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Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. Paulo Freire

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Professora contesta informação de que piso salarial é de R$ 936,12

JANAINA DO CARMO
Redação Tribuna



O anúncio do governo municipal de que o piso salarial dos professores da rede é de R$ 936 causou indignação entre alguns profissionais. De acordo com eles, a PMP calculou o valor junto com a regência (que é um adicional no salário, assim como o abono). Para as educadoras, há uma diferença no piso salarial entre os professores recém concursados e os que trabalham há mais de 14 anos em relação a outros profissionais. A professora Patrícia Hammes, que trabalha na rede desde 1998, é uma das educadoras indignadas com a diferença nas remunerações.Em seu contracheque, consta o piso salarial de R$ 780,10. O adicional pela regência é de R$ 230. “Eu recebo 30% de regência. Tem professores que recebem 20%.
Depende do nível de cada profissional”, explica. Patrícia conta que desde 2005 os educadores que ganham menos estão tentando na Justiça a equiparação salarial. De acordo com ela, a diferença de salário entre professores nível I e II chega a R$ 500. “Todos somos educadores. Não entendo por que os rendimentos são diferenciados. O que queremos é que o piso salarial seja o mesmo”, disse.
Patrícia conta que o pedido de equiparação salarial só poderá ser feito a partir da criação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários, que asseguraria a todos os educadores o mesmo piso salarial. “O enquadramento não foi considerado legal. Obtivemos esta informação do Indeccon. Para que a nossa reivindicação seja aceita é preciso que o PCCS seja feito”, contou.
“Tem um disparate no piso salarial entre professores nível 1 e 2. O que queremos é um piso igualado. Não estamos falando de regências, abonos, triênios ou outros adicionais, mas do piso salarial. Um salário igual para todos já será um grande avanço”, concluiu Patrícia.

Audiência não teve a participação do Sisep

Mais de 500 servidores em greve saíram de Petrópolis para participar de manifestação nas escadarias da Assembleia Legislativa (Alerj), enquanto aguardavam o resultado da reunião. A proposta de 3% de reajuste salarial, feita pelo prefeito Paulo Mustrangi na última sexta-feira, continua sendo negada pelos servidores. “A audiência serviu para que seja iniciado o calendário de negociações entre o governo e o Movimento Unificado dos Servidores Públicos. Ficou claro que não aceitamos o que foi proposto na semana passada e que a pauta deve ser negociada junto com o movimento, a partir dos nossos pedidos. São eles: 20% de reajuste salarial, incorporação dos abonos, Plano de Cargos, Carreiras e Salários, melhores condições de trabalho e não descontar os dias parados de quem aderiu à greve”, afirmou a representante no comando unificado, Ester Mendonça.
Apesar do desembargador ter convocado um membro do Sindicado dos Servidores Públicos de Petrópolis (Sisep), nenhum representante da instituição compareceu. O presidente do Sisep, Oswaldo Magalhães, justificou a ausência argumentando que não houve intimação formal exigindo o comparecimento. “Não fui à audiência porque não quero me envolver em briga política. Além disso, não recebemos nenhuma intimação oficial, senão teria ido. O Sisep não participará de atos que alimentam o debate partidário, por isso não entramos com nenhuma ação judicial contra o Sepe, contestando a sua representatividade”, falou. Oswaldo ainda criticou a postura do Sepe durante as assembleias. “Vamos fazer os servidores enxergarem que isso tudo é campanha política, com oratória para iludir. O Sisep não olha o bolso dos servidores, mas trabalha em sua defesa. Se tem gente se desfiliando, também temos demonstrações de apoio e novas filiações de funcionários contrários à greve”, completou o presidente do Sisep. Além da advogada do Sepe, participaram da audiência a coordenadora geral do Sepe, Vera Nepomuceno, o secretário municipal de Fazenda, Hélio Volgari, o procurador do Município, Henry Grazinoli, e dois representantes da Federação dos Sindicatos dos Servidores Públicos. O desembargador manteve ainda a suspensão da liminar que questionava a legalidade do Sepe para representar a categoria e cancelou a multa de R$ 10 mil por dia por causa da paralisação.

Tribuna de Petrópolis 02/6/2010

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