MANIFESTO DA EDUCAÇÃO:


Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. Paulo Freire

sexta-feira, 21 de maio de 2010

EM TEMPOS DE GESTÃO DEMOCRÁTICA...


Em tempos de gestão democrática, e lá se vão 13 anos da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação que no seu artigo 3º nos aponta como um dos princípios da educação em nosso país a gestão democrática do ensino público, o tempo do “sabe com que está falando” ou “manda quem pode e obedece quem tem juízo” na esfera educacional já não existe mais.

A democracia brasileira, conquistada a duras penas por muitos que vieram antes de nós, não condiz mais com práticas autoritárias e conservadoras na gestão pública. Portanto, a falta de diálogo, de participação, de transparência e de decisão coletiva nos vários setores (administrativo, pedagógico e financeiro) da gestão da educação pública, principalmente na instância municipal onde estas práticas democráticas se tornam ainda mais viáveis diante da proximidade do órgão central com as escolas de sua rede, gera situações de conflito e intolerância como as que estamos vivenciando nestes últimos dias em nossa cidade.

É preciso compreender este momento como inevitável, ou seja, decorrente de uma prática de gestão não democrática, que não se fez atenta às insatisfações que há décadas afetam os servidores da educação e aos problemas diversos vivenciados por nossas escolas públicas municipais. 

É urgente que se instaure o diálogo e a negociação entre poder público e os servidores públicos em greve, pois as reivindicações, além de serem justíssimas, só revelam o estado precário das condições de trabalho nas escolas públicas municipais e os salários indignos recebidos pelos profissionais da educação, em particular a aviltante remuneração do pessoal de apoio abaixo do salário mínimo.

As péssimas condições de trabalho se referem principalmente: aos exíguos recursos financeiros recebidos mensalmente pelas unidades escolares para a manutenção das mesmas com boa qualidade; ao déficit de recursos humanos para o trabalho necessário a ser realizado nas escolas a fim de garantir um atendimento digno à comunidade escolar que paga através de seus impostos por essa educação pública; e à baixa qualidade dos produtos recebidos para a elaboração da alimentação escolar.

É inadiável, portanto, que o poder público sinalize sua preocupação com a normalização do atendimento escolar à população com propostas concretas que possam fazer com que os servidores reconheçam o respeito merecido e vejam atendidas minimamente suas reivindicações. 

Algumas servidoras da Educação

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