MANIFESTO DA EDUCAÇÃO:


Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. Paulo Freire

sábado, 29 de maio de 2010

Petropolitanos declaram apoio às ações dos grevistas

CARLA MAGNO
Redação Tribuna


A greve dos servidores da Educação, que completou ontem duas semanas, e a greve dos servidores da área de Saúde, que começou na última quarta-feira, está dando o que falar. Salário baixo de um lado, alunos sem aula de outro. O atendimento hospitalar encara, a cada dia que passa, uma maior defasagem. A Tribuna foi às ruas perguntar a opinião da população petropolitana sobre as manifestações que se mantêm firmes, alterando a rotina da cidade. De 30 pessoas entrevistadas, entre taxistas, caixas, motoristas, advogados, estudantes, jornaleiros, cabeleireiros, bancários e diversas outras profissões, apenas duas se posicionaram totalmente contra as greves em Petrópolis. Segundo o vendedor Antônio Carlos Andrade, de 68 anos, as manifestações têm realmente que acontecer, já que o prefeito Paulo Mustrangi já foi ele mesmo, por sua vez, um manifestante. “Eu acho a greve uma coisa muito justa porque o salário que eles ganham é irrisório e, além disso, o nosso prefeito está tendo o troco, porque quando ele era bancário era o primeiro a ir para a porta dos bancos. E ele procurava aumento para a classe dele. Hoje ele é prefeito e a turma está querendo aumento, a mesma coisa. Acho uma coisa bem justa. Eu acho que ele está sendo até um pouco covarde, porque ele deveria, como prefeito, enfrentar e realmente decidir a coisa”.
O cabeleireiro Roberto Carlos Coelho Vieira, de 42 anos, concorda e explica que o prefeito prometeu e não cumpriu, e sem negociação as greves muito longas acabam prejudicando a imagem de Petrópolis. “Na campanha, ele disse que era o prefeito da saúde, da educação, que ia melhorar isso e aquilo, e hoje o povo está cobrando dele o que ele prometeu e não cumpriu. E pelo que eu vejo ele não aceita essa greve e não quer entrar em nenhum tipo de acordo com eles. É vergonhoso, porque é uma cidade bonita, conhecida, uma cidade que tem um pólo turístico grande, não só de malhas, confecções, mas também de museus, palácios, e isso deixa a gente muito feio, porque esse tipo de greve já está repercutindo nacionalmente”, comentou.
Por outro lado, algumas pessoas garantem que tem algo estranho por trás da greve, principalmente no movimento dos profissionais da Educação. “Esta greve está irregular, porque estão vindo pessoas de fora de Petrópolis que estão manipulando as pessoas de Petrópolis. São pessoas preparadas para fazer agitação, preparadas já com movimento na CUT no Rio, movimentos que já fizeram na época do governador Leonel Brizola. Eu estou de acordo que as professoras precisam de um reajuste, mas nisso aí está havendo uma articulação que eu não sei quem é que está por trás disso, mas não são as legítimas professoras de Petrópolis”, explicou o empresário Sérgio Baravelli, de 72 anos, que na quarta-feira disse ter ficado durante quatro horas assistindo às manifestações.
Embora grande parte dos entrevistados seja solidário com as greves, um comentário foi comum entre eles. Elas estão longas demais. A falta de negociação está impedindo crianças de ire à escola por muito tempo e pacientes estão sem atendimento. “Prejudica um pouquinho as pessoas que têm crianças na creche, por exemplo. Eu tenho o irmão da minha netinha, eles estão tendo uma dificuldade nesses dias, porque não têm com quem deixar, mas acho que é um direito deles né, eles têm que fazer”, declarou Lourdes Nunes, de 59 anos, auxiliar de serviços gerais no Teatro Santa Cecília.
“Tenho que fazer uma cirurgia e não posso. Está tudo parado. Minha filha também já está parada no colégio há duas semanas. Os dois lados batendo pé e ninguém resolve nada”, disse o porteiro Cristiano Silveira Carvalhais, de 33 anos. 

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