálogo com o governo e os profissionais da Educação e Saúde têm o direito de reivindicar por uma proposta justa. É precisa haver conversa”, disse Rossi. 


Cerca de 4,5 mil servidores municipais da Educação e Saúde aderiram à paralisação de 24 horas que deixou cerca de 50 mil alunos sem aulas durante todo o dia de ontem. Houve adesão da greve em 85% das 182 escolas e 32 Centros de Educação Infantil. 51 postos de saúde ficaram sem atendimento. Os estudantes dos dois campi do Liceu Municipal Prefeito Codolino Ambrósio, no Centro, tiveram as atividades interrompidas. “Se o prefeito Paulo Mustrangi estivesse realmente preocupado com a nossa situação, já teria negociado um aumento justo para os professores. Se não houvesse verba para isso, não teria dinheiro para oferecer nem 3% de reajuste salarial”, afirmou a aluna do 3º ano Taiane Borba. Na Escola Municipal Salvador Kling, na Mosela, apenas 29 estudantes, do total de 400, tiveram aula. Dos 28 professores da instituição, somente dois não aderiram à greve.

MARIANNY MESQUITA
Redação Tribuna de Petrópolis 17/06/2010

Um comentário:

  1. .....Fico realmente pasmo quando se divulga alguns R$.valores.. que se gasta na administração pública, bem como quando se fala em envestimentos, corte de gastos e outros. Se alguem sabe???... Me explica por favor. Como investir construindo uma coisa chamada UPA, colocar gente que ganha salário pra trabalhar, se não consegue-se nem manter o PRONTO SOCORRO funcionando?? Na escola me ensinaram matemática, só se na nova escola já existe curso pra mágico, e será que todo mágico vira político ou todo político vira mágico???, já estou até me achando um palhaço neste circo. Se preciso de um remédio preciso ir para justiça e ainda assim mesmo a justiça mandando este Municipio me dar a medicação continuo com cara de palhaço e doente sem remedio, será que algum número parte desta matemática dos políticos mágicos.

    ResponderExcluir