MANIFESTO DA EDUCAÇÃO:


Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. Paulo Freire

terça-feira, 1 de junho de 2010

Prefeito, limpa a cera do ouvido!


         Foi dito nas passeatas, pra todo mundo ouvir, que profissionais da educação ganham menos do que um salário mínimo.  Coisa que o Sr. Prefeito já admitiu, quando remeteu seu projeto de lei à Câmara de Vereadores.  Aliás, o Prefeito, também, destacou que acha inadmissível um trabalhador receber menos do que o mínimo.  E, por isso, tomou a medida, drástica para os cofres públicos, de igualar os salários dos profissionais de apoio, ao mínimo nacional.  Ela acha que isso é proposta de negociação? Isso é obrigação legal. 
"Paulo Mustrangi fez questão de destacar, durante a entrevista à imprensa, que nenhum professor da rede de educação do município recebe menos que R$ 936,00 (novecentos e trinta e seis reais). “Outro ponto importante a destacar é que, ao contrário do que foi dito à população nos últimos dias, nenhum professor da rede ganha salário mínimo. O piso nacional dos professores é hoje de R$ 950, por 40 horas semanais; em Petrópolis, o professor nível P1 ganha R$ 936, por 20 horas semanais e mais três abonos de R$ 100. Ou seja, o P1 da Educação, que hoje somam 325 professores da rede, ganha R$ 1.260; temos ainda 644 professores ganhando R$ 1.738,00 ; 508 professores recebendo R$ 2.201,00; e 591 professores com salário de R$ 3.233,40. Nestes valores já estão inseridos os três abonos de R$ 100. Quem ganha menos de um salário mínimo, até agora, são os funcionários de apoio, prejudicados nos últimos anos por uma política perversa de concessão de abonos. Assim, toda vez que o mínimo nacional é reajustado, o servidor de apoio de Petrópolis sai prejudicado, ficando com o piso abaixo deste mínimo. Com o projeto de lei que estamos enviando à Câmara, este problema deixará de existir a partir de agora”, completou." http://www.petropolis.rj.gov.br/
            O prefeito, que anda mal assessorado, deve ter “esquecido” de falar algumas coisas.
            Ele deve estar muito ocupado (será que tem alguma coisa mais importante pra fazer em Petrópolis, hoje, do que discutir com os servidores em greve há mais 18 dias?).
            Mas, a Liga, novamente, veio socorrer o Prefeito, que está, de novo, mal informado:
1 – esses valores referem-se ao salário bruto, e não, ao líquido recebido.  Ele está esquecendo que regência de classe (20%), gratificação por habilitação (10%) e os abonos (R$ 300,00) não são considerados para fins de aposentadoria.  Ou seja, depois de 25 ou 30 anos de serviço público o(a) professor(a) se aposenta recebendo apenas o salário-base mais os triênios (significa uma perda de, aproximadamente, R$ 750,00 por mês).  Justo quando os gastos com saúde aumentam.
2 – os valores referentes aos abonos não são considerados no cálculo de férias e 13 salário.  Além disso, abono não é salário, e podem ser retirados da folha a qualquer momento.  (Bate na madeira! Ele que não seja maluco!)
3 – os 591 professores com salário de R$ 3.233,40, são aqueles que trabalham em Regime de Tempo Integral (RTI), com carga horária de 40 horas semanais, e acumulam alguma função (direção ou coordenação).  A maioria faz RTI com dedicação exclusiva a uma única escola.  Repare que o salário bruto de R$ 1.738,00 para 20 horas/semanais não é dobrado quanto se passa à trabalhar 40 horas.
4 – municípios vizinhos (Duque de Caxias e Rio de Janeiro) pagam valores semelhantes, mas com uma carga horária de 16 horas por semana (sendo 12 horas/aula em sala de aula).  Aqui, em Petrópolis, a carga é de 20 horas semanais (sendo 18 horas/aula em sala).  O tempo de planejamento é ridículo!
5 – o salário dos professores está abaixo da remuneração média para profissionais com nível superior (Fundação Carlos Chagas).
6 – a pauta de reivindicações, também, pede melhorias nas condições de trabalho.  Queremos atender melhor a população, prestar um serviço decente.  Quando o Senhor Prefeito vai propor uma discussão séria sobre isso?
7 - se o prefeito acha a política de abonos perversa, por que ele não incorpora os abonos ao salário de servidor?

Para mais esclarecimentos, acesse o blog da Liga: http://ligadosservidorespetropolitanos.blogspot.com/

5 comentários:

  1. Bem, eu trabalho nos 3 turnos e não consigo ganhar isso aí não... Acho que desaprendi a fazer conta! RTI e Acumulação não tem abono, regência, triênio... Ahhh Mas tem professor que entrou no último concurso ganhando MAIS do que eu (Acho que eles merecem o que ganham, mas eu tbem), que possivelmente conseguiria chegar a esses números.

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  2. A distorção salarial dentro da mesma categoria é outro problema que PCCS deverá resolver.

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  3. AHHHHHHHHH PROFESSOR DA CIDADE DO SR PAULO MUSTRANGI GANHA MUITO BEM!! MAS APENAS ELE NÃO ESTÁ INFORMADO QUE ESTAMOS NO MUNICIPIO DE PETRÓPOLIS E NÃO RECEBEMOS O DITO SALÁRIO.
    SR PREFEITO, PEGUE SEU BANQUINHO E SAIA DE FININHO. NEM ELEIÇÃO PARA PORTEIRO O SR LEVA MAIS.

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  4. Gostaria muitíssimo de saber quanto é o salário do CC1, CC2 e assim por diante. Tem como obter esta informação?

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  5. Senhores professores,
    Estive conversando com amigos, vizinhos, conhecidos... Notei que há uma desinformação por parte de quase toda a população petropolitana.
    Quanto ganha o professor, em suas várias categorias?
    Não me parece claro organizar um abaixo assinado, pedindo apoio pra uma causa sem antes informar o que se está reivindicando.
    Por favor, publique qual o valor do salário do professor hoje, e quanto o professor quer ganhar.

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