MANIFESTO DA EDUCAÇÃO:


Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. Paulo Freire

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A Surpreendente reunião “SURPRESA” de 15 / 6

Nossas diretoras nos repassaram as informações recebidas pela secretária e pelo prefeito na reunião do dia 15/06 e diante de algumas pérolas de autoritarismo e de outras que beiram o nonsense, não pudemos deixar de compartilhar com vocês, principalmente neste momento crucial de nossa luta por dignidade e por democracia, antes de qualquer coisa.
A reunião teve início com apelos repetitivos da secretária de Educação para que não se permitisse a paralisação do dia 16/06, enfatizando o corte do ponto do dia de quem faltasse, o compromisso da diretora com a comunidade etc e tal. Complementou suas recomendações dizendo que quem não quisesse informar corretamente o que ocorria na escola deveria entregar a carta de demissão.
Suas orientações se repetiram até a chegada “inesperada” do prefeito e sua comitiva (ou vocês acham que alguém acreditou que a reunião não foi encomendada e agendada com a secretária?)
O prefeito afirmou mais uma vez que foi pego de surpresa com a paralisação de 13/05 e com a posterior greve. Isso só demonstra a sua total falta de sensibilidade.
O que será que ele vinha esperando após o reajuste de 0% em julho de 2009? Será que ninguém o informou do movimento dos professores realizado em outubro de 2009 na praça D. Pedro?  O que ele achava que aconteceria após seu pronunciamento no início de maio/2010 sobre a possibilidade de não conceder novamente nenhum reajuste salarial aos servidores municipais?
Portanto sua surpresa representa que sua assessoria é bem pior do que imaginávamos, pois a previsão de que a situação estava insustentável era totalmente óbvia para qualquer equipe gestora minimamente competente. 
Mas, apesar dessa total desinformação, não compreendemos como após 1 mês e 2 dias o prefeito ainda esteja surpreso. Que demora em absorver uma informação tão previsível e evidente! Incompreensível, inacreditável!!
33 dias são mais do que suficientes para deixar a surpresa de lado e se tornar mais propositivo, não é mesmo?
Mais uma vez o prefeito disse que não tem dinheiro, blá, blá, blá... Mas como as explicações não têm a transparência que seria necessária para justificá-la, o que fica cada vez mais evidente é a “enrolation”, pois sabemos que a historinha de usar 90% do FUNDEB para a folha de pagamento da Educação não é todo mês que acontece. Pode até vir a ocorrer nos períodos de pagamento de 13º. salário ou de férias.
O secretário de Fazenda também explicou que as contas da prefeitura com o reajuste de 5% e a incorporação POSTERIOR de um abono estavam no limite e que nada mais poderia ser concedido. Só não estávamos lá para dizer que quem está no limite somos nós, com salários indignos e sendo totalmente desrespeitados.
Foi comunicado também às diretoras pelo prefeito que o salário mínimo só existe para o setor privado que para o serviço público essa exigência não existe. Será?!?!?!
O prefeito também mencionou que o reajuste concedido em julho de 2008 foi alto por ter sido ano eleitoral, deixando no ar que então o reajuste em julho de 2009 nem seria mesmo necessário. Dá para acreditar nisso?
O prefeito também solicitou que as diretoras não permitissem a paralisação, pois isto prejudicaria os alunos e suas famílias. Só esqueceu de dizer como nós, servidores, estamos sendo prejudicados sem termos nossos mínimos direitos respeitados.
Lembrou do PCCS, dizendo que estava quase pronto o da Educação, depois que estava pronto, que iria analisar o impacto na Folha de Pagamento etc. etc. etc. Trocando em miúdos, ninguém entendeu nada e só  mais “enrolation”.
Infelizmente muitas coisas ficaram por dizer, não é senhoras diretoras? Achamos que a principal delas foi a incoerência da cobrança da secretária de Educação pela não paralisação, em nome de uma solicitação/recomendação do desembargador (e não de uma ordem judicial como equivocadamente a secretária afirmou), do prazo de 20 dias para as negociações do Comando Unificado e o poder público municipal.
INCOERÊNCIA porque o prefeito já havia rompido o processo de negociação no sábado (12/06) com a Carta aos Servidores dizendo que sua última proposta era a proposta já rejeitada pela categoria em assembléia.
É extremamente constrangedor para nós, servidores da Educação, sermos informados sobre tais “desorientações” da secretária e sua assessoria.
Estes desatinos aliados ao autoritarismo, à falta de diálogo, à intransigência e à ameaças veladas não conduzirão a soluções de entendimento.
E não adianta depois o prefeito dizer que foi surpreendido, que nada sabia, pois é bom que ele se lembre que até 2012 ele é o prefeito eleito dessa cidade. Portanto, se ele ainda não aprendeu a decidir sobre pressão, está na hora de aprender, porque a DEMOCRACIA tem dessas coisas: TODOS podem se pronunciar sem medo de serem calados ou cassados. E quem decide é a maioria, gostem ou não os poderosos de plantão.
Nossa cidade é imperial, mas, para quem ainda não sabe, o poder moderador já não existe há muito tempo...

Portanto, companheiras e companheiros, a luta continua. Não podemos esmorecer!

Nossa luta é justa!  Até a vitória!

Todos os Servidores EM GREVE !!!

Um comentário:

  1. Sem comentários! Assino embaixo!!! Parabéns pelo belíssimo texto, como sempre!

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