MANIFESTO DA EDUCAÇÃO:


Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. Paulo Freire

sábado, 29 de maio de 2010

PM desmente cárcere privado de secretária

JAQUELINE RIBEIRO
Redação Tribuna


O comandante do 26º Batalhão da PM em Petrópolis, tenente-coronel Antônio Henrique, negou que a secretária de Educação, Sandra la Cava, tenha sido mantida em “cárcere privado” por grevistas durante a tarde e parte da noite de quarta-feira, conforme informou à imprensa o secretário municipal de Fazenda, Helio Volgari, na noite de anteontem. “Cárcere privado é crime. Deve ter sido uma força de expressão de representantes do governo. A secretária estava se sentindo ameaçada e por isso pediu reforço policial”, afirma o comandante da PM.
O comandante explicou que chegando à Secretaria de Educação a PM não verificou a situação de cárcere privado, mas mesmo assim manteve uma equipe no local. Ainda segundo o coronel Antônio Henrique, nenhuma prisão foi efetuada e não se confirmou a denúncia de que uma suposta situação de vandalismo estaria ocorrendo. “Desde o início da greve, a PM tem acompanhado as manifestações e os servidores não têm causado problemas. As manifestações têm sido pacíficas”, afirma o coronel Antônio Henrique. A informação de “cárcere privado” partiu da Prefeitura, em nota oficial emitida pela assessoria de Comunicação.
Ontem, professores exibiram vídeos e fotografias de sua permanência dentro da Secretaria de Educação, aguardando a titular da pasta. Segundo representantes do Sindicato dos Professores do Estado do Rio de Janeiro (SEPE-RJ), em princípio Sandra La Cava teria aceitado receber uma comissão formada por educadores, por isso um grupo pequeno permaneceu dentro do prédio da secretaria. “A Polícia esteve lá o tempo todo e viu que a secretaria não foi invadida e que ninguém foi impedido de entrar ou sair do prédio. Em nenhum momento a secretária foi impedida de sair. Não entendemos por que à noite uma ambulância chegou e ela saiu de lá com escolta policial”, disse o diretor do Sepe-RJ, Jorge César Gomes.
Segundo o diretor, como a Prefeitura anunciou que não negociaria mais com o Sepe, os representantes do sindicato fizeram uma assembléia e formaram uma comissão, composta por 12 educadores, para negociar com a Prefeitura. “Fizemos uma passeata até a Secretaria de Educação. Chegamos lá por volta de 13h. Eles permitiram que a comissão de educadores entrasse, a secretária chegou a pedir que entregássemos uma cópia da ata da assembléia e que o número de integrantes da comissão fosse reduzido, de 12 para oito pessoas. Esse grupo ficou lá dentro esperando no corredor, outro grupo maior ficou na parte de fora, enquanto o restante dos servidores permaneceu do lado de fora da secretaria. Não entendemos quando vimos uma ambulância chegando e a secretária saindo escoltada por policiais. Não havia necessidade disso, em nenhum momento ela foi impedida de sair. Acreditamos que essa foi uma tentativa de jogar a opinião pública contra o movimento, mas as pessoas sabem que nossa manifestação é pacífica”, disse Jorge Cesar Gomes.
Os representantes dos grevistas afirmam que diante do ocorrido vão entrar com uma ação na Justiça contra a Prefeitura por calúnia e difamação. “Vamos processar a Prefeitura, pois eles estão divulgando inverdades, estão nos caluniando. Temos um movimento pacífico. Em nenhum momento a porta da sala da secretária foi forçada e o grupo não teve qualquer atitude violenta. A Polícia esteve lá o tempo todo e verificou que essa informação de que os grevistas tinham invadido a secretaria e estavam quebrando tudo não era verídica. O prefeito tem que ter consciência de que não está lidando com vândalos, como querem fazer a população acreditar. Somos educadores, que estão apenas reivindicando o direito a uma negociação democrática com a Secretaria de Educação”, argumenta a coordenadora do Sepe em Petrópolis, Patrícia Mafra.
A informação passada pela Prefeitura sobre a hospitalização da secretária de Educação, Sandra La Cava, foi confirmada pela Assessoria de Imprensa do Hospital Santa Teresa. De acordo informações do hospital, La Cava deu entrada no setor de emergência, pouco depois das 20h30 de quarta-feira. Ela teve diagnóstico de pressão alta, foi medicada e liberada na mesma noite.

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